A
fé cristã não se sustenta em abstrações vagas, nem mesmo por emoções
passageiras. O especificamente cristão é o próprio Cristo. Sempre, e em tudo o
que diz respeito a nossa caminhada cristã, é necessário começar e recomeçar a
partir de Cristo, reconhecendo que “não se começa a ser cristão por uma decisão
ética ou uma grande idéia, mas pelo encontro com um acontecimento, com uma
pessoa que dá um novo horizonte à vida e, com isso, uma orientação decisiva”.
(Bento XVI)
É
de Cristo que nasce e germina, com fecundidade, toda a ação da Igreja. Sendo a
misericórdia uma necessária permanente prática da Igreja, não há como pensá-la
e exercê-la, se esta não tiver um rosto.
Se
quisermos saber o que Deus falou e como falou de misericórdia; se quisermos
conhecer sua prática e suas ações misericordiosas; se quisermos identificar o
seu coração e ver seu rosto misericordioso, aproximemo-nos do Evangelhos. Lá
encontraremos o retrato falado, a fonte inspiradora e o Mestre da misericórdia.
Tudo o que fez, o que disse, e quem foi Jesus, torna presente com realismo e
clareza total, o Pai misericordioso.
Mesmo
que as multidões, e até mesmo os apóstolos não conseguissem ver tudo no rosto
de Cristo, não há como negar que a multidão carregada de misérias percebia no
rosto de Cristo o rosto da misericórdia. Diante dele não havia espaço para a
neutralidade. A força interior que Jesus comunicava suscitava admiração ou
escândalo. Por onde Jesus passava, as portas da misericórdia iam se abrindo.
Nele se sentia o Reino chegando.
“Quem
faz Cristo entrar na sua vida, nada perde, nada absolutamente, nada daquilo que
torna a vida livre, bela e grande. Não! Só nesta amizade se abrem de par em par
as portas da vida. Só nesta amizade se abrem realmente as grandes potencialidades
da condição humana. Só nesta amizade experimentamos o que é belo e o que
liberta. Assim, eu gostaria com grande força e convicção, partindo de uma longa
vida pessoal, de vos dizer hoje: Não tenhais medo de Cristo! Ele nada tira, ele
dá tudo. Quem se doa por ele recebe o cêntuplo. Sim, abri de par em par as
portas a Cristo e encontrareis a vida verdadeira” (Bento XVI).
Frei Luiz Turra
Neste
Ano da Misericórdia é bom recordarmos quais são as obras de misericórdia
corporais e espirituais, para que arregacemos as mangas para sermos os braços
do Deus misericordioso, neste mundo sem amor e sem paz.
Obras
de misericórdia corporais:
1.
Dar de comer a quem tem fome.
2.
Dar de beber a quem tem sede.
3.
Vestir os maltrapilhos.
4.
Dar pousada aos peregrinos.
5.
Visitar os doentes e encarcerados.
6.
Remir os cativos.
7.
Sepultar os mortos.
Obras de misericórdia espirituais
3.Corrigir com caridade.
4.Consolar os aflitos.
5.Perdoar as injúrias.
6.Sofrer com paciência as fraquezas do próximo.
7. Rogar a Deus pelos vivos e defuntos.
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