segunda-feira, 27 de junho de 2016

Se incomodamos, sigamos adiante


 Às vésperas da Solenidade de São Pedro e São Paulo, ouçamos as palavras do Papa em suas considerações sobre o destemor de Paulo.


A Igreja tem tanta necessidade do fervor apostólico que nos impulsiona para a frente no anúncio de Jesus. É o que destacou o Papa Francisco na Missa na casa Santa Marta. O Papa também pediu para tomar cuidado com o ser "cristãos superficiais” sem a coragem também de "incomodar as coisas muito tranquilas".

Toda a vida de Paulo foi "uma batalha campal", uma "vida com muitas provas". Papa Franscisco centrou a sua homilia no Apóstolo dos gentios, que, segundo ele, passa a sua vida de “perseguição em perseguição”, mas não se desanima. O destino de Paulo, destacou, “é um destino com muitas cruzes, mas segue adiante; ele olha para o Senhor e segue adiante”:
“Paulo incomoda: é um homem que com a sua pregação, com o seu trabalho, com a sua atitude incomoda, porque precisamente anuncia Jesus Cristo e o anúncio de Jesus Cristo às nossas comodidades, tantas vezes às nossas estruturas cômodas – também cristãs, não? - Incomoda. O Senhor sempre quer que sigamos adiante, mais adiante, mais adiante... Que nós não nos refugiemos numa vida tranquila ou nas estruturas caducas, coisas assim, não? O Senhor ... E Paulo, anunciando o Senhor, incomodava. Mas ele seguia adiante, porque ele tinha em si aquela atitude tão cristã que é o zelo apostólico. Tinha precisamente o fervor apostólico. Não era um homem de convenção. Não! A verdade: avante! O anúncio de Jesus Cristo: avante!”

Claro, observou o Papa Francisco, São Paulo era um "homem fogoso". Mas aqui não se trata somente do seu temperamento. É o Senhor que “se envolve nisso”, nesta batalha campal. De fato, continuou, é precisamente o Senhor que o empurra “a seguir adiante”, a dar testemunho também em Roma: "E o zelo apostólico não é um entusiasmo para ter o poder, para ter algo. É algo que vem de dentro, que o mesmo Senhor o quer de nós: cristãos com zelo apostólico. E de onde é que vem este zelo apostólico? Vem do conhecimento de Jesus Cristo. Paulo encontrou Jesus Cristo, encontrou Jesus Cristo, mas não com um conhecimento intelectual, científico – isso é importante, porque nos ajuda – mas com aquele conhecimento primeiro, do coração, do encontro pessoal”.

Eis o que motiva Paulo a seguir adiante, “a anunciar Jesus sempre”. E acrescentou: “Está sempre com problemas, mas nos problemas não pelos problemas, mas por Jesus”, anunciando Jesus “as consequências são essas”. O fervor apostólico, destacou, compreende-se somente “numa atmosfera de amor”. O zelo apostólico, disse ainda, “tem algo de louco, mas de loucura espiritual”. E Paulo “tinha esta loucura”. O Papa portanto convidou a todos os fieis a pedir ao Espírito Santo que faça crescer em nós o zelo apostólico que não deve pertencer somente aos missionários. Por outro lado, advertiu, também na Igreja existem “cristãos mornos”, que “não querem seguir adiante”: “Também existem os cristãos de salão, não? Aqueles educados, tudo bem, mas que não sabem fazer filhos para Igreja com o anúncio e o fervor apostólico. 

Hoje podemos pedir ao Espírito Santo que nos dê este fervor apostólico a todos nós, também nos dê a graça de incomodar as coisas que estão muito tranquilas na Igreja; a graça de seguir em frente em direção às periferias existenciais. A Igreja precisa muito disso! Não somente em terras distantes, nas igrejas jovens, nos povos que ainda não conhecem Jesus Cristo, mas aqui na cidade, precisamente na cidade, têm necessidade deste anúncio de Jesus Cristo. Portanto, peçamos ao Espírito Santo esta graça do zelo apostólico, cristão com zelo apostólico. E se incomodamos, bendito seja o Senhor. Avante, como diz o Senhor a Paulo: ‘Coragem’”!

(Fonte: Rádio Vaticano/Tradução do original italiano por Thácio Siqueira)
Texto datado de 2013

segunda-feira, 20 de junho de 2016

O pequeno do xale grande

terça-feira, 14 de junho de 2016

Idosos dão 10 lições profissionais e financeiras para os jovens




Karl Pillemer, em seu livro “30 Lessons for Living” (ou 30 Lições para a Vida, em tradução livre), consultou mais de mil idosos norte-americanos, com 80 e 90 anos de idade, em busca de conselhos sobre como ter uma vida feliz.

 Entre muitas sugestões de como levar uma vida boa, os idosos também deram conselhos sobre dinheiro e trabalho - lições que vão contra muitas máximas ditadas pelos jovens e adultos de hoje. O site Business Insider compilou dez delas, confira quais são:

1. Os jovens são obcecados em fazer muito dinheiro. Pessoas mais velhas se perguntam o que eles estavam pensando
Quando perguntados sobre a receita para a felicidade no trabalho, nenhum dos entrevistados disse que para ser feliz você deve trabalhar duro para ganhar dinheiro, nem que é importante ser rico tanto quanto as pessoas ao seu redor e, muito menos, disse que deve escolher seu trabalho baseado no poder aquisitivo futuro.
2. Muitas vezes, o dinheiro fica em guerra com o tempo. Saiba equilibrá-los adequadamente
A visão a partir do fim da vida é simples: um tempo bem gasto e divertido supera o dinheiro em qualquer etapa da vida. Os idosos não sugerem que todos os jovens se tornem artistas famintos, mas que eles saibam equilibrar momentos de lazer com momentos para ganhar dinheiro.
“Muitos escolhem a profissão por causa das recompensas materiais, mas em algum momento, esses vão olhar para trás e suspirar: ‘o que eu fiz com minha vida’. Eles concordam que é preferível ganhar menos e apreciar o que fazem, em vez de viver para fins de semanas e férias anuais.”
3. Independência no trabalho é crucial
Quando os idosos discutem suas vidas profissionais, dois temas estão correlacionados: seu propósito (além do salário) e autonomia. Não ter nenhum deles no trabalho atual torna-o um grande fardo. Satisfação de carreira depende do quanto você tem autonomia para tomar decisões e se arriscar, sem pensar se esse caminho lhe levará “longe”.

4. Você gasta mais de 40 horas semanais no emprego. Certifique-se se ele lhe faz feliz
Segundo os idosos, nenhuma quantia de dinheiro é mais valiosa do que ter um emprego que lhe faz feliz, de se levantar feliz a cada manhã, em vez de um que você teme. “Se acorda de manhã e não quer ir trabalhar, você está no emprego errado.”

5. Procure novas oportunidades de trabalho
Muitos recusam uma promoção ou oportunidades de trabalhar no exterior por medo de se arriscar. Para aqueles que já viveram mais da metade de sua vida, este é um dos piores erros. O conselho é abraçar novos desafios, dizendo “sim” o mais rápido possível.

Não é à toa que os arrependimentos mais frequentes relatados sobre o trabalho envolvem oportunidades perdidas. “A maior recompensa que você pode receber em sua carreira é a oportunidade de fazer mais.”
6. Deixar de viajar é uma das maiores fontes de arrependimento
Se eles pudessem voltar no tempo, os idosos viajariam mais. Essa foi a conclusão do autor, depois de ouvir muitos reclamarem de não ter conhecido diversos lugares, mesmo cidades vizinhas de onde moram.

7. Para ter sucesso no trabalho, você precisa ser mais que talentoso. Você precisa ser um bom profissional
Os idosos entrevistados vieram de diversas ocupações, das mais variadas áreas. Nos anos em que trabalharam, eles observaram que ser talentoso não supera desenvolver habilidades interpessoais. Muitos jovens focam em ganhar conhecimento técnico e não dão importância para características para convívio social, como empatia, compaixão, postura profissional, ética e capacidade de resolver conflitos.

8. Seja moderado, mas saiba viver um pouco
Não se preocupe com tantas coisas, saiba relevar e ponderar o que é importante na vida. “Enquanto eu crescia, as pessoas que eu conhecia e amava foram morrendo e eu comecei a perceber como os momentos de cada dia são preciosos”, confessou um idoso.

9. Pare de se preocupar com coisas que você não pode controlar
Os idosos veem a preocupação como uma característica que nos impede de viver a cada dia e sugerem fazermos tudo que está no nosso alcance para mudar isso. Mais importante, eles acreditam que a preocupação é um desperdício de tempo e, uma vez que o tempo é o recurso mais precioso, gastá-lo com ela é a pior maneira de levar a vida.

10. Pensar a longo prazo é a melhor maneira de viver como um investidor. E é uma maneira terrível de viver como um ser humano
“Parece que se leva uma vida inteira para aprender a viver o momento, mas não deveria ser assim”, relatou um entrevistado. “Eu certamente sinto que minha vida tenha sido orientada pelo futuro. É uma inclinação natural pensar nele, mas é preciso aprender a apreciar o momento, o que está acontecendo ao seu redor agora, neste exato momento. Essa seria a minha principal lição para os mais jovens.”


Por Zenit

segunda-feira, 6 de junho de 2016

A misericórdia abusada


Começamos lembrando um grande mártir, sábio teólogo e zeloso pastor luterano, Dietrich Bonhoeffer, membro da resistência alemã antinazista. Mesmo com outras palavras, escrevia e falava da misericórdia abusada. Sem meios termos afirmava: "Graça a bom mercado significa justificação do pecado, e não do pecador [...]. A graça a bom mercado (barato) é a pregação da misericórdia, do perdão, sem o arrependimento[...], a absolvição sem a confissão pessoal".

Nós sabemos bem de nossos mecanismos que buscam justificar tudo por atalhos. Conhecemos nossas espertezas e tramas de corrupção natural que nos tentam. Tantas vezes fazemos de conta entender mal a palavra misericórdia, como quem se diz surdo para ouvir o que quer e o que lhe interessa. Na verdade, a palavra misericórdia frequentemente é mal entendida e abusada, quando a confundimos com uma fraca indulgência ou um frágil laissez faire.

Não é difícil cairmos na tentação de falsificar a misericórdia. Aqui podemos cair no risco de mercantilizar a graça de Deus. Esta atitude, que pode seduzir ao nivelamento por baixo, nega a preciosidade desta mesma graça que foi conquistada e ganha com o preço do sangue de Jesus Cristo na cruz. Também trai as mais profundas aspirações da vida em plenitude, que todos carregamos nas profundezas de nosso ser.
Jesus Cristo tem uma advertência muito séria a respeito deste tipo de barateamento da graça misericordiosa. Todo cuidado é pouco para não nos deixar seduzir, entrando pela porta larga, onde o egoísmo vai nos empurrando para a escravidão. Entrar pela porta estreita não significa negação da misericórdia, mas responsabilidade em administrar o preço do amor de Deus que liberta e salva.

O que realmente importa é não desvirtuar a misericórdia de Deus, nem usarmos mal a nossa misericórdia com os outros. Deus sabe, e nós também precisamos saber, que ninguém é feliz no erro, nem no caminho da desumanização.

Oração

Senhor, tudo que é precioso tem um preço elevado. A nossa vida e a vida do mundo custaram o preço do vosso Filho na cruz. 
Dai-nos sabedoria para escolher o caminho estreito que nos conduz à vida, e não nos deixeis cair na tentação de escolher a porta larga, e o caminho fácil do comodismo e da indiferença. Senhor, fazei-nos valorizar a misericórdia que nos ofereceis e fazei-nos misericordiosos, como vós, para nossos irmãos. Amém!

Frei Luiz Turra