A empresa de segurança Trend Micro realizou um estudo chamado “Internet Safety for Kids & Families”. A pesquisa foi feita em sete países e tinha como objetivo descobrir com que idade as crianças começavam a acessar as redes sociais.
O estudo descobriu que as crianças brasileiras são as que entram mais cedo nas redes sociais com, em média, 9 anos de idade. Seis entre dez pais permitem que os seus filhos tenham perfis nesses sites de relacionamento, representando 63% do total.
ROMA, 07 de Abril de 2015 (Zenit.org)
A rede hoje é algo "natural" para as
novas gerações. Há um número crescente de nativos digitais e, consequentemente,
torna-se cada vez maior o número de crianças e adolescentes que utilizam os
novos meios de comunicação. Então, um dever colocar certas perguntas: é correto
proibir totalmente o uso da rede, ou seria sensato definir uma fronteira de
fruição?
É óbvio que não é possível, e não seria nem
sequer correto proibir totalmente o uso da rede, mas é necessário colocar
alguns limites, para evitar expor as novas gerações a perigos e armadilhas que
constituem uma séria ameaça para as suas vidas.
Por esta razão, um dos deveres de um pai com
os filhos é a educação na utilização da rede.
A
primeira forma de educação é a do exemplo e testemunho pessoal. Como um pai
pode dizer ao seu filho para não usar muito as redes sociais, quando ele, em
vez de ficar perto de seu filho para ajudá-lo com a lição de casa, está no sofá
lendo informações de seu interesse em algum site?
Dados estatísticos mostram que os pais, mesmo
que não pertençam à geração de nativos digitais, estão cada vez mais atraídos
pelas seduções da rede. Em média, um pai e uma mãe consideram tablets e
smartphones ferramentas indispensáveis para
a vida, a tal ponto de considera-las essencais também para os seus filhos.
Os tablets, os smartphones são considerados
meios primários de comunicação, quase que comparados aos nossos órgãos
sensitivos e comunicativos. Estamos testemunhando o fenômeno da conaturalidade
do meio, considerado quase como um "órgão biônico" integrado na nossa
pessoa, com a função específica de anexar o mundo exterior virtual com a
realidade biológica.
Esta tese se demonstra quando se permanece
por alguns dias sem um aparelho que me conecte à internet, ou quando a conexão
à rede não está disponível por várias razões, surge um sentimento de mutilação,
que falta algo de importante e vital.
A forma eficaz de educação é antes de tudo
dar o exemplo, e em segundo lugar ensinar a usar sabiamente a rede. Muitos
jovens utilizam a rede de forma inadequada, quando acessam várias redes sociais
para brigar ou para falar mal dos outros.
A rede deveria ser usada para comunicações
curtas, que excluem a esfera privada e afetiva, porque o coração da comunicação
não é só a mensagem, mas o sentimento, o transporte e a modalidade de como se
expressam os próprios pensamentos.
É
fundamental o acompanhamento dos pais também no uso da rede, porque é uma área
da sua vida na qual passa boa parte do seu tempo livre. Dar uma liberdade
absoluta ou uma total confiança a uma criança ou a um adolescente é sinônimo de
desinteresse e descompromisso por parte dos pais.
O acompanhamento na utilização da rede é a
forma dos pais permanecerem próximos do seu filho. Dado que a rede é algo
virtual, o acompanhamento deve se traduzir em permanecer, por breves, mas
frequentes, momentos do dia, fisicamente ao lado do filho para verificar, sem
ser muito invasivo, se ele está seguindo as sugestões dadas.
Às vezes, essas verificações periódicas são
insuficientes. As novas gerações são inteligentes e conseguem encontrar a
maneira para passar por cima das recomendações dos pais. A missão de um pai e
de uma mãe é não poupar esforços para proteger seus filhos dos muitos perigos
que se escondem, silenciosos, nas portas das suas vidas.
Precisamente
por este motivo, os pais, que se preocupam com o destino de seus filhos, não
têm vergonha e deixam de usar os "parent control” (controle dos pais),
tanto para bloquear o acesso a certos tipos de sites, quanto para receber
diariamente os informes diários sobre o uso dos aplicativos utilizados e por
quanto tempo.
Quando a tecnologia coloca um limite e
controle na sua utilização, repara todas as vezes que responsabiliza muito o
usuário da rede, que, se for menor de idade, é provável que seja imaturo e
despreparado para entender as consequências de suas ações.
Mesmo que as escolhas sejam feitas
virtualmente, através de uma tela, as consequências têm impactos sobre a alma
de quem as faz. E, infelizmente, vemos que o meio virtual é muitas vezes o
princípio da fraude, do engano, e permite entrar em contato com pessoas
indesejadas.
Livrar as crianças das armadilhas insidiosas
da rede é parte integrante da missão educativa dos pais. Este é um dos temas
que deveria ser incluído nos cursos de preparação ao sacramento do matrimônio e
deveria se tornar frequentes argumentos de congressos nas paróquias.
Por
Osvaldo Rinaldi
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