No dia da Apresentação do Senhor, em torno do Papa Francisco e pelo
mundo todo, renova-se a consagração destas pessoas preciosas aos olhos
de Deus e de todos os cristãos. Com velas acesas, simbolizando a entrega
de suas vidas e o reconhecimento do grande sinal que representam,
louvamos a Deus por estes irmãos e irmãs e pedimos o fortalecimento de
suas disposições para o serviço do Reino de Deus.
Sabemos que a plenitude da vida acontecerá quando Deus for “tudo em
todos” (Cf. 1 Cor 15, 28). A pessoa chamada à vida consagrada é
“apressada”! Deseja viver, desde já, a realidade do Céu. Faz votos
públicos de entrega de sua vida ao Senhor, plena liberdade. Basta ver a
imensa lista de santos e santas, passando dos mais conhecidos, como São
Francisco de Assis, Santo Antônio, São João Bosco e outros, até chegar
aos que continuamente são apresentados à Igreja e ao mundo, nas
beatificações e canonizações, como testemunhas qualificadas, que atestam
a validade permanente do Evangelho.
Estes são homens e mulheres que aceitaram serem sinais de Deus em todos
os tempos. Em alguns casos, sua dedicação fundamental é a contemplação,
como nos muitos mosteiros de várias ordens e congregações masculinas e
femininas, verdadeiros para-raios de oração diuturna pela Igreja e pelo
mundo. Outras pessoas estão presentes nas atividades pastorais, de forma
ativa e dedicada, animando as Comunidades, formando catequistas,
incentivando as vocações ou na animação bíblica de grupos e comunidades.
Muitos religiosos e religiosas estão nas Escolas confessionais e
públicas, apaixonados pela educação das novas gerações. Que dizer das
pastorais sociais, como a Pastoral da Criança, da Saúde e outras áreas
marcadas pelo testemunho que chega às raias do heroísmo. Em nosso país,
tantos viveram tal testemunho até o derramamento do próprio sangue,
mártires da verdade do Evangelho.
Deus tem um olhar pessoal e
intransferível para cada cristão, e este olhar tem o nome de vocação.
Convido todos os jovens a se confrontarem com a Palavra de Deus que
escutam na Santa Missa, descobrindo-a como dirigida especialmente a
eles. Provoco com força e ternura tantos deles que experimentam no mais
profundo do coração a inquietação, que os conduz a buscarem a liberdade
das coisas, dos afetos e de si mesmos, para se lançarem na maravilhosa
aventura do seguimento radical de Jesus Cristo.
Aos religiosos e religiosas e outras
pessoas que se consagram na profissão dos Conselhos Evangélicos, chegue o
estímulo à fidelidade crescente ao Senhor, no amor a Ele e a todos os
homens e mulheres de todas as idades e situações sociais, que suplicam a
luminosidade do grande sinal. Olhem para Maria, aquela que é toda
revestida da Palavra de Deus, o “Grande Sinal” que realiza plenamente a
vocação da Igreja (Cf. Ap 12, 1-6). Nela está o dever ser que a Igreja e
o Mundo esperam das pessoas consagradas.
Trechos de artigo de Dom Alberto Taveira Corrêa - Arcebispo de Belém do Pará
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