segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

A Família de Nazaré


 
Na casa de Nazaré reinava uma bendita normalidade que a enriquecida a todos os instantes, pelo empenho fecundo de em tudo colocar o amor de Deus.
Entre os esposos José e Maria havia um carinho santo, um espírito de compreensão e serviço mútuos; atitudes que permitiram ao menino Jesus crescer num lar comum, mas perpassado de virtudes humanas que delineavam sua formação.
 
De Maria, Jesus aprendeu as primeiras palavras e as orações e os costumes hebreus, os limites, a educação elementar para a vida em sociedade, os ditos populares, a rotina do trabalho e da casa, e tudo o que uma criança absorve de sua mãe.
 
De José, Ele aprendeu o ofício da carpintaria, a serenidade nas adversidades, a constância no serviço a Deus e aos homens, a laboriosidade, o respeito e as atitudes dignas de um varão santo, e pai diligente.
 
A Sagrada Família é o modelo da santidade perfeita para todos quantos abraçam a vocação ao matrimônio. Os lares cristãos, se imitarem suas virtudes, serão lares luminosos e alegres, porque cada membro da família se esforçará em primeiro lugar por aprimorar seu relacionamento pessoal com o Senhor, procurando uma convivência cada dia mais amável com todos os da casa. É na família que se pratica por primeiro a obediência, a preocupação pelos outros, o sentido da responsabilidade, a compreensão e a ajuda mútuas...
 
Uma família unida a Cristo é uma "Igreja doméstica" ( Conc. Vat. II, Const Lumem gentium), uma escola do Evangelho, onde se aprende a olhar, a escutar, a meditar e a penetrar este estilo de vida de Jesus.
"Na Família, os pais devem ser para seus filhos os primeiros educadores da fé, mediante a Palavra e o exemplo" ( Conc. Vat. II, Const Lumem gentium). Isto cumpriu-se de maneira singularíssima no caso da Sagrada Família. Jesus aprendeu de seus pais o significado das coisas que o rodeavam.
 
A Festa da Sagrada Família, que é a festa titular de nosso Instituto, nos exorta a nos colocarmos em constante oração pelas famílias do mundo inteiro, pedindo a Deus que, seguindo o modelo da Família de Nazaré, possamos unir esforços em prol da família como a unidade geradora de homens e mulheres capazes de construir a civilização do amor.
 

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Começamos uma vida nova




Se, estando o sol no céu, não o suportamos durante o verão, que aconteceria se ele descesse à Terra?
Se, estando Deus no céu havia aqui em baixo quem o amasse - um Abraão, que por amor d'Ele deixou a sua terra e vagueou como um cigano por regiões estranhas; um Isaías, um Jeremias, que foram mortos por pregar a verdade (cf. Hb 11,37), com um amor que tanto sofreu...
Se, estando outrora lá em cima , o Sol abrasava, o que não será agora que desceu e se colocou numa manjedoura, e passa frio... e,  quanto mais frio passa, mais eu me aqueço; e quanto mais incômodos sofre, mais eu descanso; e quanto mais Te vejo padecer por mim, Senhor, mais acredito que me amas!..
Comecemos uma vida nova, porque o Menino a começa.
Saístes, Senhor, do ventre de vossa Mãe, percorrendo o caminho como um gigante (Sl 18,6). Ides pelo caminho da humildade, da pobreza. Ides à corte para resolver os meus problemas. Quero ir convosco.
Que absurdo ver-Vos, meu Rei, no lugar mais desprezível, numa manjedoura, e eu a querer ser honrado!
Que absurdo ver-Vos pobre e eu querer ser rico!
Será possível que Deus chore pelos meus pecados e eu me sinta bem? Que trabalhe por mim e eu descanse?
Serei o vosso companheiro, Senhor. Quero ir convosco, pois ides para resolver os meus problemas.
Dou-Vos graças por terdes nascido. Dou-Vos graças por terdes preferido a manjedoura.
 
São João de Ávila

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Constância e paciência, virtudes que não estão na moda


Este texto do Papa Emérito Bento XVI, que data de dezembro de 2010, faz uma bela e oportuna reflexão sobre a segunda leitura deste III Domingo do Advento.

"Queridos irmãos e irmãs:

Neste terceiro domingo do Advento, a Liturgia propõe uma passagem da Carta de São Tiago, que começa com esta exortação: “Tenham, pois, paciência, irmãos, até a Vinda do Senhor” (5, 7). Parece-me particularmente importante, em nossos dias, sublinhar o valor da constância e da paciência, virtudes que pertenciam à bagagem normal de nossos pais, mas que hoje são menos populares, em um mundo que exalta mais, em contrapartida, a mudança e a capacidade para se adaptar a situações sempre novas e diversas. Sem nada tirar desses aspectos, que também são qualidades do ser humano, o Advento nos chama a fortalecer essa tenacidade interior, essa resistência de espírito, que nos permite não desesperar na espera de um bem que tarda a chegar, mas sim prepara sua vinda com confiança operante.

“Olhai o agricultor: ele espera com paciência o precioso fruto da terra, até cair a chuva do outono ou da primavera. Também vós, exercei paciência e firmai vossos corações, porque a vinda do Senhor está próxima" (São Tiago 5, 7-8). A comparação com o camponês é muito expressiva: quem semeou no campo tem perante si meses de espera paciente e constante, mas sabe que a semente enquanto isso cumpre seu ciclo, graças às chuvas de outono e primavera. O agricultor não é fatalista, mas é um modelo dessa mentalidade que une de maneira equilibrada a fé a razão, pois, por um lado, conhece as leis da natureza e cumpre bem o seu trabalho, e, por outro, confia na Providência, dado que algumas coisas fundamentais não dependem dele, mas estão nas mãos de Deus. A paciência e a constância são precisamente sínteses entre o compromisso humano e a confiança em Deus.

“Fortalecei vossos corações”, diz a Escritura. Como podemos fazer isso? Como podem ser mais fortes nossos corações, se já por si são frágeis, e se a cultura em que estamos submersos os tornam mais instáveis? A ajuda não nos falta: é a Palavra de Deus. De fato, enquanto tudo passa e muda, a Palavra do Senhor não passa. Se as vicissitudes da vida nos fazem sentir perdidos e parece que se derruba toda certeza, temos a bússola para encontrar a orientação, temos uma âncora para não ir à deriva. Aqui é-nos apresentado o modelo dos profetas, quer dizer, dessas pessoas a quem Deus chamou para falar em seu nome. O profeta encontra sua alegria e sua força na Palavra do Senhor, e enquanto os homens buscam com frequência a felicidade por caminhos que se revelam equivocados, ele anuncia a verdadeira esperança, a que não nos decepciona, pois está fundamentada na fidelidade de Deus. Todo cristão, em virtude do Batismo, recebeu a dignidade profética: que cada um possa redescobrir e alimentá-la, com uma assídua escuta da Palavra divina. Que assim nos alcance a Virgem Maria, a quem o Evangelho chama de bem-aventurada, porque acreditou no cumprimento das palavras do Senhor" (Cf. Lucas 1, 45).


[Traduzido por ZENIT

©Libreria Editrice Vaticana]

sábado, 7 de dezembro de 2013

Imaculada, Maria de Deus


 
Amanhã, dia 8 de dezembro, a Igreja celebra a Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Maria.
Imaculada Conceição de Maria significa que a Virgem Maria foi preservada do pecado original desde o primeiro instante de sua existência. Nascendo, há dois mil anos, na zona da Palestina, Nossa Senhora teve como pais São Joaquim e Santa Ana.
A maternidade divina de Maria é base e origem de sua imaculada conceição. A razão de Maria ser preservada do pecado original reside em sua vocação: ser Mãe de Jesus Cristo, o Filho de Deus que assumiu nossa natureza humana.
Ainda que de maneira implícita, a Igreja encontrou na Bíblia os fundamentos desta doutrina. Em seu Evangelho, São Lucas diz que Maria é “cheia de graça” (Lc 1,28), significando que ela está plena do favor de Deus, da graça divina. Se está totalmente possuída por Deus, não há, em sua vida e coração, lugar para o pecado.

O dogma de Nossa Senhora foi proclamado pelo papa Pio IX, em 1854, resultado da devoção popular aliada a intervenções papais e infindáveis debates teológicos.


 
Ato de Consagração à Imaculada Conceição
 
Imaculada Conceição,
Rainha do céu e da terra,
Refúgio dos pecadores e Mãe muito carinhosa,
a quem Deus quis confiar toda a Misericórdia,
eis-me aqui, aos teus pés, eu (colocar o seu nome), pobre pecador.
Eu te suplico, aceita todo o meu ser,
como teu bem e tua propriedade;
age em mim segundo a tua vontade,
em minh´alma e em meu corpo,
em minha vida, em minha morte e em minha eternidade.
Dispõe, antes de tudo, da minha pessoa como o desejas,
para que se realize, enfim, o que foi dito de ti:
“A mulher esmagará a cabeça da serpente” e também
“Somente tu vencerás as heresias no mundo inteiro.”
Que em tuas mãos imaculadas, tão ricas de misericórdia,
eu possa me tornar um instrumento do teu amor,
capaz de reanimar e de fazer desabrochar
tantas almas tíbias ou afastadas.
Assim se estenderá para sempre o Reino do Divino Coração de Jesus.
Verdadeiramente, basta a tua presença para atrair as graças
que convertem e santificam as almas,
pois que a Graça do Divino Coração de Jesus jorra sobre nós,
passando por tuas mãos maternais.
Amém
Por São Maximiliano Kolbe

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

O Natal e a poesia das crianças

Assista a este vídeo cheio de doçura e pureza, e saboreie a poesia desta produção que visa apresentar o relato da Anunciação, e de como nasceu Jesus, através do olhar de uma criança.
Partilhe esta singeleza com crianças, com os jovens, e com os adultos também. Sempre vale à pena...

Clique na opção full screen, na moldura vazia, abaixo e à direita, bem ao lado do nome YouTube, para poder apreciar melhor. Para voltar clique Esc.


quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Evangelii Gaudium, primeira exortação apostólica do Papa Francisco



Acaba de ser lançada a primeira exortação apostólica do Papa Francisco:  Evangelii Gaudium, A Alegria do Evangelho.
Recolhendo as conclusões do último Sínodo dos Bispos sobre os desafios da evangelização nos tempos de hoje, o Papa quer despertar em cada cristão o "ser missionário" inerente à vocação que nos foi confiada no Batismo e na Crisma.
Acompanhe na seção Artigos um olhar sobre essa Exortação, e o que ela nos diz em termos gerais.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O Credo na Bíblia


Ontem, na Solenidade de Cristo Rei do Universo, foi encerrado o Ano da Fé.
Foi uma oportunidade de aprofundamento nos fundamentos de nossa fé no Deus Uno e Trino  - Pai, Filho e Espírito Santo - e nas verdades proferidas no Credo.
Segue abaixo o Credo na Bíblia:

CREIO EM DEUS- Nosso Deus é o único Senhor (Deuteronômio 6,4; Marcos 12,29).
 
PAI TODO-PODEROSO – O que é impossível para os homens é possível para Deus (Lucas 18,27)
 
CRIADOR DO CÉU E DA TERRA – No princípio, Deus criou o céu e a terra (Gênesis 1,1).

CREIO EM JESUS CRISTO – Ele é o resplendor glorioso de Deus, a imagem própria do que Deus é (Hebreus 1,3).

SEU ÚNICO FILHO – Pois Deus amou tanto o mundo que lhe deu seu Filho único, para que todo aquele que crer nele não morra, mas tenha a vida eterna (João 3,16).

NOSSO SENHOR – Deus o fez Senhor e Messias (Atos 2,36).

QUE FOI CONCEBIDO POR OBRA E GRAÇA DO ESPÍRITO SANTO – O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Deus Altíssimo repousará sobre ti como uma nuvem. Por isso, o menino que irá nascer será chamado Santo e Filho de Deus (Lucas 1,35).

NASCEU DA SANTA VIRGEM MARIA – Tudo isto ocorreu para que se cumprisse o que o Senhor havia dito por meio do profeta: A virgem conceberá e dará à luz um filho, o qual será chamado Emanuel, que significa: (Deus está conosco) (Mateus 1,22-23).

PADECEU SOB O PODER DE PÔNCIO PILATOS – Pilatos tomou então a Jesus e mandou açoitá-lo. Os soldados trançaram uma coroa de espinhos, a puseram na cabeça de Jesus e o vestiram com uma capa escarlate (João 19,1-2).

FOI CRUCIFICADO – Jesus saiu carregando sua cruz para ir ao chamado lugar da caveira (que em hebraico chama-se Gólgota). Ali o crucificaram e, com ele, outros dois, um de cada lado. Pilatos mandou afixar sobre a cruz um cartaz, que dizia: Jesus de Nazaré, rei dos judeus (João 19,17-19).

MORTO E SEPULTADO – Jesus gritou fortemente: Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito, e, ao dizer isto, morreu (Lucas 23,46). Depois de baixá-lo da cruz, o envolveram em um lençol de linho e o puseram em um sepulcro escavado na rocha, onde ninguém ainda havia sido sepultado (Lucas 23,53).

DESCEU AOS INFERNOS – Como homem, morreu; porém, como ser espiritual que era, voltou à vida. E como ser espiritual, foi e pregou aos espíritos encarcerados (1Pedro 3,18-19).

AO TERCEIRO DIA, RESSUSCITOU DENTRE OS MORTOS- Cristo morreu por nossos pecados, como dizem as Escrituras; foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia (1Coríntios 15,3-4).

SUBIU AOS CÉUS, ONDE ESTÁ SENTADO À DIREITA DE DEUS PAI TODO-PODEROSO – O Senhor Jesus foi levado ao céu e se sentou à direita de Deus (Marcos 16,19).

DE ONDE HÁ DE VIR PARA JULGAR OS VIVOS E OS MORTOS – Ele nos enviou para anunciar ao povo que Deus o constituiu juiz dos vivos e dos mortos (Atos 10,42).

CREIO NO ESPÍRITO SANTO – Pois Deus encheu nosso coração com o seu amor por meio do Espírito Santo que nos deu (Romanos 5,5).

CREIO NA IGREJA QUE É UNA – Para que todos sejam um, como tu, Pai, em mim e Eu em ti; que eles sejam também um em Nós para que o mundo creia que Tu me enviaste (João 17,21; João 10,14; Efésios 4,4-5).

É SANTA – A fé confessa que a Igreja… não pode deixar de ser santa (Efésios 1,1). Com efeito, Cristo, o Filho de Deus, a quem o Pai e com o Espírito Santo se proclama o Santo, amou a sua Igreja como sua esposa (Efésios 5,25). Ele se entregou por ela para santificá-la, a uniu a Si mesmo como seu próprio corpo e a encheu do dom do Espírito Santo para a glória de Deus (Efésios 5,26-27). A Igreja é, portanto, o povo santo de Deus (1Pedro 2,9) e seus membros são chamados santos (Atos 9,13; 1Coríntios 6,1; 16,1).

É CATÓLICA – E Eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e nem o poder da morte poderá vencê-la (Mateus 16,18). Possui a plenitude que Cristo lhe confere (Efésios 1,22-23). É católica porque foi enviada em missão por Cristo à totalidade do gênero humano (cf. Mateus 28,19).

É APOSTÓLICA- O Senhor Jesus dotou a sua comunidade de uma estrutura que permanecerá até a total consumação do Reino. Antes de mais nada houve a escolha dos Doze Apóstolos, tendo Pedro como cabeça (cf. Mateus 3,14-15), visto que representavam as Doze Tribos de Israel (cf. Mateus 19,28; Lucas 22,30). Eles são os fundamentos da Nova Jerusalém (cf. Apocalipse 21,12-14). Os Doze (cf. Marcos 6,7) e os outros discípulos (cf. Lucas 10,1-2) participaram da missão de Cristo, em seu poder e também em sua sorte (cf. Mateus 10,25; João 15,20). Com todas estas providências, Cristo preparou e edificou a sua Igreja (2Timóteo 2,2).

CREIO NA COMUNHÃO DOS SANTOS – Depois disso, olhei e vi uma grande multidão de todas as nações, raças, línguas e povos. Estavam de pé diante do trono e do Cordeiro, e eram tantos que ninguém podia contá-los (Apocalipse 7,9).

NO PERDÃO DOS PECADOS – Aqueles a quem perdoares os pecados ser-lhe-ão perdoados (João 20,23).

NA RESSURREIÇÃO DA CARNE – Cristo dará nova vida a seus corpos mortais (Romanos 8,11).

E NA VIDA ETERNA – Ali não haverá noite e os que ali vivem não precisarão da luz da lâmpada, nem da luz do sol, porque Deus, o Senhor, lhes dará sua luz e eles reinarão por todos os séculos (Apocalipse 22,5).

AMÉM - Assim seja! Vem, Senhor Jesus! (Apocalipse 22,20). 

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Mais dois olhos




O caminho para Cristo Mestre é um trajeto de despojamento.
Primeiro porque vamos compreendendo que quem determina o destino é o próprio Deus. Depois, porque as coisas vão acontecendo não segundo nossa vontade ou desejo, mas como a Divina Providência assim o determina.
 
Naturalmente, sempre temos a pretensão de achar que estamos conduzindo o barco da nossa vida, mas logo o leme se mostra rebelde e acaba nos levando para lugares que talvez jamais pensássemos em ir. Para essa situação há duas opções: ou você relaxa e deixa o Mestre tomar os remos, - e O ajuda a levar a embarcação a bom porto - ou se debate contra o Senhor de todos os mares, e acaba por navegar em condições desfavoráveis, por não conhecer completamente as correntes marítimas, ou quando as tempestades vão se precipitar sobre sua embarcação.
 
Quem viaja acompanhado tem a vantagem de contar com o auxílio de, pelo menos, mais dois olhos para vigiar sobre o caminho. E é isto que o Senhor nos oferece ao nos pedir lugar em nossa vida, em nossas escolhas, em nossos sonhos e projetos, certos de que Ele, que tudo sabe e tudo pode, estará sempre a favor daquilo que contribui para o nosso bem e salvação.
 
Somos pobres. Pobres mesmo! Somos tão pobres e iludidos a nosso respeito, que achamos que estamos bem sem Deus. Mas tudo não passa de uma tremenda escuridão. É a ilusão na escuridão. Tem coisa pior?
 
Jesus, ao contrário, é a luz, a sabedoria, a ciência, a força, o poder. Ele é Aquele que É. Nós somos aqueles que não são, mas que podem vir a ser, na medida em que participarmos da Sua vida.
 
A vida em Cristo, Divino Mestre, é fonte de paz, de certezas que vão se confirmando como luzes que norteiam nossos passos. Essas luzes nos vão sendo dadas aos poucos, porque Ele sabe que por nossa pobreza e escuridão, não suportamos muita luz de uma vez só. Ele nos ensina a paciência ao nos iluminar, conforme vamos buscando Sua presença e vontade. Ele não desperdiça energia, mas opera sempre no momento certo.
Há uma frase de nosso fundador que diz:
 
“O Senhor vai acendendo as lâmpadas diante de nós à medida que caminhamos e precisamos delas. Não as acende todas de uma vez, no começo, quando ainda não são necessárias; não desperdiça energia, mas a envia sempre no momento oportuno”.
(Carissimi in San Paolo, livro de anotações pessoais de Pe. Alberione de 1933 a 1969)
 
Ele está encerrado nos sacrários das igrejas emanando a luz que expulsa as trevas da nossa incapacidade, do nosso egoísmo, da nossa impaciência, do nosso desamor, da nossa ignorância a respeito do outro, do mal, e de tudo o que não é Ele.
 
Do sacrário Jesus quer iluminar e conduzir nossos passos na segurança do seu amor que se estende a todos.
Ao entrar numa igreja, procure-O! Não é necessário perguntar se Ele está, ou se pode atendê-lo, porque agora Ele já está à sua espera, para depositar em seu coração a paz e a luz que só podem vir Dele.
Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, entra no barco da nossa vida e toma à frente.
Este é o Teu lugar!

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

A necessidade de uma educação familiar para o uso e abuso dos meios de comunicação

Há uma preocupação geral, e mundial -  como vemos no artigo abaixo -  com os meios de comunicação social como agentes deformadores na educação das crianças e adolescentes muitos expostos a eles. Realmente é necessário critério e vigilância sobre programas de TV, sites da Internet, vídeos do YouTube e outros veículos de mídia, que despejam diariamente conteúdos violentos, eróticos, satânicos, de desvio comportamental como padrão de conduta, e outras tantas ameaças tanto à formação de jovens e crianças, quanto à sua segurança espiritual.
 
Na falta de tempo, ou da presença vigilante dos pais, é preciso oferecer outras formas de ocupação e companhia para os filhos. Vale à pena repensar as prioridades, no que tange ao futuro desta geração bombardeada pela informação sem filtro. As consequências podem ser trágicas a curto, ou longo prazo.


 


Por Don Mariusz Frukacz

Terminou ontem em Czestochowa, o workshop organizado pela revista católica "Niedzela", sobre os perigos presentes na mídia

CZESTOCHOWA, 29 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - Como a mídia pode influenciar os usuários? Como os meios de comunicação representam a realidade? Como as mensagens da mídia influenciar o comportamento de crianças e jovens? Diante deste fenômeno, é necessário educação sobre a mídia por parte das famílias? Estas perguntas, da atualidade, foram temas do workshop sobre os meios de comunicação realizado ontem, segunda-feira (28), na sede do jornal católico "Niedziela” em Czestochowa.

As oficinas dirigidas a pais, professores e catequistas, foram conduzidas por Małgorzata Więczkowska, educadora, especialista em mídia e autora do site www.edukacjamedialna.pl

Na abertura do evento, Don Ireneusz Skubis, editor-chefe do "Niedzela", destacou que "a família, cuja missão é educar e ensinar, está agora ameaçada pelos meios de comunicação que 'invadem' as relações familiares.”

A Dra. Więczkowska apontou que os meios de comunicação " promovem uma cultura pop" e afetam todos os dias milhões de crianças e jovens que com estes "crescem e vivem”.

De acordo com a educadora, as crianças e os jovens recebem diariamente da mass media verdadeiras "ameaças espirituais", além de mensagens maliciosas sobre temas como sexualidade desviante, o mundo da magia, ocultismo, satanismo, e assim por diante.

"Muitas vezes - acrescentou - celebridades, artistas, cantores, utilizam e exibem publicamente símbolos satânicos ou pertencentes ao ocultismo por meio de gestos, objetos, roupas, mas também nas letras de suas canções, nos filmes, mesmo aqueles para crianças".

Więczkowska concluiu chamando a atenção para o processo de "cobertura da mídia sobre a vida familiar": "a maioria dos meios de comunicação já substituiu os pais na transmissão da cultura e do conhecimento do mundo para as crianças”. Neste contexto, é absolutamente necessário uma educação familiar para o uso e abuso dos meios de comunicação.

(Trad.:MEM)

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Encontro com o Presidente do Conselho Pontifício da Família


Ontem, dia 05 de novembro, participamos do encontro com o Presidente do Pontifício Conselho da Família (Roma), Dom Vicenzo Paglia, que está visitando o Brasil.

O encontro aconteceu no auditório das Paulinas, na Vila Mariana, e foi acompanhado pelo Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer.

Participaram do encontro três bispos, sacerdotes interessados nas questões da família, agentes da Pastoral da Família, e ainda membros dos Focolares, da Canção Nova, dos Casais com Nossa Senhora, do Encontro de Casais com Cristo, dos Cursos de Noivos, e outros. Havia pessoas de Guarulhos, de São José dos Campos, de Itu, de Campinas, enfim, o auditório ficou repleto.

Dom Vicenzo esclareceu qual o propósito do Santo Padre ao instaurar um Sínodo  extraordinário dos Bispos - que acontecerá em outubro de 2014 - cujo enfoque será a família. Ele afirmou que a Igreja quer saber quais são os desafios da família no contexto da evangelização, e como dar uma resposta a estas questões tão urgentes dos nossos dias.

Ele falou sobre a família como a prioridade máxima, numa sociedade atual que abandonou os valores éticos e morais, o respeito pela vida, a consciência da importância do Sacramento do Matrimônio como agente santificador do casal, e princípio de um caminho de santidade para os filhos.

Suas palavras foram muito vezes interrompidas pelos aplausos de uma platéia em uníssono com suas colocações. Dom Vicenzo Paglia enalteceu as famílias que são movidas pelo amor a Deus e à Igreja, onde há uma real preocupação dos pais com o futuro espiritual de seus filhos, onde a doação e o serviço mútuos são vividos com a consciência do fim que é sempre Cristo.

Falando de questões espinhosas, Dom Vicenzo lembrou que aqueles que estão mais estruturados devem sair ao encontro dos que estão feridos pelas inúmeras situações que hoje afligem as famílias: o divórcio, as uniões irregulares e por isso frágeis, o abandono da paternidade que vulnerabiliza os filhos e as mães, a falta de “espírito de família” que isola os membros dentro de um mesmo teto, os meios de comunicação de massa que desconstroem sistematicamente os valores cristãos e familiares, o egoísmo e a indiferença que fecha os olhos dos mais abastados com relação aos mais necessitados, as uniões de pessoas do mesmo sexo, a idolatria do dinheiro e do prazer individual, o afastamento da Igreja por comodismo e descompromisso, e outras tantas que tornaram a família doente, e incapaz de exercer sua função de célula construtora de uma sociedade fraterna e justa.

Por fim Dom Vicenzo nos exortou a amarmos mais, a “arregaçarmos as mangas” e fazermos nossa parte, porque é assumindo nossa vocação com amor é que seremos santos. Precisamos resgatar o sentimento e a ação das famílias heróicas que avançam contra a corrente, e dão o testemunho alegre de fidelidade e perseverança à aliança feita com Deus no Sacramento do Matrimônio.

Malu e Eduardo - Instituto Santa Família

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Câmara dos Deputados realiza palestra sobre a valorização da família

Com o tema A Família no Centro da Política Desafios, perspectivas e ações
Por Izabel Fidelis
BRASíLIA, 30 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - A Câmara dos Deputados, em Brasília, realizou na manhã de hoje (30) uma palestra, que teve como convidado principal o padre Paulo Ricardo de Azevedo, da Arquidiocese de Cuiabá (MT).
Com o tema “A Família no Centro da Política – Desafios, perspectivas e ações”, a palestra contou também com a presença do professor Felipe Nery, diretor do colégio São Bento, em São Paulo, e do deputado Marco Feliciano (PSC), da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.
Padre Paulo Ricardo abriu o encontro falando dos desafios que a família cristã enfrenta hoje no Brasil. Entre seus argumentos ele citou a ideologia de gênero, o feminismo e o marxismo cultural implantado hoje na sociedade. “O que eu estou fazendo aqui hoje é simplesmente prestando um serviço ao povo brasileiro. Não estou aqui como padre, não estou aqui como pregador, não estou aqui como católico, estou aqui como um brasileiro que estudou essas coisas para dizer a outros brasileiros que há pessoas que dedicam as suas vidas pela destruição da família. Nós cristãos precisamos sair da nossa zona de conforto, senão a família não será salva, alegou o padre Paulo Ricardo.
O professor Felipe Nery enriqueceu o encontro com uma projeção de slides, apresentando dados sobre a educação e os educadores no Brasil. Ele falou das políticas públicas e inúmeros projetos que tramitam no Congresso Nacional, entre ela as leis referentes ao ensino integral para crianças no Brasil. “Se o pai e a mãe tem condições e querem estar com seus filhos, o governo não pode proibi-los. Não podemos ser ingênuos e achar que isso é um benefício para a sociedade, porque os resultados nos países que implantaram esse tipo de educação, como a Suécia por exemplo, tem uma grande taxa de aborto entre jovens, de violência sexual, pois é o estado quem educa e a família não tem o direito de intervir”, afirmou.
A palestra teve duração aproximada de duas horas e contou ainda rápidos depoimentos de deputados e de outros participantes, como jovens estudantes e integrantes de movimentos da Arquidiocese de Brasília.

sábado, 26 de outubro de 2013

Papa Francisco escolhe casa dos Paulinos




O Vaticano anunciou que os Exercícios Espirituais feitos, anualmente, em retiro pelo Papa, mudou de endereço!
De 09 a 14 de março de 2014, em vez do Castel Gandolfo, Papa Francisco escolheu a Casa Divino Mestre dos Paulinos, em Ariccia (Albano Laziale), Itália. O pregador será monsenhor Angelo De Donatis, sacerdote da diocese de Roma.
Os exercícios espirituais são momentos de meditação e oração, que ocorrem numa atmosfera de recolhimento, durante o tempo Quaresmal/Pascal. No ano passado, foram orientados pelo cardeal Ravasi.
Os Padres e Irmãos Paulinos, agraciados por esta escolha, preparam e aguardam, com imensa alegria, a honrosa presença do pontífice em sua casa.
Fonte: Paulus/ La Repubblica 

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Redescobrir a oração



A oração é um exercício fundamental na busca pela qualidade de vida. Nas indicações que não podem faltar, especialmente para a vida cristã, estão a prática e o cultivo disciplinado da oração. É um exercício que tem força incomparável em relação às diversas abordagens de auto ajuda, como livros e DVDs, muito comuns na atualidade.

A crise existencial contemporânea, em particular na cultura ocidental, precisa redescobrir o caminho da oração para uma vida de qualidade. Equivocado é o entendimento que pensa a oração como prática exclusiva de devotos. A oração guarda uma dimensão essencial da vida cristã. Cultivar essa prática é um segredo fundamental para reconquistar a inteireza da própria vida e fecundar o sentido que a sustenta.

É muito oportuno incluir entre as diversificadas opiniões, junto aos variados assuntos discutidos cotidianamente, o que significa e o que se pode alcançar pelo caminho da oração. Perdê-la como força e não adotá-la como prática diária é abrir mão de uma alavanca com força para mover mundos. A fé cristã, por meio da teologia, tem por tradição abordar a importância da oração ao analisar a sua estrutura fundamental, seus elementos constitutivos, suas formas e os modos de sua experiência. Trata-se de uma importante ciência e de uma prática rica para fecundar a fé.

A oração tem propriedades para qualificar a vida pessoal, familiar, social e comunitária. Muitos podem desconhecer, mas a oração pode ser um laço irrenunciável com o compromisso ético. É prática dos devotos, mas também um estímulo à cidadania. Ao contrário de ser fuga das dificuldades, é clarividência e sabedoria, tão necessários no enfrentamento dos problemas. Na verdade, a oração faz brotar uma fonte interior de decisões, baseadas em valores com força qualitativa.

É longo o caminho para acertar a compreensão e fazer com que todos percebam o horizonte rico e indispensável da oração. Faz falta à clareza de que existem situações e problemas que a política, a ciência e a técnica não podem oferecer soluções, como o sentido da vida e a experiência de uma felicidade duradoura. A oração é caminho singular. É, pois, indispensável aprender a orar e cultivar a disciplina diária da oração. Tratar-se de um caminhar em direção às raízes e ao essencial. Nesse caminho está um remédio indispensável para o mundo atual, que proporciona mais fraternidade e experiências de solidariedade.

A lógica dominante da sociedade contemporânea está na contramão dessa busca. Os mecanismos que regem o consumismo e a auto suficiência humana provocam mortes. Sozinho, o progresso tecnológico, tão necessário e admirável, produz ambiguidades fatais e inúmeras contradições. Orar desperta uma consciência própria de autenticidade. Impulsiona à experiência humilde do próprio limite e inspira a conversão. É recomendação cristã determinante dos rumos da vida e de sua qualidade. A Igreja Católica tem verdadeiros tesouros, na forma de tratados, de estudos, de reflexões, e de indicações para o cultivo da oração, que remetem à origem do cristianismo, quando os próprios discípulos pediram a Jesus: “Ensina-nos a orar”. É uma tarefa missionária essencial na fé, uma aprendizagem necessária, um cultivo para novas respostas na qualificação pessoal e do tecido cultural sustentador da vida em sociedade.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo - Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte - MG
  

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

"Maria foi discípula, depois Mestra" Pe. Alberione




Em outubro, mês mariano e missionário, podemos refletir sobre a relação do Bem Aventurado Tiago Alberione com Maria, a primeira discípula de Jesus Mestre. Esta relação foi tecida ao mesmo tempo de devoção, reflexão e ação.

O título que mais amou e propagou foi o de Maria, Rainha dos Apóstolos. Na realidade, este título era inseparável de outros dois: Maria Mãe e Mestra.
Tratava-se de uma herança recebida de Leão XIII, que na encíclica Adjutricem popoli christiani (Auxiliadora do povo cristão – 05/09/1895) havia declarado que a partir do Cenáculo Maria aceitou e cumpriu a sua missão de ajudar «admiravelmente os primeiros fiéis com a santidade do seu exemplo, com a autoridade dos seus conselhos, com a doçura dos seus incentivos, com a eficácia das suas orações, tornando-se assim verdadeiramente mãe da Igreja e mestra e Rainha dos Apóstolos, aos quais comunicou também aqueles divinos oráculos que ela “conservava ciosamente no seu coração”»

Para expor seu pensamento sobre o discipulado de Maria, Alberione recorre a uma esplêndida pagina do livro Jesus Mestre, do Padre João Roatta, ao falar da prova de sensibilíssima devoção ao Fundador expressa no Santuário-Basílica Rainha dos Apóstolos, consagrado na conclusão do Ano Mariano, em 1954:

“A função da Virgem-Mãe é aquela de fazer nascer e formar gradualmente Jesus também em todos aqueles que devem “tornarem-se conformes à imagem do seu Filho”. Maria nos está diante como Mãe e Mestra, para nos oferecer um ensaio maravilhoso de como se torna verdadeiros “discípulos” de Cristo, e para nos guiar a construir a pessoa segundo a forma do Verbo.
Maria de fato é o exemplar supremo do discipulado, como nos afirma claramente Santo Agostinho: «Para Maria valeu mais o ser discípula de Cristo do que o ser sua Mãe; foi para ela coisa mais feliz o ser discípula sua do que ser Mãe. Por isso Maria era bem-aventurada, porque também, antes de dá-lo à luz, havia carregado em seu seio o Mestre».
É um pensamento que será amplamente desenvolvido por São Bernardo, para nos guiar a estudar as admiráveis disposições da “discípula” perfeita do Altíssimo.
Exemplar perfeito do “discipulado”, Maria se torna o exemplar perfeito do “magistério” ao lado do seu Filho Jesus. Há uma viva relação entre Maria Santíssima e o Mestre da humanidade. Tornada Mãe de Cristo, após ter sido sua “discípula” perfeitíssima, ela se tornou por sua vez Mestra de Cristo, segundo a bela expressão de Santo Efrém: «Ave, ó Maria, que educaste o Cristo comunicador da vida, o Cristo misericordiosíssimo criador e formador de todo o mundo».

Numa memorável hora de adoração o Bem-Aventurado Tiago Alberione entregou a Maria o Santuário como agradecimento à Virgem pela proteção durante a guerra e fez esta oração:
“Tu, ó Maria, tens uma missão social:
Primeiro: santificaste uma casa, domicílio das virtudes domésticas; guarda a primeira sociedade que é a família.

Segundo: deste início à vida religiosa com o voto de virgindade e a observância de uma perfeita obediência e pobreza: guarda a sociedade religiosa.

Terceiro: carregaste nos braços a Igreja nascente, sociedade sobrenatural instituída pelo teu Filho Jesus: guarda a Igreja.

Quarto: a ti foi confiada a humanidade, da qual és Mãe espiritual e que deve irmanar-se numa sociedade supranacional: graças a Ti se unam os homens na verdade, caridade, justiça: guarda a sociedade das Nações.

Quinto: Em Jesus Cristo és  a Mãe da civilização, que brota do Evangelho e se realiza na obra da Igreja: guarda a verdadeira civilização”.

A descrição de quem é o apóstolo, feita pelo Bem-Aventurado Tiago Alberione, se aplica de modo especial a Maria:
“Apóstolo é quem leva Deus na própria alma e o irradia ao redor de si. É um santo que acumula tesouros, e comunica o que excede às almas. É um coração que ama tanto a Deus e os homens, e não pode mais comprimir em si quanto sente e pensa. É um ostensório que contém Jesus Cristo, e expande uma luz inefável ao redor de si. É um vaso de eleição que reversa, porque cheio demais, e de sua plenitude todos podem gozar. É um templo da Santíssima Trindade, a qual é sumamente operante; de todos os poros transpira Deus: com as palavras, as obras, as orações, os gestos, as atitudes; privadamente e em público. Agora, com este retrato, examinai o rosto de pessoas, próximas ou distantes: reconheceis nele o apóstolo? Em sumo grau, com inatingível semelhança é o rosto de Maria. Seguirá depois Paulo. 
Maria é a missionária  a quem devemos imitar, amar, rogar e seguir, pois ela sempre nos levará a Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida.

Texto extraído do retiro pregado por Pe. Antonio F. da Silva, ssp, em maio de 2011 aos Institutos Paulinos de Vida Secular Consagrada.
 

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Os ciclos da vida...

Toda a nossa vida é composta por ciclos. Assim como a natureza respeita os ciclos das estações, onde tudo nasce, cresce, desabrocha, fenece e morre, o mesmo acontece conosco.
Só que na vida humana estes tempos acontecem dentro de relações interpessoais, que acabam por determinar muito do que fomos, somos e seremos.
Nesta ótica, é importante valorizar as relações de família. Cuidar para que elas sejam construtoras de homens e mulheres sadios afetivamente, a fim de gerar um modelo de pessoas que sejam construtoras da paz, do diálogo, do carinho, da dignidade, do respeito pelo outro,  da justiça, e do amor à partir de sua formação em família.
Você vai assistir a uma animação muito sensível e inspirada, que relata justamente esta relação essencial de amor e confiança entre um pai e um filho. Ela também ressalta a importância de manter-se junto daqueles que souberam dar-se a nós.
É sempre bem vinda toda a reflexão que nos pontua a transitoriedade da vida, e o quanto somos parte de um processo de dar e receber.
Maximize o tamanho do vídeo, clicando no ícone ao lado direito onde consta o nome YouTube.


quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Restaurando a sacralidade do sexo


"Deus vos chama a respeitar-vos também no namoro e no noivado, pois a vida conjugal que, por disposição divina, está destinada aos casados é somente fonte de felicidade e de paz na medida em que souberdes fazer da castidade, dentro e fora do matrimônio, um baluarte das vossas esperanças futuras" (Bento XVI)



Percebi algo realmente alarmante esta manhã. Passei mais da metade da minha vida dando palestras sobre castidade.

Isso me pareceu um marco, e me fez refletir. Qual é a coisa, o aspecto da mensagem da castidade que mais quero transmitir ao mundo de hoje? É a mesma de quando comecei, há 20 anos atrás?

Não. Há 20 anos atrás o coração da mensagem era “não faça sexo”. Não é uma mensagem ruim, é claro. Ainda é uma parte do que digo hoje.

Mas eu percebi que há um assunto mais profundo aqui, que a sociedade de fato não se dá conta. Mesmo “bons católicos” que vivem e acreditam na castidade parecem não entender.

É o conceito da “sacralidade” da sexualidade humana.

Antes da revolução sexual, simplesmente não se discutia sexo. Era um assunto tabu na sociedade. Isso muitas vezes era levado a extremos. Os pais não falavam sobre sexo com seus filhos. Tinha até uma discussão sobre se era apropriado usar a palavra “grávida” na TV.

E então vieram os hippies.

Essa geração não gostava de regras, particularmente as que não compreendiam. E já que ninguém estava certo de porque o sexo não era discutido na sociedade, decidiu-se descartar essa “regra”.

Desde então, o mundo ocidental parece ter passado a acreditar que é saudável “colocar tudo pra fora” e “pôr todas as cartas na mesa”. Parece que temos que falar sobre sexo. E muito. Nossas escolas desenvolveram programas longos e caros, feitos para que nossas crianças se sintam “confortáveis” com a própria sexualidade. E os pais que não se sentem, eles próprios confortáveis, que se virem para acompanhar.

Mas, depois desse tempo todo, ainda não estamos tão confortáveis, estamos?

Aqui está o ponto: os hippies interpretaram o silêncio de seus pais em matérias sexuais como uma indicação de que havia algo de “errado” com o sexo, de que ele era “sujo”. Mas essa não era, de modo algum, a verdadeira razão.

A verdade é exatamente o oposto.

Nós não evitamos falar de sexo porque ele é sujo. Nós evitamos discutir sexo porque ele é sagrado.

Nossa cultura não consegue apreender isso, porque nós não temos o senso do sagrado. Ser sagrado significa ser colocado "à parte", em lugar de honra.

Tome a Eucaristia como exemplo. Como católicos, acreditamos que a Eucaristia é o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Cristo. Isso é muito importante. Então, o que o Padre faz com a Eucaristia? Trata sem cuidado? Deixa por aí? Procura onde esqueceu?

Não. A Hóstia Consagrada reside em um lugar de honra – uma caixa dourada que chamamos Tabernáculo ou Sacrário. Uma luz acesa nos lembra que Cristo está presente, para que possamos honrá-lo e reverenciá-lo.

O sexo é sagrado, também. Ele é muito, muito importante. É um ato íntimo de amor, de doação de si mesmo, entre marido e mulher. É o ato através do qual Deus se utiliza para trazer uma nova vida ao mundo. Deus quer que mantenhamos o sexo em um lugar especial em nossos corações e em nossas vidas. Ele não quer que falemos sobre sexo como se estivéssemos falando sobre o almoço.

Quando eu falo para adolescentes, eu passo uns bons 30 minutos falando sobre amor antes que o assunto sexo seja sequer mencionado. E então, eu faço questão de ressaltar que não vamos discutir os detalhes de como o sexo funciona. O olhar coletivo de alívio sempre fica evidente na sala.

Deus nos criou para ficarmos embaraçados quando os detalhes íntimos do sexo são discutidos em nossa presença. Isso é bom. É um lembrete da sacralidade do sexo. Um senso natural de modéstia é protetor – protege aquilo que é sagrado.

Muitas e muitas pessoas não “entendem” isso. Uma professora católica me contou uma vez que estava ensinando educação sexual a alunos da 4ª série, e estava tendo dificuldades em superar seu embaraço. Falei para ela prestar atenção, ouvir essa “vergonha”. Se uma senhora casada há tanto tempo estava se sentindo embaraçada, imagine como devia estar se sentindo uma sala cheia de garotos e garotas de 10 anos de idade.

Não sou uma grande fã de educação sexual. Não encontro nenhuma razão boa o suficiente para violar o senso de modéstia de uma criança de 10 anos discutindo informações tão íntimas em um lugar público. Também acho que palestrantes e promotores da castidade e abstinência – para audiências de todas as idades, mas especialmente para crianças e adolescentes – precisam exercitar a prudência.

Olhem para o exemplo de João Paulo II. Ele falou e escreveu mais sobre o assunto da sexualidade humana do que todos os outros papas anteriores juntos. E ainda assim, nem de longe ele foi explícito. Ele nunca falou de detalhes da intimidade sexual. Ele manteve aquele senso de estupor, maravilhado com a sacralidade do sexo.

Depois de falar aos adolescentes aliviados de minha platéia que não iríamos discutir sobre detalhes do sexo, falei para eles que, se tivessem questões, deviam se dirigir a seus pais. O sexo é um assunto sagrado. A família é um espaço sagrado. O dever de ensinar às crianças os detalhes íntimos do dom humano da sexualidade é um dever sagrado, e esse dever é dos pais.

Nesse contexto, os pais fazem mais do que em ensinar as crianças sobre sexo, eles infundem valores. E eles reforçam o senso de sacralidade da sexualidade humana.

Talvez a próxima geração possa entender isso direito, se os pais dessa geração puderem se lembrar disso.

Do blog Vida e Castidade

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

A Cultura Light



No último sábado, dia 21 de setembro, estivemos reunidos para mais um retiro dos Institutos Paulinos de Vida Secular Consagrada.
O tema abordado foi sobre a cultura light, ou seja, o termo light associado ao conceito de leveza, não só física, mas também psicológica e comportamental.
O tema é bem preocupante, se pensarmos como o homem contemporâneo tem se  tornado  amorfo em relação a tantos segmentos da vida. Está tudo morno, nem quente nem frio, e tudo superficial, o suficiente para não incomodar a consciência e nem exigir grandes esforços.

Com isso olha-se o mundo, as coisas e pessoas com uma curta visão do tempo  (imediatismo), ou seja, não se cultiva o hoje baseado em valores eternos, não se avaliam as consequências de uma escolha fácil e cômoda à luz da verdade que é Cristo. Ele é o modelo perfeito, a referência para uma vida comprometida com o amor, com a responsabilidade de se criarem relações humanas fraternas, e dignas para todos.

"Perdeu-se o filtro", como dizem os psicólogos quando abordam as questões que fogem do controle, no que tange ao agir humano. O homem, em sua grande maioria, está apático em relação aos grandes questionamentos existenciais, pouco se importa com causa e efeito. O que urge é ser feliz a qualquer custo, ainda que implique em ser utilitarista, narcisista,  desumano, cruel e violento. Vale a "máxima": quem gosta de mim sou eu.

Diga-se de passagem que nem por isso o homem anda mais feliz. Nossa juventude anda à procura de sentido para a vida nas bebedeiras, nas relações fluidas e inconsequentes, nas drogas, e numa apatia que beira o desespero. As famílias, como insistimos aqui tantas vezes, não se lembram o que significa fidelidade aos compromissos assumidos diante de Deus e dos homens. Nossas crianças, atoladas de desinformação e anti modelos, seguem copiando aquilo que veem. Quantos suicídios, quanta violência, quanta corrupção, quanta fome de sentido de vida, quanta fome de comida, pela falta de partilha dos que têm com aqueles que não têm, e na verdade nem são vistos.
A cultura light tem seu preço, e precisamos estar atentos para que ela não nos ceife os valores perenes que recebemos das gerações passadas. Precisamos ter a coragem de rejeitar os atalhos "arborizados" para preferir, quem sabe, um caminho mais árduo, onde podem estar escondidos o nosso crescimento e amadurecimento interior, que exigem pedras no caminho e sol do meio dia.

Peçamos a Deus que estejamos no caminho que Ele, antes que o mundo fosse mundo pensou para nós. Não há melhor escolha do que esta.

Acompanhe na seção Formação o texto do retiro na íntegra.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Fidelidade



 A sua fidelidade: a tranquila solidez de uma montanha. Deixar passar as nuvens, soprar os ventos, murmurar a brisa, abater-se a tempestade, mas resistir na sua estabilidade. Enfrenta as mais diferentes realidades, permanecendo em pé.

A fidelidade respira o sentido da morada: é ela que demonstra a todos quem habita em você. Você se transforma na verdade num abrigo, onde se pode sentar e contar... quaisquer que sejam as diferenças que possam surgir entre vocês.

A fidelidade a um projeto ou a uma pessoa é uma força serena que o faz ir adiante... Não é uma realidade imóvel, não ama uma regra para sempre imutável, nem um ideal que representa o seu tempo. Vive do caminho que você está trilhando, da coragem que sustenta os seus dias. A sua força no movimento da vida transforma-se, porque é fidelidade ao seu futuro, bem como a um passado que lhe deu a vida.

A sua fidelidade é como aquele ou aquela que descobriu um tesouro no campo. Vende então, tudo aquilo que possui para comprar o terreno, e trazer à luz a descoberta que fez... Na verdade, cada um será um tesouro para o outro: aquele ou aquela que encontrou, leva consigo o valor daquele que foi encontrado. E a poeira que ficou sobre o rosto não fará mais do que lembrá-lo de onde você veio... Mas, o olhar fiel ficará para dizer o quanto ainda são preciosos um para o outro!

E se, mais tarde, a fidelidade desenhar algumas rugas em você, e voltar-se para trás para ver a estrada percorrida conjuntamente, será uma alegria tão grande, impossível de ser avaliada. 
Para aqueles que nos seguem, um ensinamento único.

Será como a videira e a árvore que a sustenta. Reciprocamente, fazem-se companhia no bom e no mau tempo, na tepidez da primavera, ou no gelo do inverno: as diferenças encontradas fazem parte da vida.
Mas a sua fidelidade faz parte da sua própria alma e da sua liberdade: primeiramente será fiel a você mesmo e à escolha que, uma vez, fez livremente.

A fidelidade não prestará atenção ao tempo que aconteceu antes do encontro, nem ao tempo que o segue. A fidelidade uniu aquela qualidade de tempo tão diferente, que as criaturas humanas chamam eternidade.

Renato Zilio

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Deus e eu unidos somos invencíveis!



Atendendo ao apelo do Papa Francisco, que pediu aos católicos, e aos não católicos, que fizessem jejum e rezassem pela paz na Síria, alguns se mobilizaram para fazer a sua parte.
Quando ocorreram os atentados às Torres do World Trade Center, o Papa João Paulo II também convocou os fiéis a um jejum no dia 14 de setembro de 2001, ano do ato terrorista.

Refletindo sobre o poder do jejum, já nas primeiras páginas da Sagrada Escritura encontramos o Senhor que recomenda que o homem se abstenha de comer o fruto proibido: "Podes comer o fruto de todas as árvores do jardim; mas não comas o da árvore da ciência do bem e do mal, porque, no dia em que o comeres, certamente morrerás".(Gn 2,17)  
Comentando a ordem divina, São Basílio observa que "o jejum foi ordenado no Paraíso", e "o primeiro mandamento neste sentido foi dado a Adão". Portanto, ele conclui: "O 'não comas' é a lei do jejum e da abstinência".
Jesus também jejuou antes de iniciar sua vida pública, ao ser conduzido pelo Espírito ao deserto, onde por 40 dias e 40 noites se absteve de alimento. Como Moisés antes de receber as Tábuas da Lei, como Elias antes de encontrar o Senhor no monte Horeb, assim Jesus rezando e jejuando se preparou para a sua missão, cujo início foi um duro confronto com o tentador onde afirmou: "não só de pão vive o homem, mas de toda palavra de Deus" (Deut. 8,3)

O verdadeiro jejum é afastar-se de tudo o que nos impede de cumprir a vontade de Deus.
É aí que surge o poder da oração aliada ao jejum, porque então nos colocamos humildemente na presença do Senhor à espera de sua bondade e misericórdia, para que nos livre de todo o mal, daquele que está em nós, e do que está fora de nós também. "Eu e Deus unidos, somos invencíveis", já dizia um sacerdote franciscano.

Quando a Copa do Mundo aconteceu no Japão, em 2002, eu me recordo de muitos concidadãos nossos que acordavam de madrugada para acompanhar os jogos da Seleção Brasileira, afinal, somos o país do futebol. Quando estamos passando por tribulações, quando alguém de nossa família está gravemente enfermo, quando o desemprego bate à nossa porta, quando somos vítima da violência que ceifa nossas vidas, quando o casamento parece ruir, porque não nos colocamos a rezar, a jejuar, a fazer vigílias em família, para alcançarmos a misericórdia de Deus, ou a força para enfrentarmos as dificuldades que nos atormentam? Se somos capazes de nos sacrificar pelo futebol, porque não o fazemos por nós e pelos nossos familiares, pela nossa pátria, pela paz no mundo?

Jejum e oração, as armas mais simples e disponíveis que todos podem ter contra o mal.
Que possamos recuperar o sentido destas práticas mais usualmente, e não só quando o mundo corre perigo de entrar em guerra.