domingo, 1 de novembro de 2015

Após o Sínodo a questão dos recasados está em aberto

 Após o término do Sínodo da Família, Dom Sergio da Rocha, presidente da Conferência Episcopal do Brasil, foi arguido por Zenit se, depois do Sínodo, mudou alguma coisa sobre a disciplina dos sacramentos para as pessoas ou famílias feridas, ou se é necessário, ainda, esperar uma palavra definitiva do Papa. Seguem abaixo alguns alguns trechos desta conversa.

“O texto, na verdade - ressaltou o presidente da CNBB - é um texto que em parte, deixa em aberto a questão". Na verdade, "não há um pronunciamento sobre essa questão". Ou seja, no texto aprovado "não aparece a questão do acesso aos sacramentos por parte de pessoas nessas condições".

Porém, Dom Sergio esclareceu que no final do texto há um pedido claro que os padres sinodais fizeram ao papa. "Nós pedimos ao papa uma palavra definitiva, isto é, um documento que fosse sobre a família", recordando também que na terceira parte do relatório final do sínodo se "retoma a Familiaris Consortio, 84, que é justamente a respeito das diferentes situações que precisam ser discernidas".

Acolhida
Portanto, segundo Dom Sergio, "a ênfase é na acolhida, isto é, na participação dessas pessoas na vida da Igreja para que elas não se sintam excluídas" 
"E não se esqueçam -disse também o arcebispo de Brasília - que o Papa já tinha, anteriormente, publicado aquele documento chamado Motu Proprio sobre os processos de nulidade matrimonial", o qual não "é para facilitar, como alguns entendem, mas para favorecer aquilo que é justo. Isto é, muitos casais que, de fato, estão numa situação de segunda união, mas que o seu primeiro casamento foi nulo, quer dizer, não houve, na verdade, propriamente o casamento". Esse tema, portanto, de acordo com o prelado, "recebeu de novo uma ênfase significativa. Ou seja, nós precisamos de atenção pastoral, acompanhamento dessas situações".

Contudo, não se altera a disciplina atual da Igreja
Dom Sergio reiterou que "pedimos ao Santo Padre para que, depois, haja uma palavra definitiva" e que o tema "apareceu mais nas discussões", disse, recebendo "na mídia uma importância muito grande, que de fato tem, mas não é objeto explícito do texto". De tal forma que - acrescenta o presidente da CNBB - "o nosso entendimento é esse" que "o texto insiste na questão da acolhida, na questão da orientação, da ajuda a estes casais, que favoreça, naquilo que for possível, sua atuação, sua participação, e o pedido ao santo padre de uma palavra mais definitiva sobre isso, a partir dessas reflexões que o sínodo traz".

O texto deixa a cada bispo o discernimento
"Nesse momento, é claro, - diz o prelado - nós não temos aqui um pronunciamento diverso, da conferência episcopal, até porque não cabe à conferência episcopal esse pronunciamento, o texto não deixa, mas, sim, deixa a cada bispo o como orientar esses casais na vida de comunidade". De tal forma que "o padre, junto com o bispo, ao atender, possa ver qual é o grau possível de participação" no concreto. 

É importante lembrar que não é um texto legislativo
Por último, o arcebispo chamou a atenção para um ponto: esse texto não tem caráter legislativo. "Na verdade, cuidado". Este Sínodo não "tem um caráter como tem outros documentos do magistério. São sugestões, são propostas, ou melhor, reflexões e propostas que os padres sinodais apresentam ao santo padre", destacou. "Então, por causa disso e da expectativa, às vezes, se dá a esse texto também um peso maior do que ele realmente tem. Ele deve ser respeitado, valorizado, acolhido... o próprio Papa autorizou a publicação dele. Agora, os pontos em aberto, estão em aberto para a reflexão continuar e também para que as medidas pastorais mais adequadas sejam tomadas", disse.

Por Zenit

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