domingo, 30 de março de 2014

A renovação do amor segundo Jesus


Estamos na quaresma, o momento em que recordamos o amor de Cristo que sofre por nós.
É a ocasião para compreender como o sofrimento, de per si, não determinou ou mereceu a salvação; a salvação foi o resultado do amor com que Cristo suportou a sua cruz e seus padecimentos. Como as obras feitas para ajudar os outros tornam-se gestos misericordiosos, quando praticados com alegria, humildade e amor, assim também a cruz transforma-se em sofrimento redentor quando aceita com amor.

O convite dirigido por Cristo às mulheres de Jerusalém de não chorarem por Ele, mas antes por elas mesmas e seus próprios pecados, mostra a necessidade da conversão. É um convite endereçado a todos.

Nós não celebramos a quaresma e não comemoramos os sofrimentos de Cristo para podermos chorar sobre o que Ele teve de sofrer, e sim para renovar o nosso amor a Ele. Celebramos a quaresma para receber um novo estímulo, a fim de crescermos no amor, e podermos aceitar com amor as nossas cruzes e sofrimentos. Sem amor elas não terão aquele valor indispensável para a eternidade. Seria uma grande perda.

Observar o amor de Cristo no sofrimento, penetrar no mistério desse amor, significa estar pronto a uma vida digna do homem. Pensar e refletir, encontrar-se e permanecer com o Cristo que sofre, significa descobrir o verdadeiro amor e nele crescer constantemente. O amor é o melhor fruto da árvore do sofrimento.

"Cresceu diante dele como um pobre rebento enraizado numa terra árida; não tinha graça nem beleza para atrair nossos olhares, e seu aspecto não podia seduzir-nos.
Era desprezado, era a escória da humanidade, homem das dores, experimentado nos sofrimentos; como aqueles, diante dos quais se cobre o rosto, era amaldiçoado e não fazíamos caso dele.
Em verdade, ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos: e nós o reputávamos como um castigado, ferido por Deus e humilhado.
Mas ele foi castigado por nossos crimes, e esmagado por nossas iniqüidades; o castigo que nos salva pesou sobre ele; fomos curados graças às suas chagas.
Após suportar em sua pessoa os tormentos, alegrar-se-á de conhecê-lo até o enlevo. O Justo, meu Servo, justificará muitos homens, e tomará sobre si suas iniqüidades. Eis por que lhe darei parte com os grandes, e ele dividirá a presa com os poderosos: porque ele próprio deu sua vida, e deixou-se colocar entre os criminosos, tomando sobre si os pecados de muitos homens, e intercedendo pelos culpados." ( Is 53, 2-5; 11-12)

Pe. Slavko Barbaric, ofm, do livro "A escola do amor"

segunda-feira, 24 de março de 2014

Idosos dão 10 lições profissionais e financeiras para os jovens



Karl Pillemer, em seu livro “30 Lessons for Living” (ou "30 Lições para a Vida", em tradução livre), consultou mais de mil idosos norte-americanos, com 80 e 90 anos de idade, em busca de conselhos sobre como ter uma vida feliz.
Entre muitas sugestões de como levar uma vida boa, os idosos também deram conselhos sobre dinheiro e trabalho - lições que vão contra muitas máximas ditadas pelos jovens e adultos de hoje. O site Business Insider compilou dez delas, confira quais são:

1. Os jovens são obcecados em fazer muito dinheiro.
Pessoas mais velhas se perguntam o que eles estavam pensando quando perguntados sobre a receita para a felicidade no trabalho. Nenhum dos entrevistados disse que para ser feliz você deve trabalhar duro para ganhar dinheiro, nem que é importante ser rico tanto quanto as pessoas ao seu redor e, muito menos, disse que deve escolher seu trabalho baseado no poder aquisitivo futuro.

2. Muitas vezes, o dinheiro fica em guerra com o tempo.
Saiba equilibrá-los adequadamente. A visão a partir do fim da vida é simples: um tempo bem gasto e divertido supera o dinheiro em qualquer etapa da vida. Os idosos não sugerem que todos os jovens se tornem artistas famintos, mas que eles saibam equilibrar momentos de lazer com momentos para ganhar dinheiro.
“Muitos escolhem a profissão por causa das recompensas materiais, mas em algum momento, esses vão olhar para trás e suspirar: ‘o que eu fiz com minha vida’. Eles concordam que é preferível ganhar menos e apreciar o que fazem, em vez de viver para fins de semanas e férias anuais.”

3. Independência no trabalho é crucial.
Quando os idosos discutem suas vidas profissionais, dois temas estão correlacionados: seu propósito (além do salário) e autonomia. Não ter nenhum deles no trabalho atual torna-o um grande fardo. Satisfação de carreira depende do quanto você tem autonomia para tomar decisões e se arriscar, sem pensar se esse caminho lhe levará “longe”.

4. Você gasta mais de 40 horas semanais no emprego. 
Certifique-se se ele lhe faz feliz. Segundo os idosos, nenhuma quantia de dinheiro é mais valiosa do que ter um emprego que lhe faz feliz, de se levantar feliz a cada manhã, em vez de um que você teme. “Se acorda de manhã e não quer ir trabalhar, você está no emprego errado.”

5. Procure novas oportunidades de trabalho.
Muitos recusam uma promoção ou oportunidades de trabalhar no exterior por medo de se arriscar. Para aqueles que já viveram mais da metade de sua vida, este é um dos piores erros. O conselho é abraçar novos desafios, dizendo “sim” o mais rápido possível.
Não é à toa que os arrependimentos mais frequentes relatados sobre o trabalho envolvem oportunidades perdidas. “A maior recompensa que você pode receber em sua carreira é a oportunidade de fazer mais.”

6. Deixar de viajar é uma das maiores fontes de arrependimento.
Se eles pudessem voltar no tempo, os idosos viajariam mais. Essa foi a conclusão do autor, depois de ouvir muitos reclamarem de não ter conhecido diversos lugares, mesmo cidades vizinhas de onde moram.

7. Para ter sucesso no trabalho você precisa ser mais que talentoso. Você precisa ser um bom profissional.
Os idosos entrevistados vieram de diversas ocupações, das mais variadas áreas. Nos anos em que trabalharam, eles observaram que ser talentoso não supera desenvolver habilidades interpessoais. Muitos jovens focam em ganhar conhecimento técnico e não dão importância para características para convívio social, como empatia, compaixão, postura profissional, ética e capacidade de resolver conflitos.

8. Seja moderado, mas saiba viver um pouco.
Não se preocupe com tantas coisas, saiba relevar e ponderar o que é importante na vida. “Enquanto eu crescia, as pessoas que eu conhecia e amava foram morrendo e eu comecei a perceber como os momentos de cada dia são preciosos”, confessou um idoso.

9. Pare de se preocupar com coisas que você não pode controlar.
Os idosos veem a preocupação como uma característica que nos impede de viver a cada dia, e sugerem fazermos tudo que está no nosso alcance para mudar isso. O mais importante, eles acreditam que a preocupação é um desperdício de tempo e, uma vez que o tempo é o recurso mais precioso, gastá-lo com ela é a pior maneira de levar a vida.

10. Pensar a longo prazo é a melhor maneira de viver como um investidor.
E é uma maneira terrível de viver como um ser humano. “Parece que se leva uma vida inteira para aprender a viver o momento, mas não deveria ser assim”, relatou um entrevistado. “Eu certamente sinto que minha vida tenha sido orientada pelo futuro. É uma inclinação natural pensar nele, mas é preciso aprender a apreciar o momento, o que está acontecendo ao seu redor agora, neste exato momento. Essa seria a minha principal lição para os mais jovens.”

sexta-feira, 14 de março de 2014

Vocações no Ano do Centenário da Família Paulina


Neste ano em que a Família Paulina comemora seu 1º Centenário de existência, é bom olhar para esta história que se inicia no coração de um sacerdote que se abriu à graça de Deus e soube ouvi-Lo.

Pe. Tiago Alberione, na noite de 31 de dezembro de 1900, início do século XX, rezava na catedral de Alba, região norte da Itália. Os pensamentos o invadiam no silêncio da noite, quando, no íntimo, ouviu uma voz como a ouviu o profeta Elias na brisa da tarde. Assim descreve o fato, como se tratasse de outra pessoa:

“Veio uma luz particular... E ele sentiu-se profundamente obrigado a preparar-se para fazer alguma coisa pelo Senhor e pelos homens do novo século”. (AD 15)

Ele bem sabia de quem vinha o apelo... Era de Cristo que o impelia a fundar uma família religiosa cujo carisma seria comunicar o Evangelho através dos meios de comunicação social. Deste modo nasceu a Família Paulina.

Uma história simples, bem humana, carregada de idealismo, porém nada extraordinária ou digna de manchetes. A história de nossa Família Paulina foi acontecendo ao longo dos anos sem planejamentos minuciosos, e sem grandes provisões de recursos.

Essa história assemelha-se à de Cristo, que veio ao mundo para dar a conhecer a vontade do Pai e, na pobreza, castidade e obediência, manifestá-La ao mundo pela Sua Palavra.

Pe. Alberione assemelha-se ao Divino Mestre ao possuir o Espírito Santo de forma plena, única e exclusiva. Para ele, como também para São Paulo, o Patrono da Família Paulina, o viver foi Cristo.

O Papa Paulo VI afirmava sobre Alberione: “Aqui está ele, humilde e silencioso, infatigável, sempre vigilante, sempre recolhido em seus pensamentos, que correm da oração para a ação, sempre atento em sondar os sinais dos tempos”. (Observatore Romano 29/06/1969).

No vídeo abaixo está documentada a Profissão Perpétua de 5 junioristas paulinos que aconteceu neste ano de 2014. Eles se preparam para a ordenação sacerdotal e, junto a seus familiares, sacerdotes e demais membros presentes da Família Paulina, festejam este enorme dom de Deus: homens que respondem positivamente ao convite de Deus: "Ide a todo mundo e pregai o Evangelho a todo criatura" (Mc 16,15)

A Família Paulina com seus dez “braços”: Irmãos e Padres Paulinos, Irmãs Paulinas, Pias Discípulas do Divino Mestre, Irmãs Pastorinhas, Irmãs Apostolinas, Instituto de Vida Secular Consagrada Nossa Senhora da Anunciação (para moças), IVSC São Gabriel Arcanjo (para moços), IVSC Santa Família (para casais), IVSC Jesus Sacerdote (para sacerdotes diocesanos) e Cooperadores Paulinos, oferece a todos a oportunidade de encontrar seu lugar, para também dizer sim  a Cristo.

Assista o vídeo na opção full screen, clicando no último ícone à direita abaixo do vídeo, e partilhe a alegria de quem fez uma escolha para Deus servindo à Igreja e aos homens.




quarta-feira, 5 de março de 2014

Vivei em contínua conversão


São muitas as traduções que se propõem para essa expressão cunhada originariamente pelo Pe. Alberione em língua latina “Poenitens cor tenete”, “Tende dor dos pecados”, “Tende um coração penitente”, “Vivei em contínua conversão”.

São Paulo, na Carta aos Romanos, capítulo 2, versículo 4, nos exorta a abrirmo-nos à bondade de Deus que nos convida ao arrependimento, a fim de sermos acolhidos por Ele no dia do juízo.

Conversão na língua grega significa metanóia, que exprime a transformação da mente, um modo novo de valorizar as coisas e de ordenar a própria existência. É a orientação do próprio ser à luz do Evangelho, do Batismo e da Páscoa. Já no hebraico a expressão conversão deriva do verbo retornar, que aponta para uma mudança de rumo e finalidade do próprio ser e agir. É um movimento que abrange a pessoa toda centralizada no coração.

Para Pe. Alberione, conversão era uma constante chamada de atenção para trocarmos nosso coração pelo do Apóstolo Paulo, e a sentirmos o nosso mundo como o Mestre e o Bom Pastor o sentia. Nosso Fundador, acompanhando a espiritualidade bíblica, que foi sua marca, tinha a convicção que o verdadeiro inimigo das obras apostólicas é o pecado. Ele dizia: “Vós fazeis reparação trabalhando no apostolado, atuando exatamente ao contrário daqueles que se valem destes meios para corromper, para difundir doutrinas falsas, que vão contra Jesus Cristo”. “O discípulo paulino faz reparação de três modos: com a vida, com a oração, com o apostolado”,  tal como os discípulos do Evangelho que tinham vida comum com Jesus. Uma vida assim enxertada em Cristo e alimentada pela amizade e fraternidade, jamais será atingida pelo pecado.

A “dureza de coração”, símbolo daqueles que não se abrem a Deus e aos irmãos, se exprime no Evangelho com a palavra sklerokardialiteralmente “esclerose do coração” – fechamento das artérias, que não deixa o sangue fluir com a facilidade que requer nosso organismo, e com grave risco para a saúde e a vida. Assim sucede com o evangelizador que não dirige à palavra a Deus. É o que o Evangelho chama “morrer no próprio pecado” (Jo 8,24) e “caminhar nas trevas” (Jo 8,12). Torna-se necessária uma profunda conversão, uma abertura para a ação do Espírito Santo em nós, e é o que o Pe. Alberione quer ver no “coração penitente”.

No livro do Deuteronômio, capítulo 6, versículo 9, encontra-se o convite a escrever a palavra da lei em todas as casas de Israel. “Escreve-as na parede de tua casa e em tuas portas”. Pe. Alberione não duvidou em escrever na parede das casas de apostolado, e de nossas igrejas as quatro frases sobre as quais temos refletido. “Um programa prático de vida e luz para si e para todos os membros da Família Paulina”.

Neste primeiro Centenário da Família Paulina que comemoramos neste ano de 2014 é bom retomar o sentido destas palavras especialmente neste tempo que se inicia hoje: a Quaresma. Sempre é tempo de voltar ao Divino Mestre, sempre podemos pedir que Ele toque nosso coração endurecido pelo pecado, e faça jorrar com profusão as graças que nos poderão habilitar para o amor, e para tudo fazermos visando à glória de Deus.
Que Maria, Rainha dos Apóstolos, nos acompanhe neste trajeto para o seu Filho. Ela sabe como nos levar a fazer o que Ele pede a cada um de nós.

Baseado em texto de Pe. Primo Gironi, ssp