De acordo com Eugenia Roccella, a foto dos dois homens gays que abraçam comovidos a criança que nasceu de barriga de aluguel "suscita emoção, mas não empatia"
Por Redação
ROMA, 07
de Julho de 2014 (Zenit.org)
A foto que deu a volta ao mundo, onde dois
homens – um casal gay canadense – abraçam, comovidos, um bebê ainda sujo com o
líquido amniótico, deu a volta ao mundo, suscitando uma emoção que, porém, “não
é empática”, declara Eugenia Roccella, deputada do Novo Centro-direita na
Itália, no seu site pessoal.
"É,
pelo contrário, um distúrbio sem igual, que chama a atenção de qualquer mulher
que olhe para as fotos dos dois, que, sem camisa, abraçam o pequeno bebê contra
a pele”, comenta a parlamentar.
"No
mesmo ângulo, ao lado, pode-se ver o perfil de uma mulher com a expressão
perdida e sofrida; é a mulher que teve aquela criança no seu ventre por nove
meses, que acaba de dar à luz, e que deve imediatamente entregá-la a outros, de
acordo com o contrato”.
Aquela
mulher, continua Roccella, "foi paga para isso, fez o seu trabalho. Nas
fotos sucessivas desaparece. Não é uma mãe, é só uma prestadora de serviço,
como a outra, a desconhecida que forneceu os ovócitos; porque quem encomenda
uma criança como um objeto a ser confeccionado, não quer que esteja ligada
biologicamente a uma só mulher, e prefere que existam duas mães, uma genética
(que cede os ovócitos) e uma gestacional (aquela que aluga o útero)".
"Então,
naturalmente estas mães desaparecerão, e não haverá mais nenhuma mãe. As lágrimas
do homem que finalmente tem a criança nos braços são compreensíveis, mas também
terríveis. Não é a emoção de um pai que testemunhou o parto, que segurou a mão
da companheira, que viveu com ela a gravidez. Aqui não há um pai, porque não há
uma mãe”.
"A
mulher – comenta ainda a deputada – é excluída, negada, mal aparece no ângulo
de uma única imagem, mas deve ser cancelada para que se construa a Grande
Ficção, aquela de uma paternidade sem corpo, sem sexo e sem relações naturais.
Aquela criança não poderá ouvir de novo, nos braços de sua mãe, perto de seu
coração, os batimentos cardíacos que a acompanharam no útero, um som, para ela,
reconfortante e habitual. Nunca saberá que é possível amamentar do seio,
sugando o leite produzido só para ele. Não sentirá o cheiro de sua mãe, o doce
cheiro da pele macia do seio e do leite. Aquela criança foi obtida por meio do
novo mercado da paternidade, que prevê procedimentos bem definidos: catálogos
de onde selecionar os assim chamados” doadores “, mediadores competentes,
advogados, contratos, pagamentos, multas a serem pagas caso o contrato não seja
respeitado”.
"A
foto deveria emocionar, porque demonstra que um casal gay pode “ter” um filho.
Na verdade demonstra que não o pode ter, e especialmente demontra que dois pais
não fazem uma mãe”, conclui Roccella. (Trad.T.S.)
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