quarta-feira, 25 de julho de 2018

Investir na estima


"Cada qual tenha em vista não seus próprios interesses, e sim os dos outros. Dedicai-vos mutuamente à estima que se deve em Cristo Jesus". (Fl 2,4-5)

Estamos diante de uma exigência quase heróica: desojarmo-nos de nós mesmos, de nossos interesses, para iniciarmos uma viagem rumo à edificação da vida das outras pessoas, contemplando em cada uma, a manifestação do amor de Deus por nós.

Vivemos em um tempo fortemente individualista, cuja regra é cada um buscar de todas as formas seus interesses. Nesse ambiente, o outro passa a ser alguém tolerado, até o momento em que não incomode, ou de alguma maneira, interfira nos interesses egoisticamente pessoais, que são alimentados pela indiferença que se instala de modo avassalador na sociedade.

Enquanto o outro é visto como concorrente, o inimigo que precisa ser eliminado, a palavra de Deus nos propõe um olhar diferente, segundo o qual o outro deve ser visto como semelhante, tão igual que merece ter como resultado do nosso agir o seu bem, a sua felicidade.

Contra as rivalidades, as vinganças e ameaças, Deus nos propõe a estima. Mas a estima como fruto de uma dedicação pessoal, um esforço de cada um para mudar seus referenciais de mundo e de vida. Recordemo-nos de que tudo o que temos por estimação, guardamos em lugar especial. Assim, ao nos propor a estima mútua, o Senhor nos ensina a guardar as outras pessoas no mais singular dos lugares: na nossa vida.

Pe. Fábio Gleiser Vieira Silva
 

sexta-feira, 13 de julho de 2018

quinta-feira, 5 de julho de 2018

O sacramento da conversão

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Cada vez que você se aproxima com sincero arrependimento do Sacramento da Reconciliação, ao qual podemos chamar também de "Sacramento da Conversão", é oferecida uma grande oportunidade para que sua fé aumente. Acontece com frequência na nossa vida que o Sacramento da Reconciliação não desempenhe o papel que deveria ter, devido à rotina, ao hábito e à falta de preparação e disposição interior. Talvez você não se dê conta de que, tal como a Eucaristia, esse sacramento é também um canal particular de graça e de encontro com Jesus Cristo. É possível também, que você nem sequer se lembre de rezar pelo seu confessor ou diretor espiritual, para que ele possa ser para você um instrumento de Deus, cada vez mais perfeito e como auxílio eficaz no desenrolar de sua conversão.

O exame de consciência deve constituir um profundo olhar dirigido ao seu interior, a fim de observar para onde se orienta a sua vida, o que é que para você tem maior valor e quem é para você Jesus Cristo. É sobretudo disto que devemos confessar a nós mesmos: Quem é Jesus Cristo para você? Qual é a sua principal opção? Você está certo de que, verdadeiramente, O escolheu com radicalidade? É por aqui que deve começar a confissão dos nossos pecados, porque é isto o mais importante. Se você não fez ainda a sua opção por Jesus Cristo, pode ter a certeza de que todos os outros pecados não são mais do que a consequência e o resultado do seu pecado fundamental.

A conversão vem determinada pelo arrependimento. No Sacramento da Reconciliação encontramo-nos com Cristo desejoso de nos perdoar de nos curar as feridas produzidas pelo nosso pecado. Mas, se não lhe expõe as suas feridas, Ele não pode curá-las. O arrependimento é um ato de humildade. A humildade deve aumentar continuamente em você e, por essa razão, o seu arrependimento não deve também parar de crescer. Mas o arrependimento e a contrição nunca serão suficientes. Quanto mais pecador e pior que os outros você se sinta, tanto maior abertura terá para as graças e a fé.

O sacramento da Reconciliação deve ser um sacramento esperado porque é um particular momento de nosso encontro com Cristo. O Amor quer ser esperado, e quando não o é, fica ferido.

Podemos compreender que não basta cumprir os mandamentos da lei de Deus, mas que também nós nos empenhemos em responder a Cristo que nos chama à loucura de fé, isto é à radicalidade bíblica. Por isso requere-se uma conversão contínua a uma tal radicalidade. A loucura bíblica consiste em darmos a Deus tudo o que nos pertence e Ele dá-nos em troca tudo o que é Seu. Nós damos o nosso miserável todo, enquanto ele nos dá o Seu maravilhoso todo, o Seu divino todo.

Pe.Tadeuz Dajzer