segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

A fé "Mariana"




Na hora em que Adão se apresentou a Deus e falou:
"Fiquei com medo de ti porque estava nu" - nessa hora é que vieram à luz o ateísmo e a descrença.
Ateísmo e descrença que, em geral, não passam de medo de Deus, pavor de olhar no rosto dele, terror de escutar sua Palavra, desgosto de aturar suas exigências... Melhor fazer de conta que Deus não existe...

Na hora em que Maria falou a Deus: "Senhor, eis-me aqui" - nessa hora é que se deu o nascimento da verdadeira fé. Fé sem restrições, que logo se transforma em amor, dedicação e serviço.
Fugir de Deus, esconder-se dele, buscar uma toca onde ele não possa descobrir-nos, recusar seus planos e dizer um redondo NÃO: nisto consiste hoje a nossa desgraça.

Maria derrubou a parede do ateísmo, interrompeu a longa série dos "nãos", saiu à luz do sol e abriu o coração para acolher a Palavra da vida. E foi assim que Deus achou uma brecha para entrar em nosso mundo.

É naquele "sim" dado aos planos de Deus que nascem a importância, a grandeza e a glória de Maria.
Nós, porém, ao longo dos séculos, enfeitamos Maria que nem árvore de Natal. Carregamo-la de adornos incríveis, dedicamos-lhe basílicas e santuários de grande beleza, exaltamos sua humildade, sua virgindade, sua maternidade divina...

Nada contra, é claro. Mas é que poucas vezes nos lembramos de exaltar o momento decisivo da vida dela: o momento daquele "sim" que mudou a história humana. Foi aí que ela teve a coragem de confrontar com o Deus "terrível" - e descobriu que Deus não passa de um Pai...

Maria, hoje, é para nós Mestra da fé. Fé de primeira qualidade, fé "mariana", que consiste em crer sem ver, obedecer sem entender, assumir sem temer. Só uma fé assim é que poderia transformar nossas pessoas em presenças vivas de Cristo na Terra...

                                                                                          Pe. Virgílio, ssp

Nenhum comentário:

Postar um comentário