A modernidade criou-nos grandes expectativas. Disse-nos que tinha a
resposta para todas as nossas procuras e que podia responder a todas as
nossas necessidades. Garantiu-nos que a vida plena estava na liberdade
absoluta, numa vida vivida sem dependência de Deus; disse-nos que a vida
plena estava nos avanços tecnológicos, que iriam tornar a nossa
existência cômoda, eliminar a doença e protelar a morte; afirmou que a
vida plena estava na conta bancária, no reconhecimento social, no êxito
profissional, nos aplausos das multidões, nos “cinco minutos” de fama
que a televisão oferece… No entanto, todas as conquistas do nosso tempo
não conseguem calar a nossa sede de eternidade, de plenitude, dessa
“mais qualquer coisa” que nos falta para sermos, realmente, felizes. A
afirmação essencial que o Evangelho de hoje faz é: só Jesus Cristo
oferece a água que mata definitivamente a sede de vida e de felicidade
do homem. Eu já descobri isto, ou a minha procura de realização e de
vida plena faz-se noutros caminhos? O que é preciso para conseguirmos
que os homens do nosso tempo aprendam a olhar para Jesus e a tomar
consciência dessa proposta de vida plena que Ele oferece a todos?
Essa “água viva” de que Jesus fala faz-nos pensar no Batismo. Para
cada um de nós, esse foi o começo de uma caminhada com Jesus… Nessa
altura acolhemos em nós o Espírito que transforma, que renova, que faz
de nós “filhos de Deus” e que nos leva ao encontro da vida plena e
definitiva. A minha vida de cristão tem sido, verdadeiramente, coerente
com essa vida nova que então recebi? O compromisso que então assumi é
algo esquecido e sem significado, ou é uma realidade que marca a minha
vida, os meus gestos, os meus valores e as minhas opções?
Atentemos no pormenor do “cântaro” abandonado pela samaritana,
depois de se encontrar com Jesus… O “cântaro” significa e representa
tudo aquilo que nos dá acesso a essas propostas limitadas, falíveis,
incompletas de felicidade. O abandono do “cântaro” significa o romper
com todos os esquemas de procura de felicidade egoísta, para abraçar a
verdadeira e única proposta de vida plena. Eu estou disposto a abandonar
o caminho da felicidade egoísta, parcial, incompleta, e a abrir o meu
coração ao Espírito que Jesus me oferece e que me exige uma vida nova?
A samaritana, depois de encontrar o “salvador do mundo” que traz a
água que mata a sede de felicidade, não se fechou em casa a gozar a sua
descoberta; mas partiu para a cidade, a propor aos seus concidadãos a
verdade que tinha encontrado. Eu sou, como ela, uma testemunha viva,
coerente, entusiasmada dessa vida nova que encontrei em Jesus?
Dehonianos
Nenhum comentário:
Postar um comentário