segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Como ser feliz no Matrimônio?

 Sacramento do Matrimônio- você sabe o real significado? Descubra! -  WeMystic Brasil

Depois de restituir ao matrimônio a sua original pureza, Nosso Senhor Jesus Cristo ensina que a inocência deve reger o ser humano em qualquer estado de vida.

No texto do Gênesis, encontra-se o princípio da criação, ou seja, o relacionamento que existia entre homem e mulher antes do pecado: união santa, monogâmica e indissolúvel, em total conformidade com a natureza de ambos.

Se esta situação foi alterada, deveu-se à dureza de coração das gerações posteriores, consequência da queda original. A mulher foi sendo paulatinamente relegada da consideração do homem e a poligamia — que teve sua origem na linhagem de Caim (cf. Gn 4, 19) — tornou-se um hábito generalizado em muitas civilizações pagãs da Antiguidade, e era tolerada, inclusive, entre os hebreus.

Mesmo sob o regime da Lei de Moisés, o trato dispensado ao elemento feminino estava marcado pelo desprezo. Nosso Senhor Jesus Cristo veio restabelecer a primitiva pureza da instituição do matrimônio.

O contrato natural elevado a Sacramento

Se o casamento é indissolúvel, o marido que se separa da mulher, ou vice-versa, e contrai uma nova união, comete adultério. Então, como é possível ser fiel no matrimônio? Seria suficiente restaurar o matrimônio em sua primitiva pureza ou haveria algo a acrescentar a esta visão essencial?

Só quando ambos se determinam a abraçar a cruz e carregá-la juntos, o matrimônio atinge sua plenitude e seu esplendor.

Não nos iludamos! Em qualquer estado de vida, o verdadeiro caminho a ser trilhado é o da cruz! Depois do pecado original, ela sempre estará presente no convívio social, havendo desavenças e desencaixes inclusive entre esposos.

Falsa seria a afirmação de que é possível existir um casal tão inteiramente harmônico, que cada um dos consortes nunca tenha de fazer esforço para adaptar-se ao outro.

Daí a importância do Sacramento, que “purifica os olhos da natureza, faz suportáveis as desgraças, enternecedoras as enfermidades, amáveis a velhice e os cabelos brancos. A graça torna o amor paciente. Ela o fortifica face ao choque dos defeitos com que ele se deparou”.

União de dois que resolveram abraçar juntos a cruz

Isto quebra a ideia romântica ― tão difundida pelas produções cinematográficas de Hollywood e pelas novelas televisivas ― de que a vida matrimonial é uma realidade feita de rosas…

Sim, há rosas perfumadas, de pétalas muito bonitas, mas com caules crivados de espinhos terríveis… Porque não existem dois temperamentos iguais! Se não há dois grãos de areia ou duas folhas de árvore idênticas, menos ainda duas criaturas humanas, pois quanto mais se sobe na escala dos seres, maior é a diferença entre eles.

A utopia da igualdade absoluta dos homens é uma loucura! Costumava dizer o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira que Deus não é tartamudo e, portanto, não repete suas obras: “Cada ser é uma sílaba única e perfeita da ação criadora de Deus naquela gama, o que é verdadeiramente uma maravilha”.

Às vezes há processos de separação por causa de bagatelas.

Qual a raiz de tais desentendimentos? A dificuldade em aceitar a Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. Para nos redimir, bastaria que Jesus oferecesse ao Pai um gesto — pois todos os seus atos têm mérito infinito —, mas Ele preferiu padecer os tormentos da Crucifixão, o suplício mais ignominioso daqueles tempos, dando-nos assim o exemplo de como devemos abraçar a nossa própria cruz.

Age com grande insensatez quem se baseia na estrita beleza física ao contrair matrimônio, esquecendo-se de que, com o correr dos anos, a fisionomia e a pele vão adquirindo outra aparência…

Pior ainda é o erro no qual incorre quem se casa por sensualidade, acreditando na mentira de que a felicidade está em dar vazão a paixões voluptuosas no relacionamento matrimonial.

Neste não pode haver libertinagem; cada um deve respeitar a si mesmo e o outro, tendo como objetivo a prole. O que se fizer sem esta intenção é pura e simplesmente pecaminoso, como ensina Santo Agostinho:

“tudo quanto os esposos realizem contra a moderação, a castidade e o pudor é um vício e um abuso, que não provém do autêntico matrimônio, mas sim de homens mal refreados”.

Soltar as rédeas das paixões é inconcebível em qualquer circunstância, pois o combate a elas é o cerne de nossa luta e de nossa cruz.

Peçamos o indispensável amparo da graça para conservarmos intacta a inocência, ou para reconquistá-la, e sejamos arautos da Inocência Eterna, Nosso Senhor Jesus Cristo, e da Inocente por excelência, Maria Santíssima.

Mons João Clá Dias

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