quarta-feira, 26 de junho de 2019
quarta-feira, 19 de junho de 2019
Reflexão sobre o Corpus Christi
Celebramos dia 20 de junho a festa do Corpo e Sangue de
Cristo. É um momento de oração, reflexão, manifestação pública de nossa
fé. É um momento importante, pois a Igreja nos convida a parar. O mundo
cibernético e financeiro ao nosso redor fala exatamente o contrário.
Não se pode perder tempo, pois tempo é dinheiro, é oportunidade.
Precisamos correr, fazer as coisas
rapidamente para não perder tempo, ser dinâmico e eficaz. Um “dia santo”
é uma folga durante a nossa jornada para parar, refletir, rezar. Parar
para fazer um balanço da situação da nossa fé e tomar consciência dos
hábitos de superficialidade e pressa que, às vezes, caracterizam a nossa
relação com a Eucaristia celebrada nas nossas comunidades.
Acredito que este é bom momento para
avaliar a nossa participação na Missa, celebrando o mistério da Páscoa
com a Cruz, Morte e Ressurreição do Senhor. Parar e nos perguntar como
nós ouvimos a Palavra e como nos alimentamos com o Pão que nos é dado
como presente.
A página de João que a liturgia nos
propõe nesta solenidade é algo que impressiona e fascina. Jesus diz para
tomar e comer sua carne e beber do cálice com o seu sangue! Parece
loucura! Jesus está no meio de nós com seu corpo, sua história, sua
vida, o amor apaixonado, a sua transparência da Face do Pai.
Comer a carne e beber o sangue do
Senhor é nutrir-se do coração ardente de amor, é assimilar o segredo da
vida mais forte que a morte, e descobrir que Deus é mais íntimo do que
eu comigo mesmo.
Comer e beber Dele é descobrir que
somente Ele alimenta e acalma as nossas inquietações, que só Ele pode
dar força e direção para nossa vida, que só Ele pode preencher nossas
vidas de beleza na cotidianidade.
Alimentar-nos d’Ele significa o nosso
"sim" ao projeto de vida que Jesus revelou da Cruz; é renunciar a ser os
arquitetos da nossa própria vida e entrar em comunhão com o seu plano
de amor.
O pão que desceu do céu é Ele, Jesus.
Ele veio na carne para habitar entre nós, para se fazer nosso alimento e
nossa bebida de vida eterna. Ele realmente nos dá a sua carne para que
nós a comamos para não morrermos para sempre.
Quando, no entanto, Ele anuncia esse
mistério, os seus ouvintes, ao invés de se abrirem à fé, começaram a
discutir fortemente. Eles gostariam de compreender primeiro, para depois
acreditar. Com o mistério, primeiro o acolhemos, vivemos, fazemos com
que se torne nossa carne e nosso sangue, O transformamos em nossa
história. Vivido e concretizado em nós, começamos a compreendê-Lo de
acordo com a medida de inteligibilidade contida nas palavras que o
expressam e manifestam.
Jesus não se apressa em explicar o
mistério. Ele simplesmente se limita a reafirmar a realidade de seu
corpo e de seu sangue juntamente com a outra realidade de tomar, comer e
beber. A carne deve ser tomada e comida. O sangue deve ser tomado e
bebido. Somente assim eles se tornam em nós comida e bebida de vida
eterna.
Jesus, porém, nos revela por que nós
não morreremos para sempre: porque com a sua carne comida e com o seu
sangue bebido, nós viveremos interiormente para Ele, na procura do
perfeito cumprimento da Sua vontade. Eis a grande diferença abissal que
distingue a Eucaristia do maná. O maná era só o pão da terra, alimentava
o corpo do povo de Deus no deserto. A Eucaristia, ao invés, é Deus
mesmo que nos alimenta e nós nos unimos ao Senhor. Quem assim se
alimenta e se deixa converter e tornar-se “nova criatura” poderá também
experimentar a possibilidade de fazer o bem.
Neste dia em que manifestamos, diante
de um mundo em mudança, a nossa fé na presença real de Cristo Eucaristia
e nos comprometemos com um mundo novo, peçamos à Virgem Maria, Mãe da
Redenção, aos Anjos e Santos que nos ajudem a viver e aumentar a fé
nesse mistério.
Que a passagem de Cristo na Eucaristia
pelas nossas ruas e praças nos comprometa a sermos, também nós, pessoas
alimentadas pela Eucaristia, que passam pelas estradas do mundo
proclamando Cristo Jesus Ressuscitado, vida para o mundo!
Agostinianos Recoletos
quinta-feira, 13 de junho de 2019
domingo, 2 de junho de 2019
Até que Ele volte

Toda despedida é dolorosa. Separar-se de alguém que amamos é sempre um trauma, uma dilaceração, um pedaço de nós que vai, e nem sempre volta... E tudo o que se espera é que aconteça algo que faça as coisas voltarem a ser como antes, sem um adeus, sem um afastamento. Quando isso acontece nos sentimos impotentes. E só nos damos conta desta experiência quando a vida nos surpreende com as despedidas, às vezes definitivas.
Para viver esse tempo que se chama "luto", no caso da morte, é preciso compreender que há duas dimensões na vida humana, uma física, e outra espiritual. Quando a vida do corpo termina, a alma segue para um destino que não alcançamos enquanto vivos. Esse destino será definido pelas escolhas feitas aqui nesta dimensão carnal, nesta vida, e é interminável, eterno.
Como é complicado para o homem moderno, cada vez mais iludido de sua capacidade de controlar tudo, viver este momento. De repente, não há nenhum botão no teclado do computador, ou um aplicativo que explique ou resolva o que fazer diante da morte, da perda, deste adeus inexorável. Só quem crê em Deus, o Senhor da vida, capaz de voltar da região da morte Ressuscitado, é que pode atravessar essa dor com esperança de um reencontro com os que partiram na eternidade.
Jesus, na sua Ascensão ao Céu, volta para o Pai à vista dos seus discípulos, e deixa-os tristes, desconsolados. Como deve ter sido difícil para eles ver o Mestre partir. E agora como seria? O que fazer? De novo sós, como quando Ele foi crucificado...
Mas chega o Anjo e os interpela: "Homens da Galileia, porque estais assim a olhar para o céu?"At 1, 6-11 Ou seja, é hora de voltar à vida, de continuar aquilo que foi iniciado por Ele, de testemunhar tudo o que Ele disse e ensinou por meio de sua vida. E essa tarefa continua a ser de todos os que o seguem, o escolhem como o Alfa e o Ômega de suas existências.
A Ascenção de Jesus não é uma despedida, porque Ele continua presente na Igreja, nos Sacramentos, no coração daqueles que o buscam e comungam da Verdade do Caminho e da Vida que é Jesus.
A caminho de Pentecostes, vamos nos unir em oração com a Virgem Maria, aguardando que o Espirito Santo nos presenteie com seus dons e frutos, e assim estejamos abastecidos pelas graças divinas que são nosso sustento, até que Cristo volte!
Malu
Assinar:
Postagens (Atom)