segunda-feira, 29 de maio de 2023

O dia em que a Mãe da Igreja completou a Praça de São Pedro


REDAÇÃO CENTRAL, 29 Mai. 23 / 07:00 am (ACI).- A Igreja celebra hoje, segunda-feira após Pentecostes, a memória da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, estabelecida pelo papa Francisco no início de 2018, invocação mariana cuja imagem completou a Praça de São Pedro em 1981.

Conforme recordado em artigo do site do Opus Dei, em um relato publicado por L’Osservatore Romano em 2011, o arquiteto Javier Cotelo contou sobre a construção do mosaico dedicado a Maria “Mater Ecclesiae”, que se encontra no topo da fachada do braço avançado do Palácio Apostólico e remete também à relação entre são João Paulo II e a Virgem Maria.

No texto, Cotelo admitiu que teve “o privilégio de viver de perto os antecedentes dessa decisão, que põe em evidência duas características” de João Paulo II, “a sua particular relação com os jovens e o seu sentido de agradecimento”.

Como relatou, na Semana Santa de 1980, João Paulo II recebeu em uma audiência milhares de jovens que participavam do Fórum UNIV, encontro internacional de universitários que frequentam Centros do Opus Dei em todo o mundo.

Naquela ocasião, “um dos jovens, chamado Julio Nieto, comentou ao papa que, depois de observar as imagens da Praça de São Pedro, tinha notado que faltava uma de Nossa Senhora e que, portanto, a praça estava incompleta”. Diante disso, João Paulo II respondeu: “Bem, muito bem! Temos que completar a praça”.

Javier Cotelo disse que “este diálogo chegou aos ouvidos de dom Álvaro del Portillo, sucessor de são Josemaria Escrivá à frente do Opus Dei”, o qual, “movido pelo desejo de pôr em prática, sem demora, o que considerava um desejo do Santo Padre, pediu-me para pensar num lugar e numa solução para colocar, na praça, uma imagem de Nossa Senhora, acrescentando que se poderia pôr sob a invocação de Mater Ecclesiae”.

“Após várias semanas e depois de várias visitas à praça para encontrar alternativas, apresentei a dom Álvaro uma possível solução, com as correspondentes fotomontagens e desenhos: substituir uma janela, na esquina do edifício que há entre o Cortile de São Dâmaso e a praça, por um mosaico de Nossa Senhora”.

Este projeto foi enviado ao papa em 27 de junho de 1980, mas se passaram vários meses sem respostas. Por isso, “voltou-se a enviar ao Santo Padre uma cópia do material, através do então secretário do papa, cardeal Stanislaw Dziwisz”.

O arquiteto recordou que meses depois João Paulo II sofreu o atentado na Praça de São Pedro, ao qual sobreviveu, “como ele próprio dizia, graças à proteção de Maria Santíssima”.

“Em sinal de agradecimento, quis que se colocasse uma imagem de Nossa Senhora na Praça de São Pedro. Devido a esse encargo do Romano Pontífice, aquela proposta de dom Álvaro foi submetida à apreciação das autoridades competentes do Vaticano e foi escolhido esse lugar como sede da Mater Ecclesiae”, recordou.

Segundo o arquiteto, o mosaico é “inspirado na Madonna della colonna que procedia da basílica constantiniana” e foi instalado no dia 7 de dezembro de 1981, tendo sido abençoado pelo papa João Paulo II no dia seguinte, após a oração do Ângelus.

Naquela ocasião, o papa manifestou o desejo de “que todos os que venham a esta Praça de São Pedro, elevem o olhar para Ela para Lhe dirigir, com sentimento de filial confiança, a sua própria saudação e a sua própria oração”.

“Muitas vezes pensei neste acontecimento como uma pequena demonstração da relação especial de João Paulo II com os jovens; não deixa de ser surpreendente que aquele ‘temos que completar a praça’ que o papa tinha dito a um universitário um ano e meio antes, se tornasse então realidade”, afirmou Javier Cotelo em seu artigo.

O arquiteto lembrou ainda que em 11 de dezembro daquele mesmo ano, o papa convidou dom Álvaro Del Portillo para concelebrar a Missa em sua capela privada e tomar o café da manhã.“Desejava comunicar-lhe a alegria que lhe tinha provocado benzer a imagem da praça e agradecer-lhe a ideia para a sua colocação”, relatou.

Segundo Cotelo, o papa teve ainda o pormenor de enviar a dom Álvaro, “alguns dias depois, a cartolina com o desenho, a negro, do mosaico que se utilizou para testar a colocação das peças de cor”. Este desenho "encontra-se atualmente na sede central da prelazia do Opus Dei”, disse.

quinta-feira, 4 de maio de 2023

Deus tem um plano a teu respeito

 
 
É difícil desejar a santidade e ter que conviver com os constantes reveses e derrocadas da alma no caminho para Deus. Devemos reconhecer o nosso nada, com certeza, mas nossa humanidade as vezes desanima. Vejamos o que nos diz o Pe. Pierre Charles, SJ, a respeito desse assunto:

"Deus tem um plano a teu respeito, não rígido e cego, mas flexível como a sua graça e sinuoso como a tua inconstância; ele te espera ainda na encruzilhada dos teus caminhos, e tu podes sempre subir com ele para a luz da Ressurreição. Faltaste-lhe? São Paulo também fez o mesmo. Chamava-se então Saulo de Tarso; mas a divina misericórdia em seus planos tirou-o do erro e do pecado para transformá-lo num vaso de eleição, e é por meio desse Apóstolo dos Gentios que veio até nós a fé. Será ele um diminuído nesse plano de misericórdia?

Pecastes gravemente, publicamente e vos tornastes um objeto de escândalo? A Igreja latina crê que a Madalena não foi menos culpada, e entretanto é a única santa em cuja festa se recita o Credo na missa, o que a Igreja não faz para as Virgens nem para os Pontífices, porque a sua fé em Cristo Redentor a salvou, e porque conquistou a admiração do coração de Deus. No plano da misericórdia  não é esta penitente elevada ao plano da inocência?

Continuemos a ladainha; veremos que todos os santos foram marcados com este selo divino: São Pedro, que só receberá o rebanho depois de haver renegado o Pastor; Santo Agostinho em quem brilhará a graça preveniente (que antecede) e a solicitude do Pastor pela ovelha extraviada; São Francisco de Assis, Santo Inácio de Loiola, e todos os que voltaram, como o pródigo, não para serem admitidos entre os servos, mas para revestirem a túnica principal - stolam primam.

Aqueles que Deus ressuscita, cura-os não somente da morte, mas também da enfermidade que os fez morrer. Lázaro saído do túmulo não trazia a cor nem o cheiro de cadáver. Estava sentado à mesa, ceava, e os judeus vinham de Jerusalém para ver esse morto restituído à vida, e mais que à vida, à santidade.

"Ó Deus, que de modo admirável criastes a natureza humana, e de modo mais admirável ainda a reformastes", dizem os sacerdotes na missa...

A ilusão do irreparável deve ser banida de nossas almas. O próprio bom ladrão foi o primeiro a forçar as portas do céu e a exercer uma função eterna na Igreja. O impulso do arrependimento pode ser forte como a morte: saber-se perdoado é uma persuasão repleta de germes de virtude, e os que foram preservados como os que foram reparados devem, uns e outros, agradecer a Deus a graça de escol (o que é considerado melhor) que receberam".

Instituto Santa Família