Estamos em
novembro, mês das almas do purgatório. Todos querem salvar-se, contudo não
sabemos em que condições estaremos no dia de nossa morte. É possível que
tenhamos que passar pelo purgatório, uma vez que somos pecadores, e que nem
sempre estamos no estado de pureza tal que nos garanta a ida ao céu logo após
nossa morte. Por isso, vamos meditar sobre um texto do livro “Imitação de
Cristo”, tão antigo e sempre repleto de sabedoria...
“Em
todas as coisas olha o fim, e de que sorte estarás diante daquele retíssimo
juiz para quem nada é oculto, que não se abranda com dádivas, nem admite
desculpas; mas que julgará segundo a justiça.
Ó
pobre pecador! Que responderás a Deus que sabe todas as tuas maldades, tu que
às vezes temes o rosto de um homem irado?
Por
que não te acautelas para o dia do juízo, quando ninguém poderá ser desculpado
nem defendido por outrem, mas cada um terá bastante que fazer por si?
‘Pois
então estarão os justos com grande constância contra os que os angustiaram e
perseguiram’.(Sb 5,1)
Então
se levantará para julgar aquele que agora se sujeita humildemente ao juízo dos
homens.
Então
terá muita confiança o pobre humilde; mas o soberbo estremecerá de pavor.
Então
se verá como foi sábio o que neste mundo aprendeu a ser louco e desprezado por
Cristo.
Então
agradará toda a tribulação sofrida com paciência, ‘e a maldade não abrirá a
boca’. (Sl 106,42)
Então
se alegrarão todos os devotos, e se entristecerão todos os irreligiosos.
Então
exultará mais a carne mortificada, que a que sempre viveu em deleites.
Então
resplandecerá o vestido grosseiro, e parecerá vil o precioso.
Então
será mais aplaudida a pobre choupana, que o suntuoso palácio.
Então
aproveitará mais a constante paciência, que todo o poder do mundo.
Então
será mais exaltada a simples obediência, que toda a sagacidade do século.
Então
se alegrará mais a pura consciência, que a douta filosofia.
Então
te consolarás mais de haver orado com devoção, que de haver comido com regalo.
Então
te alegrarás mais de ter guardado silêncio, que de ter falado muito.
Então
te aproveitarão mais as obras santas, que as palavras floridas.
Então
agradará mais a vida estreita e rigorosa penitencia, que todas as delícias
terrenas.
Do livro
“Imitação de Cristo” – Tomás de Kempis
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