“O Senhor descerá com
esplendor para visitar o seu povo e fazê-lo viver a vida eterna”. (Mc 13, 37)
O Senhor vem visitar-nos,
trazer-nos a paz, dar-nos a vida eterna prometida. E deve encontrar-nos como na
parábola do servo prudente que não dorme durante a ausência do seu amo e que,
quando o seu amo regressa, o encontra no seu ligar, entregue à sua tarefa.
O Senhor vem a nós e
devemos aguardar a sua chegada com espírito vigilante, não assustados com quem
é surpreendido praticando o mal, nem distraídos como quem tem o coração posto
unicamente nos bens da terra, mas atentos e alegres como quem há muito tempo
aguarda uma pessoa querida.
Vigiar é, sobretudo,
amar. Pode haver dificuldades para que o nosso amor se mantenha desperto: o
egoísmo, a falta de mortificação e de temperança ameaçam sempre a chama que o
Senhor acende constantemente no nosso coração. Por isso é preciso avivá-la
sempre, sacudir a rotina, lutar.
É necessário
permanecermos vigilantes contra os inimigos de Deus, mas também contra a
cumplicidade a que nos induzem as nossas más inclinações: “Vigiai e orai para não cairdes
em tentação, porque o espírito está pronto, mas a carne é fraca”. (Mt 26, 41)
A nossa vigilância
deve concentrar-se nas pequenas coisas que preenchem o dia, pois a pequenas
coisas costumam ser a antessala das grandes. A purificação da alma não é uma
tarefa meramente negativa, nem se propõe somente evitar o que esteja na
fronteira do pecado; pelo contrário. Consiste em saber privar-nos, por amor de
Deus, do que seria lícito não nos privarmos.
E na nossa oração
fazemos propósitos concretos de esvaziar o nosso coração de tudo o que não agrade
o Senhor, de cumulá-lo de amor a Deus com provas constantes de afeto por Ele –
como fizeram a Virgem Santíssima e São José.
Suplicamos à Virgem
Maria que a nossa vida seja sempre tal como pedia São Paulo aos primeiros
cristãos de Éfeso: “um caminhar no amor”.(Ef 5, 2-5)
Francisco
Fernandez Carvajal
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