Deixando de lado as questões religiosas, é preciso reconhecer que
estamos diante de uma mulher realmente notável. Estas são as 5
qualidades que aprendi com ela:
1. O sentido da família
Maria não hesitou em fazer tudo para proteger sua família. Saiu de
Nazaré e deu à luz seu primogênito em uma humilde manjedoura, sem sua
mãe nem amigos para apoiar. Tecnicamente falando, eram só ela e José, em
quem ela depositou toda a sua confiança, assim como ele também o fez.
Depois, mudou-se para o Egito para evitar o assassinato de seu filho
mesmo sem saber falar o idioma nem ter conhecidos no local. Lá, esperou
pacientemente até poder voltar à Galileia, demonstrando que a prioridade
de uma boa mãe e esposa é sacrificar sua própria comodidade em nome das
necessidades e do bem-estar de sua família.
2. Fortaleza e valentia
Para qualquer mãe, de qualquer religião, ver o sofrimento de um filho
é uma agonia. Maria, mesmo sendo alertada por Simeão, apoiou Jesus em
sua difícil missão. Quando chegou a hora, ela o deixou ir. Foi
testemunha de todas as suas torturas sem fraquejar. Acompanhou Jesus em
sua Paixão.
Sentiu a dor maior ao presenciar sua morte e, no entanto, nunca se
mostrou sem esperanças nem derrotada; pelo contrário, refugiou-se na
oração e, enquanto alguns discípulos se esconderam por medo, ela ficou
ao pé da cruz para mostrar a ele o seu infinito amor.
3. A prudência
Maria foi uma mulher que, apesar das circunstâncias, jamais foi
polêmica e sempre se mostrou digna. Muitos duvidaram – e ainda duvidam –
de sua pureza. No entanto, ella não fez escândalos para gritar ao mundo
a verdade que ela tinha no coração e entendia que sua missão era maior
do que convencer os mal intencionados.
Sabia dar às coisas o seu valor correto e guardá-las no coração. Era a
mãe do Salvador do Mundo e, mesmo assim, não se vangloriou dele. Ficou
conhecida por sua humildade e sua virtude de saber guardar o silêncio.
Mal interpretada por alguns como sinal de fraqueza, ela era o exemplo de
mulher sensata, prudente e reflexiva.
4. A capacidade de perdoar
Maria seguiu o exemplo de Jesus e perdoou quem matou seu filho. Não
teve ressentimento pela traição de Judas nem pela negação de Pedro. Não
há registros de que ela tenha sentido rancor ou sede de vingança. E
mais: seu perdão ilimitado e incondicional foi o antídoto de sua
tristeza e, em grande parte, por isso ela é a imagem da misericórdia.
O Papa Francisco, ao abrir a Porta Santa da Basílica de Santa Maria
Maior no ano passado, disse: “Maria é a Mãe de Deus, que perdoa, que dá o
perdão e, por isso, podemos dizer que é a Mãe do Perdão. Esta palavra,
perdão, tão pouco compreendida pela mentalidade mundana, indica o fruto
próprio e original da fé cristã. Quem não sabe perdoar ainda não
conheceu a plenitude do amor. E só quem ama de verdade é capaz de
perdoar, esquecendo a ofensa recebida.”
5. A capacidade de amar
A maior prova de amor de Maria foi a que ela ofereceu a Deus, ao
confiar cegamente nele. Inclusive os muçulmanos, no Alcorão, expressam
sua admiração pela confiança que Maria depositou em Deus e dedicam
várias passagens a sua santidade e pureza. Maria poderia perder tudo – o
respeito de sua família, seu compromisso com José e até a vida – e
ainda assim pronunciou um SIM sem medida devido à sua fé profunda.
Depois, claro, está o amor de Maria por seu esposo José e seu filho
Jesus. Ela o educou e preparou para sua missão com bondade e doçura. E,
como acontece com todas as mães, seu trabalho não era somente a
concepção de Jesus, mas também a sua formação e desenvolvimento humano e
espiritual (de fato, foi ela quem o convidou a realizar o milagre de
transformar a água em vinho nas bodas de Canaã). É uma mulher que sempre
demonstrou que, no seu coração, só há espaço para o amor, o perdão e a
reconciliação.
Definitivamente, como católica, é impossível que eu duvide da
magnificência de Maria, porque ela foi a escolhida por Deus para ser a
Mãe de seu filho, Jesus. Mas, se não fosse, eu a admiraria da mesma
forma porque ela tem qualidades que uma grande mulher, com as quais
todas poderiam aprender.
Adriana Bello
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