terça-feira, 24 de maio de 2016

O sustento do católico




Na festa de Corpus Christi olhamos, sobretudo, para o sinal do pão. Ele recorda-nos a peregrinação de Israel durante os quarenta anos no deserto. A Hóstia é o nosso maná com o qual o Senhor nos alimenta, e é verdadeiramente o pão do céu mediante o qual Ele se doa a si mesmo. Na procissão nós seguimos este sinal e assim seguimos a Ele próprio. “Eu sou o pão da vida. Quem comer deste pão viverá sempre”

Na vigília da sua Paixão, durante a Ceia pascal, o Senhor tomou o pão nas suas mãos assim como ouvimos no Evangelho e, tendo pronunciado a bênção, partiu-o e entregou-o aos discípulos, dizendo: “Tomai, isto é o meu corpo”. Depois, tomou o cálice, deu graças e entregou-lho. Todos beberam dele. E Ele disse-lhes: “Isto é o meu sangue da aliança, que vai ser derramado por todos” (Mc 14, 22-24). Toda a história de Deus com os homens está resumida nestas palavras. Não foi só recolhido e interpretado no passado, mas antecipado também no futuro a vinda do Reino de Deus ao mundo. Aquilo que Jesus diz, não são simplesmente palavras. O que Jesus diz, é acontecimento, o acontecimento central da história do mundo e da nossa vida pessoal. 

Jesus, como sinal da sua presença, escolheu pão e vinho. Com cada um dos dois sinais doa-se totalmente, e não só uma parte de si. O Ressuscitado não está dividido. Ele é uma pessoa que, mediante os sinais, se aproxima de nós e se une a nós. Mas os sinais representam, a seu modo, cada aspecto particular do Seu mistério e, com o seu típico manifestar-se, querem falar-nos, para que aprendamos a compreender um pouco mais o mistério de Jesus Cristo. 

Durante a procissão e a adoração nós olhamos para a Hóstia consagrada o tipo mais simples de pão e de alimento, feito apenas com farinha e água. Assim vemo-lo como o alimento dos pobres, aos quais em primeiro lugar o Senhor destinou a sua proximidade. A oração com a qual a Igreja durante a liturgia da Santa Missa entrega este pão ao Senhor, qualifica-o como fruto da terra e do trabalho do homem. Nele está contida a fadiga humana, o trabalho quotidiano de quem cultiva a terra, semeia e recolhe e finalmente prepara o pão. Contudo o pão não é simples e somente o nosso produto, uma coisa feita por nós, é fruto da terra e, portanto, também dom. Porque o fato que a terra dá frutos, não é merecimento nosso; só o Criador lhe podia conferir a fertilidade. E agora podemos alargar um pouco mais esta oração da Igreja, dizendo: o pão é fruto da terra e, ao mesmo tempo, do céu.

Quando nós olhamos para a Hóstia consagrada em adoração, o sinal da criação fala-nos. Então encontramos a grandeza do seu dom; mas encontramos também a Paixão, a Cruz de Jesus e a sua ressurreição. Mediante este olhar em adoração, Ele atrai-nos para si, para dentro do seu mistério, por meio do qual nos quer transformar como transformou a Hóstia. 

Neste dia especial imploramos: guia-nos pelos caminhos desta nossa história! Mostra sempre de novo à Igreja e aos seus Pastores o caminho justo! Olha para a humanidade que sofre e que vagueia insegura entre tantas interrogações. Olha para a fome física e psíquica que a atormenta! Concede aos homens pão para o corpo e para a alma! Dá-lhe trabalho! Concede-lhe luz! Concede-te a ti mesmo a ela! Purifica e santifica todos nós! Faz-nos compreender que só mediante a participação na tua Paixão, mediante o “sim” à cruz, à renúncia, às purificações que nos impões, a nossa vida pode amadurecer e alcançar o seu verdadeiro cumprimento. Reúne-nos de todos os confins da terra. Une a tua Igreja, une a humanidade dilacerada! Concede-nos a tua salvação! Amém!

Que esta festa de Corpus Christi possa renovar a nossa certeza da presença real de Jesus Cristo na Eucaristia. Que possamos nos alimentar sempre do corpo e do sangue de Jesus Cristo para que possamos ter vida plena e para que possamos viver como pessoas eucarísticas, ou seja, de comunhão e de unidade.

Fonte: Vaticano
Elaborado pelo Pe. Josafá Firman – União da Vitória/PR

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