sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

O valor de nossos atos

 Comunidade Católica Pequeno Rebanho: Confiar e sondar

Como saber se nossos atos atraem ou repelem a Deus?

A resposta nos vem do livro do profeta Jeremias, o qual, na primeira leitura, adverte sobre um importante aspecto a ser considerado, a saber: em quem depositamos a nossa confiança?

Maldito o homem que confia no homem

Com efeito, lê-se logo no início do trecho: “Maldito o homem que confia no homem”; ora, a afirmação pronunciada pelo próprio Deus causa certo sobressalto, pois sendo o homem um ser sociável, que necessita ajudar e ser ajudado, a confiança em seus semelhantes é indispensável para o bom andamento da sociedade, sob pena de a vida tornar-se insustentável.

Por um lado, todos sabemos que o ser humano é frágil e volúvel, suas decisões cambaleiam e, por vezes, vemos verdadeiros “astros” que cintilavam no céu despencarem do firmamento e precipitarem-se nos abismos, levando consigo sonhos falsos e ilusões…

Mas há uma realidade mais profunda que toca no âmago da alma de qualquer pessoa e que deita luz ao problema: confiamos no homem ou em Deus? Ou seja, confiamos em nós mesmos ou em Deus?

O desejo da autorrealização

É muito fácil dizer “eu confio em Deus”, o difícil é viver. Na alma humana, há uma tendência natural de buscar estabilidade e segurança. Porém, não raras vezes, a solução deste anseio está em querer sentir-se “dono da situação”, dono de si mesmo e dono dos outros. Entenda-se bem que isso não significa ser inadimplente no cumprimento de nossos deveres, deixando de lado a dedicação que nos cabe, mas, pelo contrário, as verdadeiras realizações na vida se dão quando colocamos a Deus como início e fim de nossos atos.

Ele é a medida de tudo o que devemos fazer; qualquer desejo ou ato que não esteja de acordo com Deus e seus mandamentos deve ser banido em nosso proceder.

Ninguém é dono de si, todos nós pertencemos a Deus. Entretanto, o homem, corrompido pelos efeitos do pecado original, deseja muitas vezes realizar-se por suas próprias forças, prescindindo do auxílio alheio, seja dos homens ou do próprio Deus. Ora, quem assim age atrai sobre si a censura divina: “Maldito o homem que confia no homem”.

É feliz quem a Deus se confia!

Se, por um lado, a vida dos que confiam em sua própria natureza é como um cardo no deserto que vegeta infrutífero na secura do ermo, por outro, aqueles que põem sua esperança no Senhor são como árvores plantadas junto às águas que não temem a chegada do calor. São dotados de uma força sobrenatural, pois puseram sua confiança em Deus. Por isso diz o Salmo: “É feliz quem a Deus se confia!”

No Evangelho, Nosso Senhor Jesus Cristo sintetiza os dois modos de viver, apresentando como cada qual será tratado pelo mundo: os que se fiam na carne – assim como os falsos profetas – gozarão de fartura e estima. No entanto, a promessa da Bem-Aventurança paira sobre aqueles que confiam em Deus: poderão ser incompreendidos pelo mundo, mas grande será a recompensa deles nos Céus.

Peçamos, pois, à Santíssima Virgem – Ela, que nunca confiou em suas próprias qualidades – a graça de vivermos de modo virtuoso, para que o Pai, o Filho e o Espírito Santo possam habitar em nós.

Entreguemos, portanto, nossas vidas nas mãos de Maria, pois aqueles que n’Ela põem sua esperança são como uma árvore plantada junto às águas, não temerão a chegada do calor, não sofrerão míngua em tempo de seca e jamais deixarão de dar frutos!

 Por Rodrigo Siqueira

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Pensadores católicos defendem agenda moral para o futuro da tecnologia