Existe
uma oração, de autoria de Pe. Alberione, intitulada “Oração da Família”. Ela
foi composta visando os membros do Instituto Santa Família, ou seja, para
casais que se consagram a Deus numa vida secular, ou que estão em processo de consagração .
A
oração é muito bela, porque ao fazê-la, reconhece-se que neste caminho de amor
e salvação, a consagração num Instituto de Vida Secular Consagrada, o casal
pede a Jesus Mestre, que seu lar seja um berço das virtudes que animaram a vida
do lar de Nazaré: piedade, obediência, caridade, honestidade de vida. Há um
ponto, que eu considero fundamental no texto, que é: “que nossos filhos, que são
nosso maior tesouro”... Essa expressão, “nosso maior tesouro”.
Quero
falar desse tesouro que anda esquecido em tantos lares e das consequências deste
esquecimento.
Até
a metade do século passado, sabíamos bem que nossos filhos eram dons que Deus
nos concedera, algo de extremo valor, vidas e almas que nos foram confiadas
para que as tratássemos com todo o carinho, atenção e responsabilidade. A paternidade e a
maternidade eram considerados como uma dádiva preciosa, porque nos fazem
participantes do poder criador de Deus.
Lá
pelos idos de 1968, essa consciência mudou. Sigmund Freud sonhava o dia em que
fosse separada a geração dos filhos da estrutura familiar, algo que a partir de
68 vem se tornando frequente. Os filhos, desde então, vem se tornando não
mais uma benção, mas um estorvo nos projetos de vida pessoal dos cônjuges. A
gravidez passou a ser um impedimento à liberdade, e às vezes até motivo de se
cometer o mais injusto dos atentados contra a vida: o aborto.
Quais
as conseqüências destes comportamentos? Uma crise de autoridade generalizada
que atinge crianças e jovens, que desconhecem a presença de seus pais como
pessoas comprometidas pessoalmente em seu desenvolvimento. Na Inglaterra algumas
crianças têm pedido ao Papai Noel por um pai, outras pedem simplesmente um irmãozinho.
Os filhos passaram a ser considerados por seus pais como “mercadoria”, um sonho
de consumo que se determina quando se quer, e quando não se quer, fruto de cálculo,
e não de amor.
Assim
se tem desconfigurado a família, e arruinado a educação dos filhos. Os pais não
têm tempo para se dedicarem aos filhos, e os enviam cada vez mais cedo à escola,
esperando que lá eles recebam os valores que deveriam receber deles.
Precisamos
urgentemente restaurar a família como núcleo formador de pessoas que experimentam
o amor em casa, porque os enxergam em seus pais, porque são prioridade em seus lares. Não
é fácil, evidentemente, mas sem empenho não teremos uma sociedade comprometida
com a vida, com valores e especialmente com a fé.
Olhemos
como se comportava a Sagrada Família. Quando Jesus perdeu-se no templo, Maria,
ao encontrá-lo, questiona seu comportamento, mesmo sabendo que ele é Deus, e
que era maduro suficiente para agir daquela forma. Jesus se justifica
plenamente, mas retorna com os pais para casa e continua submisso a eles.
Amor
por parte dos pais, obediência por parte dos filhos. Assim nos ensina a família
de Nazaré. Encomendemo-nos a eles dizendo:
Jesus,
Maria e José, a nossa família vossa é!!
Malu
Muito atual e verdadeiro. É o que traz grande parte das crianças e adolescentes aos consultórios de psicologia: pais que não enxergam os próprios filhos como seres em formação que carecem de atenção, carinho e limites, e sim como extensão de seus projetos.
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