Para esposo de Maria, para cuidador e zelador do Filho de Deus Encarnado
e provedor da Sagrada Família, Deus não escolheria ninguém menos senão
um homem íntegro e fiel, ou seja, um homem justo e santo: São José.
Assim como Maria, José também recebeu a visita de um anjo, que em
sonho lhe disse que a obra ocorrida em sua noiva era fruto do Espírito
Santo (Mt 1,20). Além de justo, José era um homem de fé. Ele confiava e
esperava plenamente em Deus.
Por três vezes, Deus se manifesta a José através de sonhos, o que
denota, dizem alguns estudiosos das Sagradas Escrituras, que ele era um
homem profundamente contemplativo e aberto aos sinais de Deus até
durante as vigílias do sono.
Engraçado observar isso, pois a figura marcante que nos chega de José
é de um operário. E realmente ele era um. Um artesão que ganhava a vida
por meio de seu trabalho como carpinteiro.
Em José temos a excelência do lema beneditino: “Ora et Labora”, isto é, reza e trabalha.
É das mãos de São José que nascem suas obras: um móvel, um
utensílio... Como artesão, José reflete o seu Criador. Verdadeiramente
ele é imagem e semelhança de Deus. E é das atitudes de São José que
nasce a Sagrada Família. Deus quis contar com José para realizar sua
obra de Salvação.
Talvez hoje, pelo fato de as mulheres terem entrado no mercado de
trabalho e dividirem tarefas com os homens; talvez por que as famílias
atualmente estejam tão desfiguradas, nós não consigamos perceber direito
a importância da participação de São José.
Todos os homens recebiam uma educação básica, que incluía ler pelo
menos as Escrituras. Cabia ao pai a educação dos seus filhos. Muito
provavelmente as parábolas narradas por Cristo, quando adulto, devem ter
sido apresentadas por José, durante sua infância e adolescência, como
forma de explicar as tradições e as leis mosaicas.
“Contra toda expectativa humana, Deus escolheu o que era tido como
impotente e fraco para mostrar sua fidelidade à sua promessa.” (CIC 489) Maria se destaca por sua Imaculada Conceição. Já José trazia, como nós, a marca do pecado original. Imaginemos então quão incrível não foi a vida desse homem ao lado de
uma mulher predestinada desde toda a eternidade a ser plenamente cheia
de graça.
Em primeiro lugar, podemos pensar quantas bênçãos recebeu por
intermédio de Maria. E também quão heroica e virtuosa não foi a sua
vida, para corresponder ao específico chamado.
Se Maria é cheia de graça e irradia bênçãos sobre todos nós, José,
como ninguém, soube ser receptor dessas graças; e também canal para
Jesus, que, obediente, lhe era submisso (cf. Lc 2, 51a. 52).
O principal problema da nossa sociedade não é a falta de trabalho ou
as famílias esfaceladas, mas o fato de termos criado um mundo com
necessidades demais e muitas vezes vazias de sentido e sem propósito, o
que nos tira o foco do que é essencial.
Muitas vezes nós suamos nossas camisas por mera aparência. Queremos
ter o carro do ano, a roupa da moda ..., mas esquecemos que o que
importa é de graça e está ao nosso lado: nossa vida, nossa fé, nossa
família, nossa saúde e bem-estar, os momentos que passamos com os
verdadeiros amigos etc.
São José é exemplo de homem que soube cumprir com a sua missão.
Recebeu de Deus a vocação para ser pai adotivo do Salvador e em nenhum
momento reclamou ou se negou a cumprir seu papel. Na verdade, o fez com
excelência, voltando-se ao essencial.
São José não fez do seu trabalho uma desculpa para se afastar de
Deus, como se não tivesse tempo. Ao contrário, dedicou seu trabalho, sua
paternidade e seu casamento para proporcionar um ambiente propício para
que a Sagrada Família pudesse ser verdadeiramente família.
Que São José nos abençoe a todos e nos sirva de exemplo para que
tenhamos fé e confiança em Deus, sejamos justos e incansáveis em nossos
trabalhos, construindo e colaborando para a criação de um mundo bom para
as nossas famílias. Amém.
Aldo Marques
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