Voltávamos,Francisco
Rezeke eu, de uma posse acadêmica em Belo Horizonte, quando ele utilizou a
expressão “fundamentalismo ateu” para referir-se ao ataque orquestrado aos
valores das grandes religiões que vivemos na atualidade.
Lembro-me
de conversa telefônica que tive com o meu saudoso e querido amigo Octávio
Frias, quando discutíamos um editorial que estava para ser publicado, sobre
Encíclica do Papa João Paulo II, do qual discordava quanto a alguns temas.
Argumentei que a Encíclica era destinada aos católicos e que quem não o era,
não deveria se preocupar. Com sua inteligência, perspicácia e bom senso Frias
manteve o editorial, mas acrescentou a observação de que o Papa, embora
cuidando de temas universais, dirigia-se, fundamentalmente, aos que tinham a fé
cristã.
Quando
fui sustentar, pela CNBB, perante a Suprema Corte, a inconstitucionalidade da
destruição de embriões para fins de pesquisa científica - pois são seres
humanos, já que a vida começa na concepção -, antes da sustentação fui
hostilizado, a pretexto de que a Igreja Católica seria contrária a Ciência e
que iria falar de religião e não de Ciência e de Direito. Fui obrigado a
começar a sustentação informando que a Academia de Ciências do Vaticano tinha,
na ocasião, 29 Prêmios Nobel, enquanto o Brasil até hoje não tem nenhum, razão
pela qual só falaria de Ciência e de Direito. Mostrei todo o apoio emprestado
pela Academia às experiências com células tronco adultas, que estavam sendo bem
sucedidas, enquanto havia um fracasso absoluto nas experiências com células
tronco embrionárias. E, de lá para cá, o sucesso com as experiências, utilizando
células tronco adultas, continua cada vez mais espetacular. Já as pesquisas com
células embrionárias permanecem no seu estágio “embrionário”.
Trago
estas reminiscências, de velho advogado provinciano, para demonstrar minha
permanente surpresa com todos aqueles que, sem acreditarem em Deus, sentem
necessidade de atacar permanentemente os que acreditam nos valores próprios das
grandes religiões, que como diz Toynbee,em seu “Estudoda História”, terminaram
por conformar as grandes civilizações. Por outro lado, Thomas E. Woods Jr., em
seu livro “Como a Igreja Católica construiu a civilização Ocidental” demonstra
que, além dos fantásticos avanços na Ciência realizados por sacerdotes
cientistas, a Igreja ofereceu ao mundo moderno o seu maior instrumento de cultura
e educação, ou seja, a Universidade.
Aos que
direcionam esta guerra atéia contra aqueles que vivenciam a fé cristã e cumprem
seu papel, nas mais variadas atividades, buscando a construção de um mundo
melhor, creio que a expressão do ex-juiz da Corte de Haia é adequada. Só não se
assemelham aos “fundamentalistas” do Próximo Oriente, porque não há terroristas
entre eles.
Num
Estado, o respeito às crenças e aos valores de todos os segmentos da sociedade
é a prova de maturidade democrática, como, aliás, o constituinte colocou, no
artigo 3º, inciso IV, da C.F, ao proibir qualquer espécie de discriminação.
Por Zenit
Nenhum comentário:
Postar um comentário