quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Câmara dos Deputados realiza palestra sobre a valorização da família

Com o tema A Família no Centro da Política Desafios, perspectivas e ações
Por Izabel Fidelis
BRASíLIA, 30 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - A Câmara dos Deputados, em Brasília, realizou na manhã de hoje (30) uma palestra, que teve como convidado principal o padre Paulo Ricardo de Azevedo, da Arquidiocese de Cuiabá (MT).
Com o tema “A Família no Centro da Política – Desafios, perspectivas e ações”, a palestra contou também com a presença do professor Felipe Nery, diretor do colégio São Bento, em São Paulo, e do deputado Marco Feliciano (PSC), da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.
Padre Paulo Ricardo abriu o encontro falando dos desafios que a família cristã enfrenta hoje no Brasil. Entre seus argumentos ele citou a ideologia de gênero, o feminismo e o marxismo cultural implantado hoje na sociedade. “O que eu estou fazendo aqui hoje é simplesmente prestando um serviço ao povo brasileiro. Não estou aqui como padre, não estou aqui como pregador, não estou aqui como católico, estou aqui como um brasileiro que estudou essas coisas para dizer a outros brasileiros que há pessoas que dedicam as suas vidas pela destruição da família. Nós cristãos precisamos sair da nossa zona de conforto, senão a família não será salva, alegou o padre Paulo Ricardo.
O professor Felipe Nery enriqueceu o encontro com uma projeção de slides, apresentando dados sobre a educação e os educadores no Brasil. Ele falou das políticas públicas e inúmeros projetos que tramitam no Congresso Nacional, entre ela as leis referentes ao ensino integral para crianças no Brasil. “Se o pai e a mãe tem condições e querem estar com seus filhos, o governo não pode proibi-los. Não podemos ser ingênuos e achar que isso é um benefício para a sociedade, porque os resultados nos países que implantaram esse tipo de educação, como a Suécia por exemplo, tem uma grande taxa de aborto entre jovens, de violência sexual, pois é o estado quem educa e a família não tem o direito de intervir”, afirmou.
A palestra teve duração aproximada de duas horas e contou ainda rápidos depoimentos de deputados e de outros participantes, como jovens estudantes e integrantes de movimentos da Arquidiocese de Brasília.

sábado, 26 de outubro de 2013

Papa Francisco escolhe casa dos Paulinos




O Vaticano anunciou que os Exercícios Espirituais feitos, anualmente, em retiro pelo Papa, mudou de endereço!
De 09 a 14 de março de 2014, em vez do Castel Gandolfo, Papa Francisco escolheu a Casa Divino Mestre dos Paulinos, em Ariccia (Albano Laziale), Itália. O pregador será monsenhor Angelo De Donatis, sacerdote da diocese de Roma.
Os exercícios espirituais são momentos de meditação e oração, que ocorrem numa atmosfera de recolhimento, durante o tempo Quaresmal/Pascal. No ano passado, foram orientados pelo cardeal Ravasi.
Os Padres e Irmãos Paulinos, agraciados por esta escolha, preparam e aguardam, com imensa alegria, a honrosa presença do pontífice em sua casa.
Fonte: Paulus/ La Repubblica 

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Redescobrir a oração



A oração é um exercício fundamental na busca pela qualidade de vida. Nas indicações que não podem faltar, especialmente para a vida cristã, estão a prática e o cultivo disciplinado da oração. É um exercício que tem força incomparável em relação às diversas abordagens de auto ajuda, como livros e DVDs, muito comuns na atualidade.

A crise existencial contemporânea, em particular na cultura ocidental, precisa redescobrir o caminho da oração para uma vida de qualidade. Equivocado é o entendimento que pensa a oração como prática exclusiva de devotos. A oração guarda uma dimensão essencial da vida cristã. Cultivar essa prática é um segredo fundamental para reconquistar a inteireza da própria vida e fecundar o sentido que a sustenta.

É muito oportuno incluir entre as diversificadas opiniões, junto aos variados assuntos discutidos cotidianamente, o que significa e o que se pode alcançar pelo caminho da oração. Perdê-la como força e não adotá-la como prática diária é abrir mão de uma alavanca com força para mover mundos. A fé cristã, por meio da teologia, tem por tradição abordar a importância da oração ao analisar a sua estrutura fundamental, seus elementos constitutivos, suas formas e os modos de sua experiência. Trata-se de uma importante ciência e de uma prática rica para fecundar a fé.

A oração tem propriedades para qualificar a vida pessoal, familiar, social e comunitária. Muitos podem desconhecer, mas a oração pode ser um laço irrenunciável com o compromisso ético. É prática dos devotos, mas também um estímulo à cidadania. Ao contrário de ser fuga das dificuldades, é clarividência e sabedoria, tão necessários no enfrentamento dos problemas. Na verdade, a oração faz brotar uma fonte interior de decisões, baseadas em valores com força qualitativa.

É longo o caminho para acertar a compreensão e fazer com que todos percebam o horizonte rico e indispensável da oração. Faz falta à clareza de que existem situações e problemas que a política, a ciência e a técnica não podem oferecer soluções, como o sentido da vida e a experiência de uma felicidade duradoura. A oração é caminho singular. É, pois, indispensável aprender a orar e cultivar a disciplina diária da oração. Tratar-se de um caminhar em direção às raízes e ao essencial. Nesse caminho está um remédio indispensável para o mundo atual, que proporciona mais fraternidade e experiências de solidariedade.

A lógica dominante da sociedade contemporânea está na contramão dessa busca. Os mecanismos que regem o consumismo e a auto suficiência humana provocam mortes. Sozinho, o progresso tecnológico, tão necessário e admirável, produz ambiguidades fatais e inúmeras contradições. Orar desperta uma consciência própria de autenticidade. Impulsiona à experiência humilde do próprio limite e inspira a conversão. É recomendação cristã determinante dos rumos da vida e de sua qualidade. A Igreja Católica tem verdadeiros tesouros, na forma de tratados, de estudos, de reflexões, e de indicações para o cultivo da oração, que remetem à origem do cristianismo, quando os próprios discípulos pediram a Jesus: “Ensina-nos a orar”. É uma tarefa missionária essencial na fé, uma aprendizagem necessária, um cultivo para novas respostas na qualificação pessoal e do tecido cultural sustentador da vida em sociedade.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo - Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte - MG
  

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

"Maria foi discípula, depois Mestra" Pe. Alberione




Em outubro, mês mariano e missionário, podemos refletir sobre a relação do Bem Aventurado Tiago Alberione com Maria, a primeira discípula de Jesus Mestre. Esta relação foi tecida ao mesmo tempo de devoção, reflexão e ação.

O título que mais amou e propagou foi o de Maria, Rainha dos Apóstolos. Na realidade, este título era inseparável de outros dois: Maria Mãe e Mestra.
Tratava-se de uma herança recebida de Leão XIII, que na encíclica Adjutricem popoli christiani (Auxiliadora do povo cristão – 05/09/1895) havia declarado que a partir do Cenáculo Maria aceitou e cumpriu a sua missão de ajudar «admiravelmente os primeiros fiéis com a santidade do seu exemplo, com a autoridade dos seus conselhos, com a doçura dos seus incentivos, com a eficácia das suas orações, tornando-se assim verdadeiramente mãe da Igreja e mestra e Rainha dos Apóstolos, aos quais comunicou também aqueles divinos oráculos que ela “conservava ciosamente no seu coração”»

Para expor seu pensamento sobre o discipulado de Maria, Alberione recorre a uma esplêndida pagina do livro Jesus Mestre, do Padre João Roatta, ao falar da prova de sensibilíssima devoção ao Fundador expressa no Santuário-Basílica Rainha dos Apóstolos, consagrado na conclusão do Ano Mariano, em 1954:

“A função da Virgem-Mãe é aquela de fazer nascer e formar gradualmente Jesus também em todos aqueles que devem “tornarem-se conformes à imagem do seu Filho”. Maria nos está diante como Mãe e Mestra, para nos oferecer um ensaio maravilhoso de como se torna verdadeiros “discípulos” de Cristo, e para nos guiar a construir a pessoa segundo a forma do Verbo.
Maria de fato é o exemplar supremo do discipulado, como nos afirma claramente Santo Agostinho: «Para Maria valeu mais o ser discípula de Cristo do que o ser sua Mãe; foi para ela coisa mais feliz o ser discípula sua do que ser Mãe. Por isso Maria era bem-aventurada, porque também, antes de dá-lo à luz, havia carregado em seu seio o Mestre».
É um pensamento que será amplamente desenvolvido por São Bernardo, para nos guiar a estudar as admiráveis disposições da “discípula” perfeita do Altíssimo.
Exemplar perfeito do “discipulado”, Maria se torna o exemplar perfeito do “magistério” ao lado do seu Filho Jesus. Há uma viva relação entre Maria Santíssima e o Mestre da humanidade. Tornada Mãe de Cristo, após ter sido sua “discípula” perfeitíssima, ela se tornou por sua vez Mestra de Cristo, segundo a bela expressão de Santo Efrém: «Ave, ó Maria, que educaste o Cristo comunicador da vida, o Cristo misericordiosíssimo criador e formador de todo o mundo».

Numa memorável hora de adoração o Bem-Aventurado Tiago Alberione entregou a Maria o Santuário como agradecimento à Virgem pela proteção durante a guerra e fez esta oração:
“Tu, ó Maria, tens uma missão social:
Primeiro: santificaste uma casa, domicílio das virtudes domésticas; guarda a primeira sociedade que é a família.

Segundo: deste início à vida religiosa com o voto de virgindade e a observância de uma perfeita obediência e pobreza: guarda a sociedade religiosa.

Terceiro: carregaste nos braços a Igreja nascente, sociedade sobrenatural instituída pelo teu Filho Jesus: guarda a Igreja.

Quarto: a ti foi confiada a humanidade, da qual és Mãe espiritual e que deve irmanar-se numa sociedade supranacional: graças a Ti se unam os homens na verdade, caridade, justiça: guarda a sociedade das Nações.

Quinto: Em Jesus Cristo és  a Mãe da civilização, que brota do Evangelho e se realiza na obra da Igreja: guarda a verdadeira civilização”.

A descrição de quem é o apóstolo, feita pelo Bem-Aventurado Tiago Alberione, se aplica de modo especial a Maria:
“Apóstolo é quem leva Deus na própria alma e o irradia ao redor de si. É um santo que acumula tesouros, e comunica o que excede às almas. É um coração que ama tanto a Deus e os homens, e não pode mais comprimir em si quanto sente e pensa. É um ostensório que contém Jesus Cristo, e expande uma luz inefável ao redor de si. É um vaso de eleição que reversa, porque cheio demais, e de sua plenitude todos podem gozar. É um templo da Santíssima Trindade, a qual é sumamente operante; de todos os poros transpira Deus: com as palavras, as obras, as orações, os gestos, as atitudes; privadamente e em público. Agora, com este retrato, examinai o rosto de pessoas, próximas ou distantes: reconheceis nele o apóstolo? Em sumo grau, com inatingível semelhança é o rosto de Maria. Seguirá depois Paulo. 
Maria é a missionária  a quem devemos imitar, amar, rogar e seguir, pois ela sempre nos levará a Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida.

Texto extraído do retiro pregado por Pe. Antonio F. da Silva, ssp, em maio de 2011 aos Institutos Paulinos de Vida Secular Consagrada.
 

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Os ciclos da vida...

Toda a nossa vida é composta por ciclos. Assim como a natureza respeita os ciclos das estações, onde tudo nasce, cresce, desabrocha, fenece e morre, o mesmo acontece conosco.
Só que na vida humana estes tempos acontecem dentro de relações interpessoais, que acabam por determinar muito do que fomos, somos e seremos.
Nesta ótica, é importante valorizar as relações de família. Cuidar para que elas sejam construtoras de homens e mulheres sadios afetivamente, a fim de gerar um modelo de pessoas que sejam construtoras da paz, do diálogo, do carinho, da dignidade, do respeito pelo outro,  da justiça, e do amor à partir de sua formação em família.
Você vai assistir a uma animação muito sensível e inspirada, que relata justamente esta relação essencial de amor e confiança entre um pai e um filho. Ela também ressalta a importância de manter-se junto daqueles que souberam dar-se a nós.
É sempre bem vinda toda a reflexão que nos pontua a transitoriedade da vida, e o quanto somos parte de um processo de dar e receber.
Maximize o tamanho do vídeo, clicando no ícone ao lado direito onde consta o nome YouTube.


quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Restaurando a sacralidade do sexo


"Deus vos chama a respeitar-vos também no namoro e no noivado, pois a vida conjugal que, por disposição divina, está destinada aos casados é somente fonte de felicidade e de paz na medida em que souberdes fazer da castidade, dentro e fora do matrimônio, um baluarte das vossas esperanças futuras" (Bento XVI)



Percebi algo realmente alarmante esta manhã. Passei mais da metade da minha vida dando palestras sobre castidade.

Isso me pareceu um marco, e me fez refletir. Qual é a coisa, o aspecto da mensagem da castidade que mais quero transmitir ao mundo de hoje? É a mesma de quando comecei, há 20 anos atrás?

Não. Há 20 anos atrás o coração da mensagem era “não faça sexo”. Não é uma mensagem ruim, é claro. Ainda é uma parte do que digo hoje.

Mas eu percebi que há um assunto mais profundo aqui, que a sociedade de fato não se dá conta. Mesmo “bons católicos” que vivem e acreditam na castidade parecem não entender.

É o conceito da “sacralidade” da sexualidade humana.

Antes da revolução sexual, simplesmente não se discutia sexo. Era um assunto tabu na sociedade. Isso muitas vezes era levado a extremos. Os pais não falavam sobre sexo com seus filhos. Tinha até uma discussão sobre se era apropriado usar a palavra “grávida” na TV.

E então vieram os hippies.

Essa geração não gostava de regras, particularmente as que não compreendiam. E já que ninguém estava certo de porque o sexo não era discutido na sociedade, decidiu-se descartar essa “regra”.

Desde então, o mundo ocidental parece ter passado a acreditar que é saudável “colocar tudo pra fora” e “pôr todas as cartas na mesa”. Parece que temos que falar sobre sexo. E muito. Nossas escolas desenvolveram programas longos e caros, feitos para que nossas crianças se sintam “confortáveis” com a própria sexualidade. E os pais que não se sentem, eles próprios confortáveis, que se virem para acompanhar.

Mas, depois desse tempo todo, ainda não estamos tão confortáveis, estamos?

Aqui está o ponto: os hippies interpretaram o silêncio de seus pais em matérias sexuais como uma indicação de que havia algo de “errado” com o sexo, de que ele era “sujo”. Mas essa não era, de modo algum, a verdadeira razão.

A verdade é exatamente o oposto.

Nós não evitamos falar de sexo porque ele é sujo. Nós evitamos discutir sexo porque ele é sagrado.

Nossa cultura não consegue apreender isso, porque nós não temos o senso do sagrado. Ser sagrado significa ser colocado "à parte", em lugar de honra.

Tome a Eucaristia como exemplo. Como católicos, acreditamos que a Eucaristia é o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Cristo. Isso é muito importante. Então, o que o Padre faz com a Eucaristia? Trata sem cuidado? Deixa por aí? Procura onde esqueceu?

Não. A Hóstia Consagrada reside em um lugar de honra – uma caixa dourada que chamamos Tabernáculo ou Sacrário. Uma luz acesa nos lembra que Cristo está presente, para que possamos honrá-lo e reverenciá-lo.

O sexo é sagrado, também. Ele é muito, muito importante. É um ato íntimo de amor, de doação de si mesmo, entre marido e mulher. É o ato através do qual Deus se utiliza para trazer uma nova vida ao mundo. Deus quer que mantenhamos o sexo em um lugar especial em nossos corações e em nossas vidas. Ele não quer que falemos sobre sexo como se estivéssemos falando sobre o almoço.

Quando eu falo para adolescentes, eu passo uns bons 30 minutos falando sobre amor antes que o assunto sexo seja sequer mencionado. E então, eu faço questão de ressaltar que não vamos discutir os detalhes de como o sexo funciona. O olhar coletivo de alívio sempre fica evidente na sala.

Deus nos criou para ficarmos embaraçados quando os detalhes íntimos do sexo são discutidos em nossa presença. Isso é bom. É um lembrete da sacralidade do sexo. Um senso natural de modéstia é protetor – protege aquilo que é sagrado.

Muitas e muitas pessoas não “entendem” isso. Uma professora católica me contou uma vez que estava ensinando educação sexual a alunos da 4ª série, e estava tendo dificuldades em superar seu embaraço. Falei para ela prestar atenção, ouvir essa “vergonha”. Se uma senhora casada há tanto tempo estava se sentindo embaraçada, imagine como devia estar se sentindo uma sala cheia de garotos e garotas de 10 anos de idade.

Não sou uma grande fã de educação sexual. Não encontro nenhuma razão boa o suficiente para violar o senso de modéstia de uma criança de 10 anos discutindo informações tão íntimas em um lugar público. Também acho que palestrantes e promotores da castidade e abstinência – para audiências de todas as idades, mas especialmente para crianças e adolescentes – precisam exercitar a prudência.

Olhem para o exemplo de João Paulo II. Ele falou e escreveu mais sobre o assunto da sexualidade humana do que todos os outros papas anteriores juntos. E ainda assim, nem de longe ele foi explícito. Ele nunca falou de detalhes da intimidade sexual. Ele manteve aquele senso de estupor, maravilhado com a sacralidade do sexo.

Depois de falar aos adolescentes aliviados de minha platéia que não iríamos discutir sobre detalhes do sexo, falei para eles que, se tivessem questões, deviam se dirigir a seus pais. O sexo é um assunto sagrado. A família é um espaço sagrado. O dever de ensinar às crianças os detalhes íntimos do dom humano da sexualidade é um dever sagrado, e esse dever é dos pais.

Nesse contexto, os pais fazem mais do que em ensinar as crianças sobre sexo, eles infundem valores. E eles reforçam o senso de sacralidade da sexualidade humana.

Talvez a próxima geração possa entender isso direito, se os pais dessa geração puderem se lembrar disso.

Do blog Vida e Castidade