De repente ficamos em suspenso aguardando os próximos movimentos das nações que estão em guerra. A Rússia ataca a Ucrânia, e o mundo todo prende a respiração na expectativa de algo que pode dar muito errado: uma guerra nuclear.
Especialistas avaliam as estratégias do país agressor, outros mobilizam-se para enviar ajuda ao país agredido, e o dia de amanhã continua a ser uma incógnita ameaçadora.
As sanções econômicas entram em ação, e as grandes potências tomam seus partidos. São os polos que preparam-se para buscar a paz, ou destruí-la.
Porque chegou a este ponto, perguntam uns, ou quais as terríveis consequências para o mundo já alquebrado pela pandemia que nos assola há dois anos? São muitas dúvidas, enormes incertezas, e sofremos.
Nunca estivemos numa linha tão tênue entre vida e morte, seja pela pandemia, sejam pelos desastres naturais que se multiplicam por conta do clima fragilizado, seja pela paz que é artigo raro em nossos dias. E o sonho de um mundo justo, fraterno e em paz, passa a ser quase um conto de fadas.
Na verdade, perdemos a paz ao perdermos o paraíso em Adão e Eva. Ali, naquele desequilíbrio entre a obediência e a busca de "mais conhecimento"- ou seja, poder - perdemos o Éden. E com esta perda veio a guerra, que começou no coração de Caim ao invejar Abel, e matá-lo. Dali em diante, o conflito de interesses instalou-se no coração humano, e desde então isso é uma realidade que perpassa o coração de todo homem.
Contudo, essa realidade não é um fim em si mesma. O mal não nos define. É possível escolher o encontro à separação, o perdão em oposição ao rancor, e ao desejo de vingança. É possível amar nos moldes do amor de Cristo: um amor que privilegia a construção do outro e o seu bem, em detrimento do egoísmo que isola.
O céu começa em mim e em você. É uma questão de fé, e de escolha. E essa decisão não se limita a tempo e lugar. Pode acontecer à partir do momento em que se tem consciência de que a vida é curta, de que esse mundo passa, e de que somos eternos.
Não há tempo para guerras, porque elas nos roubam o amanhã.
Sejamos pela paz. Pela paz que pode ser realidade em nós, e gerar um espaço de concórdia ao nosso redor. Isso já é fazer o bastante pelo próprio amanhã, e por um mundo mais evoluído afetivamente.
Malu Burin
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