A exortação do Papa durante a visita ad limina dos bispos americanos
CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 09 de março de 2012 (ZENIT.org) –
Preocupação com a liberdade religiosa e total apoio à Igreja nos Estados Unidos,
foram expressos pelo Papa Bento XVI durante a visita ad limina
apostolorum dos bispos americanos.
Depois das Audiências dos meses anteriores (26 de novembro e 19 de janeiro
2012) esta manhã o Papa recebeu os bispos das Regiões VII, VIII e IX. Bento XVI
teve a palavra logo após a homenagem do Mons. John Clayton Neintedt, arcebispo
de Saint Paul e Minneapolis (Minnesota).
O Santo Padre acolheu a visita dos bispos como uma ocasião para refletir
sobre “certos aspectos da evangelização da cultura americana à luz das
dificuldades éticas e intelectuais do momento atual”.
Referindo-se ao tema de sua visita pastoral nos Estados Unidos de 15 a 21 de
abril 2088, Bento XVI descreveu como “evidente” o enfraquecimento na sociedade
americana da instituição do matrimônio e a “difusa rejeição a uma
responsabilidade e madura ética sexual, fundamentada na prática da castidade,
que leva a graves problemas sociais com imensos custos humanos e
econômicos”.
Recordando o beato João Paulo II, que na Familiaris consortio
afirmava que “o futuro da humanidade passa pela família”, Bento XVI denunciou as
“potentes correntes políticas e culturais que tentam alterar as definições
legais do matrimônio”.
O Papa então reiterou a firmeza do magistério católico sobre o matrimônio
como instituição “arraigado na complementaridade dos sexos e orientado para a
procriação”. Defender tal concepção é então “uma questão de justiça”.
O Pontífice divisou a dificuldade da Igreja em ensinar com uma abordagem
justa o sacramento do matrimônio. Uma dificuldade devida, sobretudo, aos
“limites nas catequeses das últimas décadas, que não consegue comunicar a rica
herança do ensinamento católico sobre o matrimônio como instituição natural,
elevada por Cristo a Sacramento”.
Também na pastoral familiar e matrimonial, portanto, o retorno ao Catecismo
da Igreja Católica e ao relativo Compendio, é fundamental. Em nível prático, o Papa afirmou que partilha com os bispos a preocupação em
relação a práticas como a “convivência”: vários casais são “inconscientes do
fato que se trata de um pecado grave, para não dizer no dano que causa à
estabilidade da sociedade”.
Neste sentido, o Santo Padre encorajou os bispos americanos a desenvolver
“normas pastorais e litúrgicas claras” que não se prestam à ambiguidade. O Papa acrescentou sua apreciação em relação
aos vários planos pastorais promovidos pelas dioceses americanas, a partir da
Carta Marriage :Love and Life in the Divine Plan de 2009, até
as iniciativas destinadas as pessoas em dificuldades familiares, “especialmente
os divorciados e separados, as mães solteiras, as mulheres que contemplam o
aborto, e as crianças que sofrem trágicos efeitos da separação dos pais”.
Deve ser redescoberta, a “virtude da castidade”, valendo-se de uma “visão
integrada, consistente e elevada da sexualidade humana”. Uma visão bem mais rica
e fascinante do que as “ideologias permissivas” que ao contrário, representam
uma “potente e destrutiva forma de contra-catequese para os jovens”. Os jovens devem encontrar a Igreja na sua “integridade” e nos “desafios de
seus ensinamentos contraculturais”, na via do Catecismo que define a castidade
como “a conquista do domínio de si, que é pedagogia para a liberdade humana” (n°
2339).
Em sua conclusão Bento XVI se deteve na pedagogia da infância, definindo a
criança como “o grande tesouro e o futuro de toda sociedade”. Por este motivo é
fundamental que cresçam “com uma saudável compreensão da sexualidade e do papel
que é próprio nas relações humanas”.
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