Caros irmãos e irmãs, as três leituras da liturgia de hoje estão
intimamente relacionadas. Todas tratam da vida e da morte, mas,
sobretudo, falam da vida nova, aquela oferecida por Jesus, enquanto
peregrino aqui na terra, pois Ele é Aquele que tem poder para
ressuscitar os mortos, é Aquele que é a Ressurreição e a Vida, como se
apresenta diante de Marta no Evangelho de hoje.
Hoje, nosso Senhor, parado diante de um túmulo fechado, que é o nosso
lugar de egoísmo, um lugar de frieza espiritual, um lugar de
indiferentismo, diante dos ataques do mundo contra a verdade e a vida,
novamente Ele grita o nosso nome. Ele deseja que caiam por terra as
ataduras do egoísmo, as ataduras da frieza espiritual, da indiferença e
do relativismo, exatamente porque deseja para cada um de nós a vida
plena. Deseja que vivamos nossa fé e o nosso amor com liberdade, como
homens novos, como criaturas novas, porque Ele pode tudo na nossa
historia; Ele nos ama com amor eterno, porque assim o Pai nos ama!
Hoje, nosso Senhor deseja atualizar em nós aquele momento em que
gritou o nome de Lázaro e ordenou que ele saísse do seu estado de morte e
passasse a viver a plena vida a partir Dele. Por isso, hoje, devemos
abraçar a causa do Reino e viver nossa amizade com Jesus. Esta belíssima
amizade de Jesus com esta família de Betânia, deve mover o nosso
coração para vivermos com Ele e os seus amigos uma amizade sincera que
eleva a alma daqueles que se amam e, assim, juntos, possamos tocar, já
aqui na terra, as belezas e as alegrias do céu.
O momento presente é o dom que Deus nos concede para uma verdadeira
conversão do coração. Jesus chora comovido ao ver a dor das duas irmãs.
Aqueles que assistiam, como que a um espetáculo, fazem um comentário
interessante: “Vede como Ele o amava!” É com esse amor que Ele nos ama e é com esse amor que também nós devemos nos amar.
Jesus toca o limite último do homem. Ele toca a morte com a Sua vida;
a escuridão com a sua luz; a dor da perda com a alegria da Sua
presença. Jesus nos faz entender que a experiência do amor toca o limite
da morte, da dor e da perda. Jesus dá a vida a Lázaro e é condenado à
morte. Quem dá a vida, recebe a morte; mas ao morrer, recebe a plenitude
da vida. A Cruz que Jesus vai abraçar e carregar por cada um de nós,
manifesta a beleza do seu amor que não tem limites, quando se trata de
salvar e dar vida nova ao homem de todos os tempos, Ele é o exemplo
máximo de um amor que não encontra limites.
Que a Santa Mãe de Deus nos conduza nesses últimos dias de preparação
para a Páscoa de nosso Senhor e, que, com Ele e por Ele vivamos
intensamente o nosso hoje, pois essa é a graça que nosso Deus nos
concede, enquanto peregrinos rumo à Jerusalém do Alto.
Dom Bento O.S.B - Abadia da Ressurreição
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