sexta-feira, 12 de abril de 2013

Sem espaço para a família





Existe uma oração, de autoria de Pe. Alberione, intitulada “Oração da Família”. Ela foi composta visando os membros do Instituto Santa Família, ou seja, para casais que se consagram a Deus numa vida secular, ou que estão em processo de consagração .
A oração é muito bela, porque ao fazê-la, reconhece-se que neste caminho de amor e salvação, a consagração num Instituto de Vida Secular Consagrada, o casal pede a Jesus Mestre, que seu lar seja um berço das virtudes que animaram a vida do lar de Nazaré: piedade, obediência, caridade, honestidade de vida. Há um ponto, que eu considero fundamental no texto, que é: “que nossos filhos, que são nosso maior tesouro”... Essa expressão, “nosso maior tesouro”.
Quero falar desse tesouro que anda esquecido em tantos lares e das consequências deste esquecimento.

Até a metade do século passado, sabíamos bem que nossos filhos eram dons que Deus nos concedera, algo de extremo valor, vidas e almas que nos foram confiadas para que as tratássemos com todo o carinho, atenção e responsabilidade. A paternidade e a maternidade eram considerados como uma dádiva preciosa, porque nos fazem participantes do poder criador de Deus.

Lá pelos idos de 1968, essa consciência mudou. Sigmund Freud sonhava o dia em que fosse separada a geração dos filhos da estrutura familiar, algo que a partir de 68 vem se tornando frequente. Os filhos, desde então, vem se tornando não mais uma benção, mas um estorvo nos projetos de vida pessoal dos cônjuges. A gravidez passou a ser um impedimento à liberdade, e às vezes até motivo de se cometer o mais injusto dos atentados contra a vida: o aborto.

Quais as conseqüências destes comportamentos? Uma crise de autoridade generalizada que atinge crianças e jovens, que desconhecem a presença de seus pais como pessoas comprometidas pessoalmente em seu desenvolvimento. Na Inglaterra algumas crianças têm pedido ao Papai Noel por um pai, outras pedem simplesmente um irmãozinho. Os filhos passaram a ser considerados por seus pais como “mercadoria”, um sonho de consumo que se determina quando se quer, e quando não se quer, fruto de cálculo, e não de amor.

Assim se tem desconfigurado a família, e arruinado a educação dos filhos. Os pais não têm tempo para se dedicarem aos filhos, e os enviam cada vez mais cedo à escola, esperando que lá eles recebam os valores que deveriam receber deles.

Precisamos urgentemente restaurar a família como núcleo formador de pessoas que experimentam o amor em casa, porque os enxergam em seus pais, porque são prioridade em seus lares. Não é fácil, evidentemente, mas sem empenho não teremos uma sociedade comprometida com a vida, com valores e especialmente com a fé.

Olhemos como se comportava a Sagrada Família. Quando Jesus perdeu-se no templo, Maria, ao encontrá-lo, questiona seu comportamento, mesmo sabendo que ele é Deus, e que era maduro suficiente para agir daquela forma. Jesus se justifica plenamente, mas retorna com os pais para casa e continua submisso a eles.

Amor por parte dos pais, obediência por parte dos filhos. Assim nos ensina a família de Nazaré. Encomendemo-nos a eles dizendo:

Jesus, Maria e José, a nossa família vossa é!!

Malu

Um comentário:

  1. Muito atual e verdadeiro. É o que traz grande parte das crianças e adolescentes aos consultórios de psicologia: pais que não enxergam os próprios filhos como seres em formação que carecem de atenção, carinho e limites, e sim como extensão de seus projetos.

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