terça-feira, 9 de setembro de 2025

Por que ler a Bíblia

 

Em que visamos quando ouvimos uma palestra, assistimos a uma peça de teatro, lemos um livro ou, enfim, tomamos contato com qualquer espécie de texto? Na primeira parte do escrito Este é o livro dos mandamentos de Deus, uma de suas primeiras aulas, São Tomás explicita aquilo que todos buscamos num bom orador ou numa boa leitura: ensino para a ignorância, deleite para o tédio e comoção, ou estímulo, para a obtusidade.

Esses três benefícios encontram-se de forma eminente nas Sagradas Escrituras. Explica o Doutor Angélico que a Sacra Pagina – como os medievais denominavam a Bíblia – ensina firmemente pela verdade eterna de suas palavras, deleita por sua utilidade e convence com eficácia pela força de sua autoridade.

Em nosso século, quando o turbilhão de doutrinas vazias causa a estranha sensação de que tudo é caos, mentira e ilusão, onde encontrar o ensinamento seguro, que sacia o desejo natural do homem pela verdade, senão naquela “Lei que subsiste eternamente” (Br 4, 1)?

Explica o Aquinate que o caráter eterno da doutrina das Escrituras provém da autoridade divina que a proferiu: “Se o Senhor dos exércitos decidiu, quem poderá revogar?” (Is 14, 27). Com efeito, “o Senhor não é homem para que minta, nem criatura humana para que se arrependa” (Nm 23, 19). Ele mesmo afirmou de Si: “Eu sou o Senhor e não mudo” (Ml 3, 6).

A Palavra de Deus também comove a vontade pela sua necessidade. Quando menciona a comoção, São Tomás não se refere a um mero estremecimento interior e sentimental, mas a um incentivo a agir virtuosamente: “co–mover”. De fato, o homem será julgado segundo suas ações nesta vida. Como agir com retidão e santidade senão orientados pela luz divina e impelidos pela caridade? Assim, a verdade contida nas Escrituras, alimentando a fé e o amor, impulsiona às boas obras, sem as quais ninguém se salvará.

A Bíblia, portanto, tem uma autoridade pela qual convence quem entra em contato com ela. Essa autoridade mostra-se eficaz por três motivos: primeiro, pela sua origem, que é Deus; segundo, pela necessidade de se crer, pois assim nos ordena Cristo; terceiro, pela uniformidade de seu ensinamento.

Além de instruir seguramente a inteligência e robustecer a vontade, a Sacra Pagina também deleita e atrai por sua utilidade: “Sou Eu, o Senhor teu Deus, que te ensina coisas úteis” (Is 48, 17). Útil é qualquer bem que nos auxilia a alcançar outro maior. Nesse sentido, a proficuidade das Sagradas Escrituras se revela máxima e universal, pois nos encaminha para o melhor de todos os bens: “Aqueles que a guardam alcançarão a vida” (Br 4, 1).

Que vida é esta? Segundo o Aquinate, ela se divide em três: a vida da graça, pela qual participamos – já nesta terra! – da própria vida divina; a da justiça, que consiste nas boas obras – impossíveis de serem praticadas sem o auxílio celeste; e a da glória, na qual veremos a Deus como Ele é.

Em suma, as Escrituras, ao lado da Sagrada Tradição, constituem o “mapa” que Deus concedeu aos homens para encontrar o caminho que antecipa e conduz à pátria celeste: “Aquele que procura meditar com atenção a Lei perfeita da liberdade e nela persevera – não como ouvinte que facilmente se esquece, mas como cumpridor fiel do preceito –, este será feliz no seu proceder” (Tg 1, 25).

Gaudium Press

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Gaza, o horror denunciado pelo Unicef: 18 mil crianças mortas até então

 Quase 70% dos mortos na guerra em Gaza são mulheres e crianças, diz ONU

Na Faixa de Gaza, pessoas continuam morrendo vítimas das armas e da fome. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) lança o alarme: uma média de 28 menores morrem todos os dias, "o equivalente a uma turma escolar". "Uma em cada três pessoas passa dias sem comida, e o índice de desnutrição ultrapassou o limiar da penúria" 

O angustiante número de mortos na Faixa de Gaza continua dia após dia. Um avião israelense atingiu uma casa na cidade de Al-Zawayda com mísseis de alta potência, matando uma família inteira: mãe, pai e três crianças pequenas. A mesma cena trágica se verificou a cerca de vinte quilômetros de distância, no distrito industrial de Khan Yunis: uma bomba lançada por um drone atingiu uma barraca no campo de refugiados onde uma mãe e suas duas filhas dormiam. Nenhuma chance para elas, morreram instantaneamente.

Mortos por buscar comida

Ainda no rol de horrores destes dias, em diferentes áreas urbanas da Faixa de Gaza, pelo menos 12 pessoas foram brutalmente mortas por tiros e mísseis disparados enquanto procuravam pão ou faziam fila para adquirir uma das poucas cestas básicas distribuídas. Essas mortes se somam às de fome e desnutrição, que, segundo dados divulgados pelo Hamas, já são mais de 160, incluindo duas crianças gravemente debilitadas encontradas mortas na manhã de sábado, 2 de agosto.

As crianças são as mais afetadas

Enquanto isso, a frente militar apresenta-se cada vez mais incandescente. Eyal Zamir, chefe do Estado-maior das Forças de Defesa de Israel (IDF), anunciou que "se um acordo com o Hamas para a libertação dos reféns não for alcançado nos próximos dias, os combates na Faixa de Gaza continuarão sem cessar".

Vatican News 

 

quarta-feira, 23 de julho de 2025

Podemos esperar surpresas maravilhosas, diz padre sobre o Jubileu dos Jovens

  Praça de São Pedro ??

As ruas de Roma estão prestes a vibrar ao ritmo das mochilas, dos tênis, dos bonés, da música e da fé alegre de milhares de jovens de todos os cantos do mundo que já estão fazendo as malas para participar do Jubileu dos Jovens.

A megacelebração do grande jubileu começará na próxima segunda-feira (28).

"Certamente podemos esperar algumas surpresas maravilhosas", disse Graziano Borgonovo, subsecretário do Dicastério para a Evangelização, à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI.

Borgonovo não quer diminuir a importância do evento, mas ressalta que houve outros momentos ao longo do ano em que os jovens também foram protagonistas.

“Alguns dos que vêm já participaram de outros eventos jubilares, como o Jubileu das Famílias ou o Jubileu dos Movimentos, Associações e novas Comunidades”, diz o sacerdote.

Esse será o primeiro grande encontro do papa Leão XIV com os jovens da Igreja. "Será certamente um encontro importante do ponto de vista numérico", enfatiza Borgonovo.

O Dicastério para a Evangelização ainda não publicou formalmente os números sobre o número total de peregrinos que devem participar do encontro, mas o bispo Borgonovo prevê que "cerca de um milhão de peregrinos chegarão" para a missa com Leão XIV em 3 de agosto na Universidade Tor Vergata.

A vasta esplanada da universidade, com cerca de 800.000 m², é famosa por sediar a Jornada Mundial da Juventude em 2000, com o papa são João Paulo II, que reuniu cerca de dois milhões de jovens do mundo todo.

Do ponto de vista logístico, uma estrutura projetada pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava, originalmente destinada a ser uma "cidade esportiva", foi reformada.

"O antigo complexo esportivo, construído anos antes e que corria o risco de cair em desuso, foi inaugurado recentemente”, diz Borgonovo. “Agora, será o centro operacional".

O maquinário preparatório para a organização dessa grande festa da fé foi posto em ação há cerca de um ano, e um trabalho meticuloso foi feito.

"Várias pessoas vêm trabalhando arduamente há muito tempo para garantir que tudo funcione em várias frentes", diz o subsecretário do Dicastério.

Victoria Cardiel 

terça-feira, 15 de julho de 2025

Ângelus em Castel Gandolfo: acolher a vontade de Deus

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A alocução de Leão XIV, que precedeu a oração do Ângelus, foi proferida pela primeira vez na Praça da Liberdade, em Castel Gandolfo, depois de celebrar a missa a poucos passos dali, na igreja vizinha de São Tomás de Villanova. O Papa chegou a pé, entre gritos de alegria e braços estendidos de milhares de pessoas, que se aglomeravam ali desde a manhã.

“Mestre, Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna?” (cf. Lc 10, 25). Partindo dessa pergunta feita a Jesus, no Evangelho deste domingo, 13 de julho, o Santo Padre destacou que essas palavras expressam “um desejo constante em nossa vida: o desejo da salvação”, ou seja, “de uma existência livre do fracasso, do mal e da morte”.

De fato, ressaltou Leão XIV, a vida eterna, que só Deus pode dar, é transmitida ao homem como herança, de pai para filho. E para receber o dom de Deus, “é preciso aceitar a sua vontade. Como está escrito na Lei”: Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração e “o teu próximo como a ti mesmo”. A vontade de Deus é “essa lei de vida que o próprio Deus pratica em relação a nós, amando-nos por inteiro em seu Filho Jesus”.

Em seguida, o Santo Padre explicou que, para viver eternamente, “não é necessário ludibriar a morte”, mas “servir a vida”, cuidando da existência dos outros. “Essa é a lei suprema, que precede todas as regras sociais e lhes dá sentido”.

O Papa frisou que, “em Cristo, Deus tornou-se próximo de cada homem e cada mulher: por isso, cada um de nós pode e deve tornar-se próximo daqueles que encontra ao longo do caminho. Seguindo o exemplo de Jesus, Salvador do mundo, também nós somos chamados a levar consolo e esperança, especialmente àqueles que estão desanimados e desiludidos”.

O Pontífice concluiu com uma oração à Virgem Maria, Mãe da misericórdia, para que nos ajude “a acolher em nossos corações a vontade de Deus, que é sempre vontade de amor e salvação, para sermos cada dia construtores da paz”.

Leão XIV saudou e agradeceu a todas as pessoas presentes, em particular às autoridades civis e militares do município de Castel Gandolfo, “pela sua acolhida”. Exortou todos os fiéis a rezarem “pela paz e por todos aqueles que, devido à violência e à guerra, se encontram em sofrimento e necessidade”.

Gaudium Press