quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Papa recolhe-se em Casa dos Paulinos


Este é o segundo ano que o Papa Francisco escolhe uma Casa Paulina  para realizar os exercícios espirituais da Quaresma. Estamos falando de Ariccia, a 40 km de Roma, onde o Papa foi recebido, no último dia 22 de fevereiro, pelo Superior Geral dos Pia Sociedade de São Paulo,  Pe. Valdir José de Castro ssp.

Ano passado, pela primeira vez, os exercícios espirituais da Quaresma para a Cúria e o Papa foram realizados fora do Vaticano por desejo do próprio Papa. Desta forma, em março de 2014 o Papa Francisco e uns 80 membros da Cúria viajaram até a Casa Divino Mestre em Ariccia.

O tema dos exercícios é: "Servidores e profetas do Deus vivo". As meditações, que contam com uma leitura pastoral do profeta Elias, estão sendo realizadas pelo carmelita Bruno Secondin, como informou o L’Osservatore Romano. 

A seguir imagens do evento.


domingo, 22 de fevereiro de 2015

I Domingo da Quaresma: o deserto


A liturgia deste I Domingo da Quaresma, nos apresenta Jesus no deserto. São Marcos em seu Evangelho ( Mc 1, 12-15) afirma que o Espírito Santo levou Jesus para o deserto. 

Há um fato aqui muito importante que nem sempre é considerado: Jesus é obediente às moções do Espírito. Logo após o seu batismo ele se retira para o deserto a fim de, no jejum e na oração, preparar-se para a missão que lhe confiara seu Pai. Esta missão está presente também na vida oculta em Nazaré, ela faz parte deste "esquecimento" em que Jesus é mergulhado ao viver seus trinta primeiros anos inserido numa vida comum.

O Espírito o inspira a retirar-se em oração e jejum, porque existe a necessidade deste isolamento penitente que abre os sentidos para a inadiável e imperiosa missão a ser cumprida, e para as tentações que sofreria.

O jejum tem esse efeito, ele desperta para o essencial. Trazendo à tona a necessidade de suprir as necessidades básicas, o jejum torna real nossa debilidade e também a necessidade de estarmos em sintonia com os irmãos, e com Aquele que nos criou. 

Não somos nada. Dependemos da chuva para termos água e sobrevivermos. Precisamos de água para termos alimento e sobrevivermos. Dependemos da água para tantas coisas fundamentais que conservam nossa vida. E, contudo, em meio a esta crise hídrica pela qual passa a região sudeste brasileira, não nos vem ao pensamento o que passam nossos irmãos nordestinos há décadas? Não foi a eminência da falta de água que nos relembrou que existem brasileiros que enfrentam este drama todos os dias? Essa é a mesma questão do jejum, ao nos faltar o básico, nos abrimos para as soluções comunitárias, nos lembramos de que precisamos ser mais fraternos e cooperativos para os que enfrentam as mesmas dificuldades que nós...

O Espírito levou Jesus para o deserto. Ele ali o conduziu para prepará-lo para a missão.

Na história de cada um há um plano de fundo que define a existência, mesmo que não tenhamos consciência disto. A que viemos? Para onde vamos? Até quando estaremos por aqui? O Espírito Santo, que também nos foi dado em nosso batismo, está sussurrando dentro de nós que precisamos, neste tempo da quaresma e sempre, nos retirarmos para o deserto do coração, lá onde estamos despidos de toda máscara. Lá, nos aguarda a Presença, a Verdade, o Deus Santo, Forte e Imortal. 

É preciso que criemos o hábito de abrir sempre um espaço, para estarmos a sós com Deus. Se assim não for, como aprenderemos a de imitá-Lo, para sermos santos como Ele é santo?

O Espírito está esperando a chance de nos conduzir para o deserto da presença de Deus. Ele aguarda que nos decidamos a lhe dar a dianteira em nosso caminho de vida. Só assim estaremos mais aptos a vencer as tentações, a nos convertermos, e a crermos no Evangelho.

ISF

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Início da Quaresma 2015



Começamos mais uma caminhada de quarenta dias, quando teremos a oportunidade de renovar nosso processo de conversão, acreditando na possibilidade de mudança nas nossas práticas de vida cristã. A Quaresma, no momento de instabilidade da vida humana, é tempo propício para renovação batismal, de novas chances no despertar da confiança das pessoas em Deus.

A conversão supõe criar intimidade com Deus, que é justiça e bondade. Ele nos acolhe em seu íntimo e nos dá possibilidade para uma vida mais feliz e realizada. Em vez de destruição, como aconteceu no dilúvio, caminhamos para a salvação, para uma consciência purificada, totalmente livre e comprometida com o bem e com a vida pascal, acontecida em Cristo Ressuscitado.

Deus é como a arca que salvou Noé e seu povo dos perigos das águas do dilúvio. Este é o sentido do batismo, que vai sendo revigorado em todo período quaresmal, dando novo comportamento e dimensão para a vida de fé. É muito necessário para fortalecer o cristão no seu inadiável compromisso de transformação da sociedade.

Estamos sempre enfrentando as pressões do mal que pairam sobre a sociedade, e que têm muitas faces. Não é fácil ser autêntico e comprometido com as causas do bem. Dependemos das forças do alto, da presença de Deus em nossa vida, pois, a missão de Jesus começa com a vitória sobre o mal.

A Quaresma começa com o término do carnaval, na 4ª Feira de Cinzas, quando saímos do tempo de fartura, de muitas festas, para começar um tempo de penitência. Com isto lembramos os quarenta dias de Moisés no monte Horeb e a penitência de Jesus no deserto da Palestina, preparando-se para o anúncio do Reino do Pai.

O momento é oportuno para a pessoa deixar para trás as preocupações mundanas e ir ao encontro das que são do alto, de volta para Deus. A meta a alcançar é a Páscoa do Senhor, a alegria do Cristo Ressuscitado e presente na história e na vida das pessoas que, sinceramente, O encontram.

Dom Paulo Mendes Peixoto - Arcebispo de Uberaba.

Acompanhe na sessão Artigos uma matéria sobre o significado da Quarta Feira de Cinzas.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Carta de uma filha ao seu pai viciado em pornografia


O acesso cada vez maior à internet trouxe às famílias o pesadelo dos sites de pornografia. Para esta geração altamente erotizada basta um clique e o mundo da distorção do sexo está a seus olhos. Muitos afirmam que as imagens destes sites não os afetam, mas relatamos a seguir a experiência de uma mulher que sentiu o peso desta prática em sua vida familiar. Segundo Pe. Raniero Cantalamessa, pregador da Casa Pontifícia: "Se não criamos um filtro, uma barreira, em curto espaço de tempo a nossa imaginação e fantasia serão transformados em depósito de lixo". Isso vale também para a televisão, cinema e teatro. Segundo Pe. Raniero estas imagens chegam ao nosso interior e fermentam, sendo transformadas em impulsos para a imitação. O homem é o que olha! Vejamos o relato.


"Querido Papai:
Em primeiro lugar gostaria que você soubesse que te amo e que te perdoo por tudo o que isso fez na minha vida. Também gostaria de dizer o que exatamente o seu vício à pornografia fez na minha vida. É provável que você ache que isso só afetou você, ou também a sua relação com a minha mãe, mas é justo que você saiba que também teve um grande impacto em mim e em todos os meus irmãos.

Achei os seus vídeos pornográficos em algum lugar no seu computador quando tinha por volta de doze anos, justo quando começava a me tornar mulher. Em primeiro lugar achei muito hipócrita da sua parte tentar me ensinar o que sim e o que não valia a pena ver em termos de vídeos, filmes e televisão quando você regularmente mantinha a sua mente entretida com esse lixo. Os seus conselhos sobre o cuidado que tinha que ter com as coisas que via simplesmente não tinham nenhum significado para mim.

Devido à sua pornografia percebi que a minha mãe não era a única mulher que você olhava. Quando saíamos juntos desenvolvi uma grande sensibilidade para dar-me conta de quando você ativava o seu olhar sensual por outras mulheres, cartazes ou coisas. Isso me ensinou que todos os homens têm um lado indecente no qual não se pode confiar. Aprendi a suspeitar, e até mesmo a desprezar os homens pelo modo depravado que percebiam as mulheres.

Lembro-me que você tentou falar comigo sobre a modéstia, sobre como a minha maneira de vestir afeta as pessoas ao meu redor e sobre a importância de valorizar-me pelo meu interior. As suas ações, porém, me diziam que só seria verdadeiramente bonita e aceita se eu me visse como as mulheres das capas de revistas ou as dos seus vídeos pornográficos. Os seus discursos só serviam mesmo para deixar-me profundamente irritada.
Quando cresci essas ideias tornaram-se mais fortes graças à cultura em que vivemos. Tudo ao meu redor estava gritando que a beleza é algo que só pode ser alcançada se você se vê e atua como “elas”. Também aprendi a confiar cada vez menos em você, porque nada do que você dizia era coerente com o que você fazia. Já nessa época vivia preocupada com a possibilidade de não poder encontrar nunca um homem que me aceitasse e amasse pelo que sou e não pela minha cara bonita.

Quando convidava amigas para casa me perguntava como você as via. Se para você eram só minhas amigas e nada mais, ou se também você as imaginava nas suas fantasias. Nenhuma filha jamais deveria perguntar algo assim sobre o seu pai.

Conheci um homem. Uma das primeiras coisas que lhe perguntei foi se ele também via pornografia. Sou grato a Deus que essa prática nunca tenha tocado sua vida de forma significativa. No entanto, ainda temos brigas por causa das profundas raízes que tem no meu coração a desconfiança com os homens. Sim, apesar de todos os anos que passaram, a sua pornografia também afetou a relação que atualmente tenho com o meu atual marido.

Se eu pudesse dizer só uma coisa para você sobre este tema, diria o seguinte: a pornografia não só afetou a sua vida, mas afetou a vida de todos os que estávamos ao seu redor da forma que você nunca poderá imaginar. Até hoje em dia me afeta graças também ao peso que esta tem na nossa sociedade. Tenho medo do dia em que tenha que falar com o meu pequeno filho sobre a pornografia e seus poderosos e insaciáveis alcances; quando tenha que dizer-lhes como o vício à pornografia, como a maioria dos pecados, não só afeta à própria pessoa.

Como já disse, eu te perdoei. E sou profundamente grata pelo trabalho que Deus tem feito na minha vida neste campo. É uma área em que eu ainda tenho que lutar de vez em quando, mas me ultrapassa a gratidão para com a ajuda que Deus e meu esposo me deram. Rezo para que você tenha superado este vício e para que todos os homens que o consideram inofensivo abram os seus olhos para a verdade.
Com amor, a sua filha".

(O autor preferiu permanecer anônimo) 

Fonte Zenit

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Superior Geral é brasileiro



No dia 4 de fevereiro foi eleito o novo Superior Geral da Família Paulina, Pe. Valdir José de Castro. Ele é o sétimo sucessor do Fundador da Pia Sociedade de São Paulo, Pe. Tiago Alberione, e também o primeiro brasileiro a ocupar o cargo.

Natural de Santa Bárbara d'Oeste-SP, Pe. Valdir, 54 anos, ingressou no seminário paulino em 1979 sendo ordenado 8 anos depois. É formado em jornalismo, filosofia e teologia, e há alguns anos dirige também, na capital paulista, a Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (Fapcom), ligada à Pia Sociedade de São Paulo.

Logo após ser eleito, dom Valdir fez uma oração em frente ao túmulo do fundador da ordem. "Certamente é uma emoção e uma responsabilidade grande ser o primeiro sucessor não italiano de Giacomo Alberione", declarou o brasileiro ao site "Famiglia Cristiana".

 Entre os dias 22 e 27 de fevereiro, dom Valdir será anfitrião do Papa Francisco e da Cúria, que farão um retiro espiritual na Casa Divin Maestro, em Ariccia, cidade localizada a aproximadamente 30 km de Roma que abriga a sede da congregação.

Nós do Instituto Santa Família nos alegramos por esta escolha, e nos colocamos em oração para que Pe. Valdir seja sempre guiado pelo Espírito Santo, e que não lhe faltem sabedoria e graça nesta nova etapa de sua vida sacerdotal.

ISF

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Uma sociedade sem pais




Por Rocio Lancho García
CIDADE DO VATICANO, 28 de Janeiro de 2015 (Zenit.org) - Como acontece toda semana, fiéis e peregrinos vindos a Roma de todas as partes do mundo receberam com entusiasmo o papa Francisco para a audiência geral das quartas-feiras. Hoje, na Sala Paulo VI, um grupo de artistas do Circo Medrano apresentou um espetáculo no final da audiência, que divertiu o papa e todos os participantes.

Francisco deu continuidade às catequeses sobre a família e, desta vez, falou sobre a figura do pai. No resumo final, ele disse:
Queridos irmãos e irmãs! Em nossa reflexão sobre a família, hoje nos concentramos na palavra pai. Pai é uma palavra universal, conhecida por todos, que indica uma relação fundamental cuja realidade é tão antiga quanto a história do homem. É a palavra com que Jesus nos ensinou a chamar a Deus, dando-lhe um novo e profundo sentido e revelando-nos, assim, o mistério da intimidade de Deus Pai, Filho e Espírito Santo, que é o centro da nossa fé cristã.

Em nossos dias, chegou-se a falar de uma sociedade sem pais. A ausência desta figura foi interpretada como uma “libertação”, especialmente quando o pai é percebido como a autoridade cruel que limita a liberdade dos filhos, ou quando os filhos se sentem desatendidos por pais focados unicamente em seus problemas, em seu trabalho ou na própria realização pessoal, ou caracterizados pela notável ausência do lar. Tudo isto cria uma situação de orfandade nas crianças e nos jovens de hoje, que vivem desorientados sem o bom exemplo e a orientação prudente de um pai. Deste modo, todas as comunidades cristãs e a comunidade civil devem ficar atentas à ausência da figura paterna, pois ela deixa lacunas e feridas na educação dos jovens. Sem guias nos quais confiar, os jovens podem se encher de ídolos que acabam lhes roubando o coração, os sonhos, as autênticas riquezas; roubando a sua esperança.

O papa saudou em seguida os peregrinos latino-americanos e recordou que Jesus prometeu que não nos deixaria órfãos. “Vivamos com a esperança firme nele, sabendo que o amor pode vencer o ódio e que é possível um futuro de fraternidade e de paz para todos. Que Deus os abençoe. Muito obrigado”.

Após as saudações em diversas línguas, o pontífice dedicou um pensamento especial aos jovens, aos enfermos e aos recém-casados, lembrando a todos que hoje celebramos a memória de Santo Tomás de Aquino, doutor da Igreja. Por isso, ele desejou aos jovens que a sua dedicação ao estudo favoreça neles o compromisso da inteligência e da vontade a serviço do Evangelho. Aos enfermos, desejou que a fé os ajude a se voltar ao Senhor também nas provações. E aos esposos recém-casados, que a mansidão de Jesus lhes indique o estilo das relações entre os cônjuges dentro da família.