segunda-feira, 30 de junho de 2014

A criação é coisa boa e bela



Hoje gostaria de destacar outro dom do Espírito Santo, o dom da ciência. Quando se fala de ciência, o pensamento vai imediatamente à capacidade do homem de conhecer sempre melhor a realidade que o cerca e de descobrir as leis que regulam a natureza e o universo. A ciência que vem do Espírito Santo, porém, não se limita ao conhecimento humano: é um dom especial, que nos leva a entender, através da criação, a grandeza e o amor de Deus e a sua relação profunda com cada criatura.

1. Quando os nossos olhos são iluminados pelo Espírito, abrem-se à contemplação de Deus, na beleza da natureza e na grandiosidade do cosmo, e nos levam a descobrir como cada coisa nos fala Dele e do seu amor. Tudo isto suscita em nós grande admiração e um profundo sentido de gratidão! É a sensação que experimentamos também quando admiramos uma obra de arte ou qualquer outra maravilha que seja fruto da invenção e da criatividade do homem: diante de tudo isso, o Espírito nos leva a louvar o Senhor do fundo do nosso coração e a reconhecer, em tudo aquilo que temos e somos, um dom inestimável de Deus e um sinal do seu infinito amor por nós.

2. No primeiro capítulo do Gênesis, propriamente no início de toda a Bíblia, coloca-se em evidência que Deus se alegra com a sua criação, destacando repetidamente a beleza e a bondade de cada coisa. Ao término de cada dia, está escrito: “Deus viu que era coisa boa” (1, 12. 18. 21. 25): se Deus vê que a criação é uma coisa boa, é uma coisa bela, também nós devemos assumir esta atitude e ver que a criação é coisa boa e bela. Eis o dom da ciência que nos faz ver esta beleza, portanto louvamos a Deus agradecendo-lhe por ter nos dado tanta beleza. E quando Deus terminou de criar o homem não disse “viu que era coisa boa”, mas disse que era “muito boa” (v. 31). Aos olhos de Deus nós somos a coisa mais bela, grande, boa da criação: mesmo os anjos estão abaixo de nós, nós somos mais que os anjos, como ouvimos no livro dos Salmos. O Senhor nos quer bem! Devemos agradecer a Ele por isto. O dom da ciência nos coloca em profunda sintonia com o Criador e nos faz participar da clareza do seu olhar e do seu juízo. É nesta perspectiva que conseguimos entender no homem e na mulher o vértice da criação, como cumprimento de um projeto de amor que está impresso em cada um de nós e que nos faz reconhecer como irmãos e irmãs.

3. Tudo isto é motivo de serenidade e de paz e faz do cristão um testemunho alegre de Deus, nos passos de São Francisco de Assis e de tantos santos que souberam louvar e cantar o seu amor através da contemplação da criação. Ao mesmo tempo, porém, o dom da ciência nos ajuda a não cair em algumas atitudes excessivas ou erradas. A primeira é constituída pelo risco de nos considerarmos donos da criação. A criação não é uma propriedade, na qual podemos mandar de acordo com a nossa vontade; nem, tão pouco, é uma propriedade somente de alguns, de poucos: a criação é um presente, é um presente maravilhoso de Deus que nos deu para que cuidemos dela e a utilizemos em benefício de todos, sempre com grande respeito e gratidão. A segunda atitude errada é representada pela tentação de nos pararmos nas criaturas, como se estas pudessem oferecer a resposta a todas as nossas expectativas. Com o dom da ciência, o Espírito nos ajuda a não cair neste erro.

Mas gostaria de retornar ao primeiro caminho errado: dominar a criação em vez de protegê-la. Devemos proteger a criação porque é um presente que o Senhor nos deu, é um presente de Deus para nós; nós somos guardiães da criação. Quando nós exploramos a criação, destruímos o sinal do amor de Deus. Destruir a criação é dizer a Deus: “não gosto”. E isto não é bom: eis o pecado.
A proteção da criação é justamente a proteção do presente de Deus e é dizer a Deus: “obrigado, eu sou o guardião da criação, mas para fazê-la progredir, nunca para destruir o teu presente”. Esta deve ser a nossa atitude diante da criação: protegê-la, porque se nós destruímos a criação, a criação nos destruirá! Não se esqueçam disso. Uma vez eu estava no campo e ouvi um dito de uma pessoa simples, que gostava tanto das flores e cuidava delas. Disse-me: “Devemos proteger estas coisas belas que Deus nos deu; a criação é para nós a fim de que nós a aproveitemos bem; não explorar, mas protegê-la, porque Deus perdoa sempre, nós homens perdoamos algumas vezes, mas a criação não perdoa jamais e se você não a protege ela te destruirá”.
Isto deve nos fazer pensar e pedir ao Espírito Santo o dom, o dom da ciência para entender bem que a criação é o mais belo presente de Deus. Ele fez tantas coisas boas para a melhor coisa que é a pessoa humana.

Papa Francisco em maio de 2014

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Mãos à obra


“O trabalho nos aproxima de Deus, que é ato puríssimo, infinito e eterno. Quanto mais o homem passa da potência para o ato, tanto mais imita a Deus; e quanto mais atua retamente, tanto melhor corresponde à vontade de Deus e melhor serve ao Senhor. Amarás o Senhor teu Deus com toda a tua mente, com todas as tuas forças e com todo o teu coração! Também as forças físicas estão incluídas, portanto, o trabalho faz parte do primeiro e principal mandamento”.
Pe. Tiago Alberione ( FP 60-61)

Este pensamento nasceu na mente de um sacerdote profundamente comprometido com o trabalho espiritual, e físico também. No entanto, Pe. Alberione foi um homem de saúde frágil, que não se esquivou de assumir o belíssimo compromisso recebido do Senhor de fazer algo pelo século que se iniciava.

Na passagem do século IX para o XX, Pe. Alberione passou a noite em oração diante do Santíssimo Sacramento. De lá emanou uma luz, uma revelação pessoal que o impeliu a fundar uma família religiosa que difundisse a boa imprensa em contraponto à má imprensa. Quanta coragem e luta não foram necessárias para que este plano divino se tornasse realidade.

Em agosto próximo, esta Família, a Família Paulina, completa o seu primeiro Centenário de existência. E agora, nós, que estamos caminhando sob este carisma somos convidados a buscar nas fontes primeiras a força e o espírito que moveu este homem.

Com certeza é um trajeto que nos pedirá vida interior, oração constante, formação perene, vida sacramental contínua e trabalho, muito trabalho!

Na frase que inicia esta postagem, podemos perceber a seriedade e empenho que movia Pe. Alberione. Ele era um homem cheio de Deus, convicto, e de uma formação invejável, tanto que era conhecido como “Senhor Teólogo” nos ambientes que frequentava em sua época de formação.

Se queremos empreender qualquer coisa nesta vida que vingue, que floresça, precisamos trabalhar sempre no sentido de nos tornarmos pessoas melhores em todos os aspectos. Não há “louros” sem suor e cansaço.

Contudo, à nossa frente caminha Jesus, o Divino Mestre, que trabalhou como carpinteiro em sua vida oculta em Nazaré. Temos Maria, a Rainha dos Apóstolos, que se afadigou no seu santo lar provendo as necessidades de sua família. Temos São Paulo Apóstolo de que afirmou: “não comemos de graça o pão de homem algum, antes em trabalho e fadiga, trabalhando de noite e de dia para não sermos pesados a nenhum de vós” (2Ts 3,8). 

Que a Família Paulina seja abençoada com o dom do trabalho que edifica a sociedade na difusão da Palavra de Deus, através dos meios de comunicação social. 

Malu

terça-feira, 17 de junho de 2014

A festa do Corpo de Cristo



A liturgia da Igreja é como uma peça musical belíssima que ouvimos, ouvimos, e não nos cansamos de ouvir...O ano litúrgico é coroado por tantas festas que alimentam nossa fé, esperança, e estimulam nossa caridade, por que são um prelúdio da festa que no céu nunca se acabará.

A festa de Corpus Christi é de arrebatar do corpo ao próprio coração. Nela contemplamos velas, sentimos o aroma do incenso, ouvimos seus hinos, andamos em procissão. E em toda a parte, flores, bênçãos e paz. É que nesta festa narra-se o amor de Deus pela sua esposa, a Igreja.

Neste amor, o Rei dos reis, nobre e bom, rico e onipotente, esplendoroso e vitorioso, depois de ter triunfado na batalha e voltado para a glória da sua corte e do seu palácio, para companhia de seus amigos e para o braço de seu Pai, toma a decisão de manter duas moradas.

Ficando eternamente com o Pai, ficara eternamente também com a esposa, “Até o fim dos séculos”, até que as duas moradas se tornem uma, até que a terra faça parte do céu – por causa de seu amor que se resume, e reúne todas as coisas.
Sim, ficará com sua esposa como alimento, como remédio, como perdão, como promessa. Agora entendemos porque esta repetição é tão bonita. É a Igreja a esposa amada que canta o amor do esposo por ela.

Olhando para o Cristo eucarístico, que deseja ficar conosco para sempre, todos nós cantamos e tocamos: “Meu amado é meu, e eu dele”. Que frase tão bonita...

Baseado em texto de Dom Bernardo Bonowitz, ocso

sexta-feira, 13 de junho de 2014

A Bíblia tão longe e tão perto de nós




Por Edson Sampel
São Paulo, 21 de Maio de 2014 (Zenit.org) 
 
Quando lemos a bíblia sagrada, estamos realmente lendo algo dito ou escrito (inspirado) por Deus? A resposta é: depende! Se abrirmos uma bíblia em português, inglês, francês, alemão, espanhol etc., certamente nos encontraremos a centenas de quilômetros de distância do que Deus realmente falou ou revelou pelas escrituras. Fiquemos só com o novo testamento. E se soubermos grego? Bem, se formos capazes de dominar o grego bíblico ou koiné (primeiro dialeto comum na Grécia), língua na qual foi escrito o evangelho, então, estaremos apenas a quilômetros de distância do que Deus quis revelar, porque Jesus não se exprimia em grego, mas em aramaico.

Mesmo que soubéssemos perfeitamente o grego e o aramaico antigos, ainda assim, haveria uma distância considerável entre a revelação divina e nosso entendimento dela. Por quê? Porque os hagiógrafos, vale dizer, São Mateus, São Marcos, São Lucas e São João também interpretaram a mensagem soteriológica ( estudo da salvação humana) de Jesus e, segundo o adágio, tradutore traditori (esta expressão italiana significa “tradutor traidor”, isto é, quem traduz trai).

Como sair desse aparente labirinto? A única forma de compreendermos corretamente a bíblia e termos acesso à sua verdadeira essência é lendo-a à luz da tradição sagrada. Tem de haver uma simbiose perfeita entre essas duas vertentes da palavra de Deus: a tradição sagrada e a bíblia sagrada.

Bem, tranquilizemo-nos. Na prática, podemos sim saborear lindos versículos bíblicos em nosso próprio idioma. Mas, temos de contar com edições autorizadas pela Igreja Católica, com o imprimatur ( declaração oficial da Igreja Católica) e, principalmente, providas de bons comentários.

Ah! Não fosse a Igreja Católica, ao ler a bíblia, sujeitar-nos-íamos aos devaneios de nossa imaginação. O catolicismo encurta a distância quilométrica entre o leitor da bíblia e a mensagem autêntica de Jesus. Isto ocorre porque a Igreja Católica recebeu esta missão do próprio Deus. O magistério eclesiástico, exercido mormente pelo Papa, apresenta para o mundo o modo correto de entender e ler a bíblia.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Os símbolos do Espírito Santo



Depois da Ressurreição de Cristo, os discípulos, juntamente com Maria, a Mãe de Jesus, se reúnem em oração, e perseveram nela, até que recebem o Paráclito, o Consolador, o Defensor: o Espírito Santo.

O termo “Espírito” deriva do hebraico “Ruah”, que significa sopro, ar, vento. O Espírito Santo é o Sopro de Deus. Ele é a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade.

Para estar em contato com Cristo, é preciso primeiro ter sido tocado pelo Espírito Santo. É Ele que nos precede e suscita em nós a fé. Em virtude do nosso Batismo, primeiro sacramento da fé, a Vida, que tem a sua fonte no Pai e nos é oferecida no Filho, é-nos comunicada, íntima e pessoalmente, pelo Espírito Santo na Igreja.

O Espírito Santo age juntamente com o Pai e o Filho, desde o princípio até à consumação do desígnio da nossa salvação.  Ele é que fomenta em nós a necessidade e o desejo de “falar com Deus”, de rezar. Ele inspirou as Escrituras, esteve presente como artífice na vida de todos os santos da Igreja, Ele assiste a Igreja na figura do Papa e dos continuadores da missão de Jesus, os bispos e sacerdotes, Ele suscita os carismas e ministérios, Ele está presente na liturgia sacramental nos colocando em comunhão com Cristo.

Ele sopra onde quer e tem o poder de fazer de pedras, filhos de Abraão.

Vejamos quais são os símbolos do Espírito Santo:

A Água
Assim como nosso corpo foi gerado na água também é na água batismal que nascemos para a vida divina, sobrenatural. Portanto o Espírito é também a água viva que brota de Cristo crucificado.

A Unção
O simbolismo da unção com óleo é também significativo do Espírito Santo, a ponto de se tomar o seu sinônimo. Na iniciação cristã, ela é o sinal sacramental da Confirmação, que justamente nas Igrejas Orientais se chama «Crismação».

O Fogo
Enquanto a água significava o nascimento e a fecundidade da vida dada no Espírito Santo, o fogo simboliza a energia transformadora dos atos do Espírito Santo. O profeta Elias, que «apareceu como um fogo e cuja palavra queimava como um facho ardente» (Sir 48, 1), pela sua oração faz descer o fogo do céu sobre o sacrifício do monte Carmelo, figura do fogo do Espírito Santo, que transforma aquilo em que toca. João Baptista, que «irá à frente do Senhor com o espírito e a força de Elias» (Lc 1, 17), anuncia Cristo como Aquele que «há-de batizar no Espírito Santo e no fogo» (Lc 3, 16), aquele Espírito do qual Jesus dirá: «Eu vim lançar fogo sobre a terra e só quero que ele se tenha ateado!» (Lc 12, 49). É sob a forma de línguas, «uma espécie de línguas de fogo», que o Espírito Santo repousa sobre os discípulos na manhã de Pentecostes e os enche de Si.

A Nuvem e a Luz
Estes dois símbolos são inseparáveis nas manifestações do Espírito Santo. Desde as teofanias do Antigo Testamento, a nuvem, umas vezes escura, outras luminosa, revela o Deus vivo e salvador, velando a transcendência da sua glória: a Moisés no monte Sinai, na tenda da reunião e durante a marcha pelo deserto. É Ele que desce sobre a Virgem Maria e a cobre «com a sua sombra», para que conceba e dê à luz Jesus.

O Selo
O selo é um símbolo próximo do da unção. Com efeito, foi a Cristo que «Deus marcou com o seu selo» (Jo 6, 27) e é n'Ele que o Pai nos marca também com o seu selo». Porque indica o efeito indelével da unção do Espírito Santo nos sacramentos do Batismo, da Confirmação e da Ordem, a imagem do selo («sphragis») foi utilizada em certas tradições teológicas para exprimir o «caráter» indelével, impresso por estes três sacramentos, que não podem ser repetidos.

A Mão
É pela imposição das mãos que Jesus cura os doentes  e abençoa as crianças. O mesmo farão os Apóstolos, em seu nome . Ainda mais: é pela imposição das mãos dos Apóstolos que o Espírito Santo é dado.

O Dedo
«É pelo dedo de Deus que Jesus expulsa os demônios» (46). Se a Lei de Deus foi escrita em tábuas de pedra «pelo dedo de Deus» (Ex 31, 18), a «carta de Cristo», entregue ao cuidado dos Apóstolos, «é escrita com o Espírito de Deus vivo: não em placas de pedra, mas em placas que são corações de carne» (2 Cor 3, 3).

A Pomba
No final do dilúvio (cujo simbolismo tem a ver com o Batismo), a pomba solta por Noé regressa com um ramo verde de oliveira no bico, sinal de que a terra é outra vez habitável /48). Quando Cristo sobe das águas do seu batismo, o Espírito Santo, sob a forma duma pomba, desce e paira sobre Ele. O símbolo da pomba para significar o Espírito Santo é tradicional na iconografia cristã.

Que o Espírito Santo possa atuar livremente em nós. Para tanto devemos estar abertos à sua ação, suplicando sua presença a cada instante de nossa vida. Ele é o grande protagonista de nossa santificação, é o nosso sopro de santidade.

Baseado em textos do Catecismo da Igreja Católica - Capítulo III – Creio no Espírito Santo

segunda-feira, 2 de junho de 2014

4º Dia Paulino



Em conjunto com a Festa da Ascensão, e comemoração do Dia Mundial das Comunicações, aconteceu no domingo dia 1º de junho de 2014, na Cidade Paulina (Seminário), em São Paulo, o Quarto Dia Paulino, dentro do triênio preparatório para o Centenário da Família Paulina que acontecerá no mês de agosto.

A Família Paulina reunida refletiu sobre o tema "Daqui quero iluminar", parte da frase que se encontra em todas as capelas Paulinas: "Não temais, estou convosco, daqui quero iluminar, vivei em contínua conversão". Esta frase foi comunicada diretamente do Tabernáculo para o coração de  Pe. Alberione,  por Jesus Divino Mestre, na passagem do século XIX. Ela anima a unidade e o carisma da Família Paulina, que está centrada na evangelização pelos meios de comunicação social. Devemos comunicar Jesus, Caminho, Verdade e Vida a todos.

A imagem acima é uma figura desta Família com seus dez braços:

Padres e Irmãos Paulinos
Irmãs Paulinas
Pias Discípulas do Divino Mestre
Pastorinhas
Apostolinas
Anunciatinas - Instituto de Vida Secular Consagrada para moças
Gabrielinos - IVSC para moços
Santa Família - IVSC  para casais
Jesus Sacerdote - IVSC para sacerdotes diocesanos
Cooperadores Paulinos
Acompanhe na seção Álbum de Família  imagens do evento.