O
amor entre um homem e uma mulher, fundado no sacramento do matrimônio, pode ser
uma expressão do amor de Deus.
Como?
Na
medida em que os cônjuges se acolhem, partilhando o desejo do bem mútuo, e experimentando
a alegria do dar, e do receber. Assim sua relação torna-se fecunda.
A
fecundidade acontece também na transmissão da vida aos filhos, e junto dela,
numa educação sábia e cuidadosa que prioriza o ser sobre o ter.
A
família é fecunda ainda para a sociedade, na medida em que é a primeira
formadora de cidadãos forjados sobre valores como a gratuidade, a
responsabilidade, a cooperação, o respeito, a cidadania...
Numa
família que irradia do amor da Trindade, os pais cuidam dos filhos
transmitindo-lhes ideais nobres, que superam o simples desejo de sucesso
material e social, infundindo-lhes razões para viver, e a fé que não
decepciona.
Os
filhos, por sua vez, procuram uma relação afetuosa, solícita e respeitosa com
seus pais e irmãos, certos de que vivendo assim crescerão no amor.
Deus
confia ao homem e à mulher (cf. Gen 1, 27-28; 2,15) a missão de cuidar da
criação, de cultivá-la segundo Seus desígnios. Ele a convida a transformá-la no,
e pelo amor.
Já
nos precederam tantas famílias que nos deixaram um testemunho de como crescer
no amor: perseverar no relacionamento com Deus, participar da vida da Igreja,
cultivar o diálogo, respeitar o ponto de vista do outro, ser paciente com os
defeitos alheios, saber perdoar e pedir perdão, estar abertos a outras famílias,
atentos aos necessitados, ser responsáveis na vida social, enfim ser um
Evangelho vivo.
Não
podemos esquecer a poderosa intercessão da Virgem Maria e de seu esposo São
José, que na Sagrada Família também se afadigaram com sua missão.
Nesta
semana vocacional da família, peçamos a Deus a graça de podermos refletir
Seu pleno amor na vivência do matrimônio entre um homem e uma mulher, que foi a porta de entrada de Deus em nossa humanidade.
“É
preciso educar-se para crer, em primeiro lugar na família, no amor autêntico: o
amor que vem de Deus e nos une a Ele e, por isso mesmo, «nos transforma em um
Nós, que supera as nossas divisões e nos faz ser um só, até que, no fim, Deus
seja “tudo em todos” (1 Cor 15, 28)» (Enc. Deus caritas est, 18). Amém”. (Bento
XVI)
Texto
baseado na homilia do Papa Bento XVI no encerramento do VII Encontro Mundial
das Famílias em Milão, em 3 de junho de 2012.