sexta-feira, 22 de julho de 2022

Regular a vontade é regular o homem todo (Pe. Alberione)

 


A nossa vontade é a faculdade soberana, rainha de todas as faculdades, sentidos internos e externos, potências e paixões. 

(Pe. Alberione _ Fundador da Família Paulina) 

Antes do pecado original, a vontade humana estava em perfeita harmonia com a do Criador.  Quando o homem caiu pelo pecado original, envolvido pela mentira da serpente - o diabo - a vontade rebelou-se contra Deus e os sentidos desordenaram-se tornando-se indóceis. 

"O homem conserva o desejo do bem, mas a sua natureza está ferida pelo pecado original. O homem ficou com a inclinação para o mal e sujeito ao erro (CIC 1707):

"O homem encontra-se, pois, dividido em si mesmo. E assim, toda a vida humana, quer singular quer coletiva, apresenta-se como uma luta, e quão dramática, entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas ". (II Concílio do Vaticano, Const. past. Gaudium et spes, 13: AAS 58 (1966) 1035)

Esta vontade está sujeita aos apetites dos sentidos, e direciona-se para onde estes os conduzem. Fazer a vontade de Deus, agora, nesta nova condição, é difícil, requer sacrifícios, e com frequência se dá um passo para trás.

Só com muita firmeza, exercitando a vontade a aceitar o querer divino é que se pode avançar  no crescimento interior pelo auto domínio e determinação, que vem da obediência.

Mas para se chegar a este estado de domínio de si é necessário tempo, treino, e muita oração, porque os sentidos estão sempre sendo colocados à prova. E dominar a vontade é ter o corpo todo sob controle. 

"Todos nós, sem dúvida, queremos viver felizes, e não há entre os homens quem não dê o seu assentimento a esta afirmação, mesmo antes de ela ser plenamente enunciada". (Santo Agostinho, De moribus Ecclesiae catholicae 1. 3, 4: CSEL 90, 6 PL 32, 1312)

Deus chama-nos à sua própria felicidade. Esta vocação dirige-se a cada um, pessoalmente, mas também ao conjunto da Igreja, povo novo constituído por aqueles que acolheram a promessa e dela vivem na fé. (CIC 1719)

Só exercitando a liberdade - que foi conferida ao homem por Deus - no sentido de querer o bem e praticá-lo, é que podemos colocar a vontade na sua melhor posição: a de ouvir a voz de Deus, acolhê-la e transformá-la em decisão, em realidade de ação. 

Os padres do deserto se isolavam consigo mesmos no sentido de conhecer-se para vencer em si toda desordem, todo movimento passional que os desviava do bem, do amor, da compaixão. Nem sempre temos esta oportunidade. Por isso a importância da oração repetida e confiante, que se alicerça no poder de Deus, e Nele espera toda transformação, conversão.

Conhece-te a ti mesmo, dizia Sócrates, para que cientes das fragilidades pessoais, seja possível entender e superar tudo aquilo que nos afasta deste controle da vontade, que regula o homem todo. Na introspecção da oração pode acontecer este passeio pelo interior do homem em busca de Deus e de si mesmo. 

Vigiai e orai...( Mt 26,41) pedindo ao Senhor que nos torne homens e mulheres que tem auto controle.

Malu e Eduardo Burin - Instituto Santa Família

quarta-feira, 13 de julho de 2022

São João Paulo II às famílias

Livro com cartas de João Paulo II | MAISFUTEBOL 

"É necessário proclamar alto a santidade do matrimônio, o valor da família e a intangibilidade da vida humana. Não me cansarei nunca de cumprir esta que julgo missão inadiável". São João Paulo II

Participamos de uma cerimônia de casamento há poucos dias, e ficamos encantados com o sacerdote que a conduziu. Ele foi muito claro quanto à importância e a sacralidade que o vínculo matrimonial tem, e como é fundamental que o casal tome consciência desta realidade a fim de preservar todos os valores cristãos inerentes à esta vocação.

Em primeiro lugar, o padre falou que o matrimônio santifica os cônjuges na medida em que  eles aceitam as dificuldades da vida sempre confiando na presença de Deus no meio deles, como o regente desta obra que é fruto do seu querer. Depois, que devem esforçar-se no sentido de buscar a felicidade do outro, colaborar para que o esposo(a) seja amado e cuidado com muito carinho e respeito. Apontou as três promessas que são feitas por eles diante de Deus, do sacerdote, da família e amigos, como uma responsabilidade séria e determinante do sucesso da vocação: a fidelidade de um para com o outro, o livre arbítrio que os levou à decisão de se unirem em matrimônio, e a aceitação os filhos que Deus lhes conceder.

Numa época em que as famílias vivem uma crise de sentido de sua existência, em que surgem novas modalidades de união que contrariam, no cerne, a criação do homem e da mulher como complementares na reprodução humana, esta cerimônia foi um bálsamo para nós que nos consagramos no Instituto Santa Família para proclamar que acreditamos no sacramento do matrimônio, e queremos permanecer fiéis a Deus vivendo nele. 

É na família que encontramos as virtudes da doação, do serviço à vida, do cuidado mútuo entre seus membros, da gratuidade do amor dos pais pelos filhos, da generosidade que brota para além das paredes de um lar, quando esta família divide seus dons com os mais necessitados, e do exemplo das gerações que a precederam.

Hoje a banalização da vida que é descartada no aborto e na eutanásia (ou nos métodos contraceptivos), já legalizados em vários países, o divórcio que torna-se uma opção tão banal para questões que poderiam ser resolvidas com um pouco de maturidade e espírito de sacrifício - no sentido de buscar saídas para as discrepâncias que são normais na vida dos casais - são chagas que sangram e tornam a humanidade órfã do esteio que a família dá ao ser humano.

Não nascemos para ser avulsos, para ficar trocando de parceiro como se troca de roupa. Isso machuca, desconstrói nossas estruturas afetivas mais profundas e deixa rastros de sofrimento na vida daqueles com que nos "relacionamos".

É preciso ter a coragem de São João Paulo II, e proclamar com os lábios e o exemplo que optar pelos valores cristãos da família é um grande serviço - e talvez o mais urgente para a sociedade atual -  que podemos prestar.

Se você busca a santidade no seu matrimônio, conheça o Instituto Santa Família. É preciso formar-se melhor para tornar-se um esposo(a) e um cristão melhor, e uma família que seja fermento na massa e no mundo.

Informe-se: institutospaulinos@paulinos.org.br

Malu e Eduardo Burin