Evangelizar
é preciso porque este foi o mandato de Nosso Senhor Jesus Cristo, que disse:
“Ide por todo mundo pregai o Evangelho a toda a criatura” (Mc 16, 15). São João
Paulo II fez ecoar essas palavras de Jesus, quando disse que muitos são
batizados, mas pouquíssimos são evangelizados. Evangelizar é preciso em
sintonia com a Igreja do Brasil e seu Projeto: “Queremos ver Jesus, caminho,
verdade e vida”.
Nunca
o nome de Jesus foi tão falado e propagado, mas, infelizmente, como um “fast food
espiritual” que resolve o problema de todos principalmente daqueles que
arrecadam no uso de Seu nome. A única forma de lutar contra todas essas
leviandades de uma fé banalizada é levar as pessoas a uma experiência profunda
com Jesus, resgatando-as para Ele.
A
própria Igreja no Brasil, nos lança os desafios quando pede uma evangelização
que atinja a pessoa, a comunidade e a sociedade. Desafio que se torna maior
ainda quando nos questionamos se evangelizar, segundo as palavras de Jesus, “Eu
vos farei pescadores de homens”, significa pescar num aquário ou reduzir nossa
evangelização a sermões dados e bem preparados àqueles que frequentam a
Igreja. A Igreja nos desafia a evangelizar e a trazer de volta o católico
“de ocasião”, aquele que só vem para batizados, missa de sétimo dia ou quando o
desgosto da vida faz com que a pessoa busque a Igreja como um “supermercado de
graças”.
O
desafio da evangelização se faz maior quando somos chamados a “lançar redes em
águas mais profundas”, para resgatar os jovens que, cada vez mais, estão
distantes da Igreja e dos quais exigimos, quando nela estão, que se comportem
como adultos e pessoas da terceira idade.
Faz-se
necessário lembrar que os protagonistas da evangelização deste milênio não são,
necessariamente, os sacerdotes, mas os leigos chamados a evangelizar pelo
testemunho da vida, pelas obras e pela fé.
Deus
não é um “supermercado de graças” e não precisamos querer arrancar algo D’Ele.
Se
evangelizar é uma urgência e se somos evangelizadores, então como evangelizar? Para
nós que somos evangelizadores, evangelizar é acolher cada pessoa que chega e
que se sente deslocada. Evangelizar é acolher aqueles que tropeçam no decorrer
de sua vida e se desviaram da graça. Evangelizar é estender o braço para aquele
que está caído. Evangelizar é oferecer uma nova chance para aquele que quer se
redimir. Evangelizar é acolher e trazer de volta a ovelha machucada e
desgarrada que já sofreu muito no mundo e levou pancada demais, de outros e
falsos pastores. Evangelizar é falar o que Jesus disse, fazer o que Jesus fez.
Evangelizar é encurtar distâncias, é ser ponte onde há inimizades, é saber
criar situações onde o bem comum fale mais alto e a justiça de Deus aconteça.
A
humanidade está faminta de Deus e não é justo que deixemos que eles vivam de
migalhas. Não podemos nos esquecer dos ensinamentos da multiplicação dos pães.
A humanidade está sedenta de água viva e se envenena com a água contaminada do
medo, da violência e da insegurança. Não é justo guardarmos as talhas para nós
e deixarmos que a água pura e cristalina jorre somente entre os átrios de
nossas Igrejas.
Creio
numa evangelização feita com arte, como uma grande sinfonia, onde no todo há
harmonia e cada instrumento é importante e singular.
Evangelizar
é preciso porque é na Palavra de Cristo que encontraremos as ferramentas
necessárias para despertar consciências adormecidas e relaxadas, que semeiam
valores contrários à família, à fidelidade ao respeito e ao amor.
Pe. Reginaldo Manzotti é coordenador da Associação Evangelizar é Preciso, e pároco e reitor do Santuário Nossa Senhora de Guadalupe em Curitiba (PR).
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