segunda-feira, 3 de junho de 2013

Junho, mês dedicado ao Sagrado Coração de Jesus





No calendário litúrgico das festas católicas, logo após a celebração do Corpus Christi, surge a Solenidade do Coração de Jesus, que neste ano acontece dia 7 de junho, coincidentemente na primeira sexta feira do mês.

Ao contemplarmos o Coração de Jesus, estamos, na verdade, focando sobre toda a sua afetividade, pois o coração simboliza o "eu" emocional e afetivo, a essência do sentir humano. Jesus, verdadeiro homem e verdadeiro Deus, tem coração, e coração plasmado num ventre humano, no corpo castíssimo da Virgem Maria.

Lá desde o momento de sua concepção, operada por obra do Espírito Santo, passou a pulsar como que já ardendo de amor por nós, seus irmãos, ansiando por cumprir a vontade de seu Pai. O Coração de Jesus possui majestade infinita, pois é templo santo de Deus, tabernáculo do Altíssimo, Ele e o Pai são inseparáveis. Nele habita uma caridade que arde como a sarça que Moisés contemplou no Monte Horeb, um fogo de amor que jamais se extingue. Ele é pleno de bondade, e contém todas as virtudes em perfeição. 

O Coração de Jesus é o centro de todos os corações. Fomos plasmados pelas mãos de Deus, somos fruto de sua ternura e sabedoria. Como pode uma criatura passar a vida sem ter contato com seu Criador? Como é possível que ignoremos que o Coração de Cristo é o nosso referencial, nossa identidade mais profunda de seres feitos à sua imagem e semelhança?

Celebrar o Sagrado Coração de Jesus é celebrar o amor do Mestre por nós, é assumir o compromisso de relacionarmo-nos com Ele, uma vez que toda devoção para ser autêntica, deve estar centrada na própria pessoa, e na obra de Cristo. Não há como escolher apenas um aspecto, mas de encontrar e abraçar o mistério de sua totalidade que está centrada no seu Coração.


Eis, pois, algumas conclusões tiradas no simpósio de teologia, realizado em Lisboa nos dias 17 e 18 de maio de 1984 (que teria sido subscrita integralmente por Pe. Alberione, porque retratou a catequese concreta de toda a sua vida): 

. É cada vez maior a convicção de que é preciso passar de uma espiritualidade centrada sobre coisas (devoções à cruz, ao sangue, às chagas, ao santo sudário, ao Coração) para uma espiritualidade centrada sobre a própria pessoa do Salvador; por isso, ao invés de falar em “devoção ao Coração de Jesus”, se aprofundará a “devoção a Jesus do coração traspassado”. Trata-se de um problema de atenção à linguagem, porque nunca direi “vi o vulto de João”, mas “vi João”.

. O simbolismo do “coração” torna-se profunda chave de leitura, mas decisivamente bíblica; pelo que se passará de uma pastoral caracterizada pela emotividade e pelo sentimentalismo para uma espiritualidade do amor amável e forte, gratuito e criador, fruto do Espírito Santo, fundamento do nosso empenho a serviço do Reino de Deus e da fraternidade humana.

. O “Salvador do Coração traspassado” torna-se sinal do mistério pascal: ao mesmo tempo sinal de morte (a ferida, o sangue do sacrifício) e sinal de vida (a água como símbolo do dom do Espírito). É uma visão não mais “dolorida”, um tanto adocicada e negativa, mas ligada à fé no Cristo Ressuscitado e Senhor. Do Coração traspassado brota a fonte da vida, como do coração do grão de trigo que morre surge a nova planta.

. O “Salvador do Coração traspassado” não é apenas o ícone do amor de Deus, mas nos apresenta o estilo e a modalidade com que nós mesmos nos tornamos capazes de amar a Deus no Cristo e de nos amar uns aos outros com a graça do Espírito Santo. Uma visão bíblica do “coração” de Jesus encontra, em Cristo Vida, uma resposta de santidade para a santificação do coração.

Que saibamos tirar de nossos corações toda a dureza e indiferença, e manifestemos durante todo este mês nosso amor por Aquele que se deu inteiro por cada um de nós.

Louvado seja o Divino Coração que nos trouxe a salvação. A Ele a honra e a glória pelos séculos dos séculos! Amém.

Nenhum comentário:

Postar um comentário