Os leigos são todos os
cristãos, exceto os membros das Sagradas Ordens ou do estado religioso
reconhecido na Igreja, isto é, os que foram incorporados a Cristo pelo
Batismo, que formam o Povo de Deus, e que participam da função
sacerdotal, profética e régia de Cristo.
Os cristãos leigos estão na linha mais
avançada da vida da Igreja; e devem ter uma consciência clara, não
somente de pertencerem à Igreja, mas de “serem” Igreja, isto é, a
comunidade dos fiéis na terra sob a direção do chefe comum, o Papa, e
dos Bispos em comunhão com eles. Eles são a Igreja.
O
leigo tem como vocação própria, procurar o Reino de Deus exercendo
funções no mundo, no trabalho, mas ordenando-as segundo o Plano e a
vontade de Deus. Cristo os chama a ser “sal da terra e luz do mundo”. O
leigo chega aonde o sacerdote não chega. Ele deve levar a luz de Cristo
aos ambientes de trevas, de pecado, de injustiça, de violência, etc.
Assim, no mundo do trabalho, levando tudo a Deus, o leigo contribui para
o louvor do Criador. Ele constrói o mundo pelo trabalho, e assim coloca
na obra de Deus a sua assinatura. Torna-se co-criador com Deus.
O Concílio Vaticano II resgatou a
atividade do leigo na Igreja: “Os leigos que forem capazes e que se
formarem para isto podem também dar sua colaboração na formação
catequética, no ensino das ciências sagradas e atuar nos meios de
comunicação social” (CIC §906).
João Paulo II, na “Christifidelis laici”, disse que “os fiéis leigos não
podem absolutamente abdicar da participação na «política», ou seja, da
múltipla e variada ação econômica, social, legislativa, administrativa e
cultural, destinada a promover orgânica e institucionalmente o bem
comum… a opinião muito difusa de que a política é um lugar de necessário
perigo moral, não justificam minimamente nem o cepticismo nem o
absenteísmo dos cristãos pela coisa pública” (n.42).
O Papa Bento XVI pediu: “Reitero a necessidade e urgência de formação
evangélica e acompanhamento pastoral de uma nova geração de católicos
envolvidos na política, que sejam coerentes com a fé professada, que
tenham firmeza moral, capacidade de julgar, competência profissional e
paixão pelo serviço ao bem comum” (Discurso ao CPL, Vaticano, 15 de
novembro de 2008).
Mas, para que o leigo realize esta
missão tão importante na Igreja, ele tem de ser bem formado em sua fé,
conhecendo bem a doutrina ensinada pelo Magistério da Igreja,
especialmente o Catecismo, e viva uma vida espiritual sadia, com
participação nos sacramentos, meditação da Palavra de Deus, vida de
oração, meditação, participação na pastoral, penitência e caridade.
Enfim, uma vida de santidade.
Prof. Felipe Aquino