segunda-feira, 6 de julho de 2015

O tempo é de Deus

 
"Vigiai pois, com cuidado sobre a vossa conduta: que ela não seja conduta de insensatos, mas de sábios que aproveitam ciosamente o tempo, pois os dias são maus". ( Ef 5, 15-17)

No afã de nossos dias, permeados de agitação e de uma carga maciça de informação, nem sempre estamos atentos à nossa conduta. Não seria de se estranhar, se de repente não soubéssemos mais qual a direção a seguir na vida, visto que há tantas propostas de caminhos...

Somos bombardeados de estímulos e distrações que redundam numa dispersão que não é produtiva, nem tampouco segura no que tange ao destino final de cada um de nós. "Os dias são maus", diz o Apóstolo, isso é, não há complacência, não é possível voltar nem um segundo atrás no tempo que nos é concedido. Sem que o queiramos, há uma ampulheta que mede nosso tempo e o escorre de forma voraz. O tempo perdido será sempre o tempo que não agregou nada à nossa salvação.

O Apóstolo Paulo, depois da conversão, torna-se consciente da preciosidade do tempo. Ele que perdera parte de sua vida perseguindo e condenando os cristãos, sente a urgência de aproveitar da melhor forma o tempo que lhe resta. E assim o fez, vivendo inteiramente a serviço do Evangelho de Cristo.

Mas nós, absortos em nossos afazeres, tocando a família adiante, a vida profissional e em sociedade, como vamos dar conta de ainda termos ciência se estamos ou não caminhando seguros rumo ao encontro com Deus?

As palavras do Apóstolo, sempre inspirado pelo Espírito Santo, são também para nós que estamos aqui em pleno século XXI. É uma proposta para todos nós, senão não seria inspirada pelo próprio Deus, que nunca excluiu ninguém dos seus planos de vida plena.

"Vigiai pois, com cuidado sobre a vossa conduta: que ela não seja conduta de insensatos, mas de sábios..."

O tempo é uma dádiva de Deus. Ninguém tem controle sobre ele, a não ser o Senhor do tempo, Aquele que o criou. Portanto, manipulá-lo com a intenção de que ele nos traga só benefícios materiais e bem estar é uma ilusão, porque ele se esvai, e um dia prestaremos conta deste tempo que nos foi concedido para que construamos o Reino de Deus hoje em nossa vida, e em sociedade. 

A vigilância de que fala Paulo, tem a ver justamente com este olhar para dentro de nós, numa análise que aponte se estamos comprometidos ou não com a vida, com o bem comum, com a paz, com respeito ao que não nos pertence, com respeito à sacralidade do outro, com a misericórdia e as obras de caridade, e tantas outras atitudes que nos fazem pessoas melhores, em harmonia com Deus e com a criação.

A sabedoria, a verdadeira, é um dom concedido por Deus aos que a procuram, não para serem melhores que os outros ou tirarem proveito pessoal dela, mas para servirem, para estenderem a mão aos que ainda não se abriram a ela. 

Não sejamos insensatos, os dias passam, e nós também. Finquemos a âncora da nossa vida, como Paulo, em Cristo. Imitemo-Lo com toda a força da nossa mente, da nossa vontade e do nosso coração. Não há barreiras para quem vive assim, não há impossíveis. Há sim, serenidade, paz, sentido e segurança no caminhar, pois como afirma o próprio Mestre, Jesus Cristo: "... sem mim nada podeis fazer". (Jo 15,5). Nada, é nada.

ISF

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