Após o término do Sínodo da Família, Dom Sergio da Rocha, presidente da Conferência Episcopal do Brasil, foi arguido por Zenit
se, depois do
Sínodo, mudou alguma coisa sobre a disciplina dos
sacramentos para as pessoas ou famílias feridas, ou se é necessário,
ainda, esperar uma palavra definitiva do Papa. Seguem abaixo alguns alguns trechos desta conversa.
“O texto, na verdade - ressaltou o presidente da CNBB - é um texto que em parte, deixa em aberto a questão". Na verdade, "não há um pronunciamento sobre essa questão". Ou seja, no texto aprovado "não aparece a questão do acesso aos sacramentos por parte de pessoas nessas condições".
Porém,
Dom Sergio esclareceu que no final do texto há um pedido claro que os padres
sinodais fizeram ao papa. "Nós pedimos ao papa uma palavra definitiva,
isto é, um documento que fosse sobre a família", recordando também que na
terceira parte do relatório final do sínodo se "retoma a Familiaris
Consortio, 84, que é justamente a respeito das diferentes situações que
precisam ser discernidas".
Acolhida
Portanto,
segundo Dom Sergio, "a ênfase é na acolhida, isto é, na participação
dessas pessoas na vida da Igreja para que elas não se sintam
excluídas"
"E não
se esqueçam -disse também o arcebispo de Brasília - que o Papa já tinha,
anteriormente, publicado aquele documento chamado Motu Proprio sobre os
processos de nulidade matrimonial", o qual não "é para facilitar,
como alguns entendem, mas para favorecer aquilo que é justo. Isto é, muitos
casais que, de fato, estão numa situação de segunda união, mas que o seu
primeiro casamento foi nulo, quer dizer, não houve, na verdade, propriamente o
casamento". Esse tema, portanto, de acordo com o prelado, "recebeu de
novo uma ênfase significativa. Ou seja, nós precisamos de atenção pastoral,
acompanhamento dessas situações".
Contudo,
não se altera a disciplina atual da Igreja
Dom
Sergio reiterou que "pedimos ao Santo Padre para que, depois, haja uma
palavra definitiva" e que o tema "apareceu mais nas discussões",
disse, recebendo "na mídia uma importância muito grande, que de fato tem,
mas não é objeto explícito do texto". De tal forma que - acrescenta o
presidente da CNBB - "o nosso entendimento é esse" que "o
texto insiste na questão da acolhida, na questão da orientação, da ajuda a
estes casais, que favoreça, naquilo que for possível, sua atuação, sua
participação, e o pedido ao santo padre de uma palavra mais definitiva sobre
isso, a partir dessas reflexões que o sínodo traz".
O
texto deixa a cada bispo o discernimento
"Nesse
momento, é claro, - diz o prelado - nós não temos aqui um pronunciamento
diverso, da conferência episcopal, até porque não cabe à conferência episcopal
esse pronunciamento, o texto não deixa, mas, sim, deixa a cada bispo o como
orientar esses casais na vida de comunidade". De tal forma que "o
padre, junto com o bispo, ao atender, possa ver qual é o grau possível de
participação" no concreto.
É
importante lembrar que não é um texto legislativo
Por
último, o arcebispo chamou a atenção para um ponto: esse texto não tem caráter
legislativo. "Na verdade, cuidado". Este Sínodo não "tem um
caráter como tem outros documentos do magistério. São sugestões, são propostas,
ou melhor, reflexões e propostas que os padres sinodais apresentam ao santo
padre", destacou. "Então, por causa disso e da expectativa, às vezes,
se dá a esse texto também um peso maior do que ele realmente tem. Ele deve ser
respeitado, valorizado, acolhido... o próprio Papa autorizou a publicação dele.
Agora, os pontos em aberto, estão em aberto para a reflexão continuar e também
para que as medidas pastorais mais adequadas sejam tomadas", disse.
Por Zenit
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