sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

A felicidade do perdão



O Sacramento da Reconciliação, tesouro que a Igreja Católica oferece aos seus membros, é muitas vezes incompreendido, e até mal interpretado. Trata-se de uma atitude de humildade frente às fraquezas que todos temos com relação à caridade fraterna, e aos mandamentos da Lei de Deus.

Depois do pecado original, os homens ficaram sujeitos aos maus desejos, ou seja, tudo aquilo que eu pratico e que de alguma forma me desfigura, ou desfigura o irmão face à nossa imagem e semelhança com Deus. O padrão de perfeição é Cristo, Filho de Deus, que caminhando entre nós mostrou-nos como devemos agir para sermos perfeitos, como Deus o é.

Sabendo da nossa condição de pecadores, Cristo, oferecendo-se em nosso lugar como aquele que paga por todos os nossos pecados, morre numa cruz abandonado até por aqueles que o seguiram de perto, os apóstolos. Nessa morte de um Deus feito Homem acontece a supressão da culpa que nos é devida. Assim, o homem, fazendo uso do Sacramento da Reconciliação, pode voltar à amizade e à graça de Deus.

Há muita resistência por parte de alguns católicos que não aceitam confessar-se com um sacerdote, por enxergarem neles também pecadores que não teriam o direito de conceder o perdão a ninguém. Contudo, na Confissão, o sacerdote é apenas em instrumento de Cristo para nos conceder a absolvição. Quem perdoa de fato é Cristo. Quem tem o poder para isto é Ele!

O Sacramento da Reconciliação é um veículo da cura de mágoas, ressentimentos, de feridas que os relacionamentos provocam em nós. A Confissão também, por ser um Sacramento, ou seja, sinal da presença de Deus, tem o poder inclusive de nos restituir a saúde física.

No Salmo 32, "A felicidade do perdão", o salmista afirma que à partir da decisão de buscar o perdão, a alegria e a esperança de se saber acolhido por Deus é fonte de júbilo e de grande paz.

O papa Francisco, na Catequese desta semana faz algumas considerações sobre o Sacramento da Penitência, ou Reconciliação:

"Este sacramento brota diretamente do mistério pascal. Jesus ressuscitado apareceu para os apóstolos e disse a eles: ‘Recebam o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados’. Assim, o perdão dos pecados não é fruto do nosso esforço pessoal, mas um presente, um dom do Espírito Santo, que nos purifica através da misericórdia e da graça do Pai.
A confissão, que se realiza de forma pessoal e privada, não deve nos levar a esquecer o seu caráter eclesial. É na comunidade cristã que o Espírito Santo se faz presente, renova os corações no amor de Deus e une todos os irmãos em um só coração, em Jesus Cristo. Por isso, não basta pedir perdão ao Senhor interiormente: é necessário confessar com humildade os próprios pecados perante o sacerdote, que é nosso irmão e representa Deus e a Igreja. Pode ser muito bom para cada um, hoje, pensar no seguinte: ‘há quanto tempo eu não me confesso?’. Cada um responda para si. Pode lhe fazer bem.
O ministério da reconciliação é um genuíno tesouro, que, às vezes, corremos o perigo de esquecer, por preguiça ou por vergonha, mas, principalmente, por termos perdido o senso de pecado, que, no fundo, é a perda do senso de Deus. Quando nos deixamos reconciliar por Jesus, encontramos uma paz verdadeira". (Papa Francisco na Audiência Geral de 19/02/2014).

Estamos a poucos dias do início da Quaresma. Que este seja um tempo de encontro com o Senhor na paz que Ele mesmo nos oferece pela Confissão. Não desperdicemos este tesouro de bençãos que salva nossas almas.

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