terça-feira, 12 de março de 2024

quinta-feira, 7 de março de 2024

Como transmitir hoje a fé para a família


“Estamos em um mundo cada vez mais hostil à religião. Não estamos mais na Cristandade e não podemos pensar que a transmissão da fé vai acontecer culturalmente”.

Três sacerdotes espanhóis, Pe. Patxi Bronchalo, Pe. Jesús Silva e Pe. Antonio María Domenech, amam a sua vocação e a sua missão. Eles se reuniram para apresentar um programa de catequese chamado Red de Redes, transmitido no canal do YouTube da Associação Católica de Propagandistas, na Espanha.

No episódio 16, eles se dedicam a abordar um tema que preocupa um número crescente de pais: “a transmissão da Fé na família”.

Esses sacerdotes não têm ilusões sobre o assunto, e começam por abrir os olhos de quem os tenha fechados: “Estamos em um mundo cada vez mais hostil à religião. Não estamos mais na Cristandade e não podemos pensar que a transmissão da fé vai acontecer culturalmente”, diz Pe. Bronchalo. Por isso, “temos que começar do zero e educar nossos filhos em o que eles vão viver [sua fé cristã e estilo de vida cristão] é contracultural na sociedade”, acrescenta Pe. Silva.

Cada família deve encontrar o seu estilo de transmissão da fé. Mas há princípios que devem orientá-lo.

Em primeiro lugar, a coerência da vida dos pais: “Os filhos têm duas câmeras que apontam constantemente para nós”, seus olhos, recorda Pe. Bronchalo, e por isso “a coerência é muito importante”.

“Há pais que deixam de ir um domingo à missa, e isso é ensinar aos filhos que ir à missa é relativo; desmonta a escala de valores que estão formando”, ressalta Pe. Domenech. Por outro lado, nas férias você vai a um lugar onde se sabe que não poderá ir à missa? Ou você evita esses lugares? “Assim, seus filhos colocam na cabeça que a missa é tão importante que justifica inclusive não visitar um país”.

Semear a fé é algo que deve começar cedo, porque na adolescência pode ser tarde demais: “a partir de uma certa idade, quando eles são mais velhos, devemos ter cuidado para não nos tornamos pesados, porque eles erguem um muro e já não escutam”, comenta o P. Silva. “Você já semeou o que tinha para semear; agora só resta rezar e, de vez em quando, convidá-los”.

Com crianças pequenas, todos os meios

Com os filhos pequenos, “não deixem de lançar os fundamentos, de semear, com todos os meios que puderem”, sublinha este sacerdote: por exemplo, ler a Bíblia, levá-los à missa, rezar com eles, fazendo com que sintam que Jesus é uma pessoa viva.

“É importante incutir não apenas conhecimento, mas também experiências, como levá-los diante de Jesus Sacramentado, tocar música cristã, imergi-los na arte cristã… e contar-lhes testemunhos de pessoas cujas vidas mudaram ao se encontrar com Jesus Cristo”, continua o Pe. Silva.

Esse sacerdote também insiste no que chama de ‘chegar mais cedo’: “os filhos vão ter acesso às redes sociais, Tik Tok… e você tem que estar um passo à frente, explicar a eles o que há: que na internet vão dizer-lhe tal coisa, e você tem que saber tal outra'”. Além disso, previne os pais contra o uso da pornografia, pois “quando se perde a moral, perde-se a fé”.

Pe. Bronchalo volta a focar nas refeições em conjunto, já que a mesa é “o altar sagrado de cada família”, o lugar de encontro e partilha. “É preciso cuidar desses espaços privilegiados”, afirma, e evitar que sejam subjugados pela televisão ou pelo celular.

Para o ensino da doutrina cristã, o Pe. Silva recorda que existe o YouCat, um catecismo para os jovens, o seu complemento, o DoCat, com propostas centradas na prática.

E não faltam recomendações de bons filmes cristãos.

Com informações ReligiónEnLibertad

 

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

A maçonaria é incompatível com o catolicismo, diz bispo que participou de evento de maçons

O presidente da Pontifícia Academia de Teologia, dom Antonio Staglianò, diz que á maçonaria é incompatível com o catolicismo

O presidente da Pontifícia Academia de Teologia, dom Antonio Staglianò, reiterou a incompatibilidade entre a filiação maçônica e o catolicismo, dias depois de participar de um evento organizado pelo Grande Oriente da Itália, em Milão.

Staglianò disse a Vatican News, serviço de informação da Santa Sé, que "a heresia maçônica é uma heresia que está fundamentalmente alinhada com a heresia ariana", já que foi Ário " que imaginou que Jesus era um Grande Arquiteto do Universo" – como os maçons se referem a Deus – "negando a divindade de Cristo".

Essa ideia do "Arquiteto do Universo" é incompatível com a fé católica porque " é fruto do raciocínio humano que tenta imaginar um deus, enquanto o Deus dos católicos é fruto da própria Revelação de Deus em Cristo Jesus”.

“Em essência", continuou, "é o fruto de um evento histórico no qual Deus se fez carne, aproximou-se dos homens, falou a todos os seres humanos e os destinou à sua salvação".

"Tramas de poder oculto"

Ao argumentar sobre a total incompatibilidade entre ser católico e maçom, o bispo destacou que "dentro da maçonaria, são desenvolvidas tramas de poder oculto que estão em contradição com a ação cristã".

“Em suma", acrescentou, "quando falamos de inconciliabilidade, estamos nos referindo a profundas contradições".

O que diferencia a maçonaria da Igreja Católica

Dom Staglianò detalhou algumas das diferenças mais óbvias entre a doutrina maçônica e a doutrina da Igreja Católica. Por exemplo, em referência ao conceito de fraternidade, o presidente da Pontifícia Academia de Teologia disse que "nossa fraternidade é estabelecida no sacramento do amor de Deus em Jesus, é estabelecida na Eucaristia, não apenas na ideia genérica de sermos irmãos".

Algo semelhante acontece com o conceito de caridade cristã que, assegurou, "não tem nada a ver com a filantropia maçônica". Isso porque "a caridade cristã corresponde ao evento histórico de um Deus que morreu e ressuscitou por nós e pede a seus filhos que não sejam meramente filantrópicos, mas que sejam, eventualmente, crucificados por amor".

Por outro lado, a maçonaria e o Catolicismo diferem em termos da ideia de Mistério. Enquanto o esoterismo permeia os ensinamentos maçônicos (de tal forma que são transmitidos apenas aos iniciados), na doutrina católica o Mistério " escondido ao longo dos séculos não deixa de ser Mistério, mas deixa de ser escondido. Porque o Mistério escondido ao longo dos séculos foi revelado", disse.

Por Nicolás Cárdenas

sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

Tocado até as entranhas por Cristo

17 ideias de Sao Paulo Apóstolo | apóstolo, apostolo paulo, são paulo

Segundo os dizeres do fundador da Pia Sociedade de São Paulo, o Bem Aventurado Tiago Alberione, Paulo é o pai destes 10 "braços" que compõem a Família Paulina: Padres e Irmãos Paulinos, Irmãs Paulinas, Pias Discípulas do Divino Mestre, Apostolinas, Irmãs Pastorinhas, Instituto Jesus Sacerdote, Instituto São Gabriel Arcanjo, Instituto Nossa Senhora da Anunciação, Instituto Santa Família e os Cooperadores Paulinos. Todos vivendo o carisma da evangelização através da cultura da comunicação.

Paulo, um homem cuja conversão admirável e meteórica alcança-nos hoje, no século XXI, continua a suscitar outros tantos que enxergam em sua vida um itinerário de resiliência e destemor na pregação do Evangelho.

São Paulo é tocado até as entranhas pelo Filho de Deus em sua conversão, e não vê mais nada a não ser o Cristo, e este crucificado. Sua trajetória passa a ser movida por esta profunda experiência de amor e compromisso. Agora ele não persegue mais os cristãos para exterminá-los, mas para fazê-los crer Naquele que ele perseguia.

Suas cartas, fruto de seu zelo pelas comunidades fundadas ao longe de sua vida convertida, evidenciam o tipo de homem que ele é. Alguém que se faz tudo para todos, a fim de conquistar alguns a qualquer preço. Paulo é pai, gera cristãos para a Igreja nascente, e os mantém pela sua fé e eloquência, dons do Espírito Santo, no caminho do encontro com o Cristo Ressuscitado.

Hoje, precisamos de homens e mulheres que sejam como Paulo, Evangelhos vivos. Esses que se deixam conquistar pelo método paulino de evangelizar, são os que se lançam para frente em busca de novos areópagos, onde a Palavra de Deus ressoe forte e penetre até à medula dos povos. Só assim a comunicação entre os homens poderá gerar a paz, o encontro com a única verdade que responde a todos os anseios humanos: Jesus Cristo!

Agradeçamos a Deus por este evangelizador de tamanha envergadura espiritual, que até hoje fecunda, com sua palavras e convicção, os corações dos que creem e dos que precisam crer. São Paulo interceda pela Família Paulina, e nos ajude a ser homens e mulheres inflamados de amor por Nosso Senhor.

Malu Burin - Instituto Santa Família

sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Paz: precioso dom do Natal

 

O beata nox! Sim, bendita noite que assiste ao nascimento de um Menino a inaugurar uma nova era histórica. Naquela noite foi oferecido à humanidade um precioso dom que não lhe seria retirado nem mesmo quando aquele Menino retornasse à eternidade: “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como o mundo a dá. Não se perturbe o vosso coração, nem se atemorize!” (Jo 14, 27). […]

Todas as palavras de Jesus são de vida eterna e misteriosamente atraentes, mas, sendo recordadas bem junto ao Presépio, levam-nos a querer penetrar a fundo em seu significado, sobretudo as que se referem à paz trazida a nós naquela noite. Qual será sua natureza? É ela que toda criatura humana com sofreguidão deseja, mas com quanta frequência a busca onde ela não se encontra e, mais ainda, se equivoca quanto ao seu verdadeiro conteúdo e substância!

Não consistirá nesse equívoco a causa principal de o mundo estar quase sempre pervadido por guerras e catástrofes ao longo de vários milênios? Tudo fruto da pseudopaz que o mundo nos oferece, bem diferente da que os Anjos cantaram aos pastores, naquela bendita noite de Natal. […]

Bento XVI assim se exprimiu sobre o mesmo tema: “Em primeiro lugar, a paz deve ser construída nos corações. De fato, é neles que se desenvolvem sentimentos que podem alimentá-la ou, ao contrário, ameaçá-la, enfraquecê-la, sufocá-la. Aliás, o coração do homem é o lugar das intervenções de Deus. Portanto, ao lado da dimensão ‘horizontal’ das relações com os outros homens, revela-se de importância fundamental, nesta matéria, a dimensão ‘vertical’ da relação de cada um com Deus, no qual tudo tem o seu fundamento”.

Por isso, neste Natal, em meio aos múltiplos dramas atuais, ecoam mais do que nunca para nós os cânticos dos Anjos, como outrora para os pastores. Eles nos oferecem a verdadeira paz, a cada um de nós em particular, convidando-nos a subordinarmos nossas paixões à razão, e esta, à fé. Oferecem-nos também o término da luta civil, da luta de classes e das próprias guerras entre as nações, com a condição de observarmos com cuidado as exigências impostas pela hierarquia e pela justiça. Em síntese, é-nos indispensável, para recebermos dos Anjos essa oferta tão ansiada por nós, estarmos em ordem com Deus, reconhecendo n’Ele o nosso Legislador e Senhor, e amando-O com todo entusiasmo.

É o que, com tanta lógica e unção, comenta São Cirilo: “Não O olhes simplesmente como um Menino depositado num presépio, mas em nossa pobreza devemos vê-Lo rico como Deus, e por isso é glorificado inclusive pelos Anjos: ‘Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade’. Pois os Anjos e todas as potências superiores conservam a ordem que lhes foi dispensada e estão em paz com Deus. De modo algum se opõem ao que Lhe agrada, mas estão firmemente estabelecidos na justiça e na santidade. Nós somos miseráveis ao colocar nossos próprios desejos em oposição à vontade do Senhor, e nos colocamos nas fileiras de seus inimigos. Isso foi abolido por Cristo, pois Ele mesmo é a nossa paz e nos une por sua mediação com Deus Pai, tirando o pecado, causa de nossa inimizade, justificando-nos pela fé e aproximando os que estão distantes”. […]

E com não menor espiritualidade, acrescenta São Jerônimo: “Glória no Céu, onde não há dissensão alguma, e paz na terra, onde há guerras diárias. ‘E paz na terra’. E essa paz em quem? Nos homens. […] ‘Paz aos homens de boa vontade’, isto é, àqueles que recebem Cristo recém-nascido”.

João Scognamiglio.