segunda-feira, 18 de junho de 2012

Jesus ensina que vínculo matrimonial é projeto de vida.



"Então se aproximaram dele alguns fariseus e, para o experimentarem, lhe perguntaram: É lícito ao homem repudiar sua mulher? Ele, porém, respondeu-lhes: Que vos ordenou Moisés?
Replicaram eles: Moisés permitiu escrever carta de divórcio, e repudiar a mulher.
Disse-lhes Jesus: Pela dureza dos vossos corações ele vos deixou escrito esse mandamento. Mas desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher. Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão os dois uma só carne; assim já não são mais dois, mas uma só carne.

Porquanto o que Deus ajuntou, não o separe o homem.
Em casa os discípulos interrogaram-no de novo sobre isso. Ao que lhes respondeu: Qualquer que repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério contra ela; e se ela repudiar seu marido e casar com outro, comete adultério." (Mc 10,2-12)


Dom Walmor Oliveira de Azevedo, 4º Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte, comenta passagem do Evangelho de São Marcos

         De acordo com o Arcebispo, «Jesus sinaliza aos discípulos e discípulas que o vínculo matrimonial é um projeto de vida, uma construção».
         Dom Walmor Oliveira de Azevedo, enfatiza que «o matrimônio não é simplesmente um usufruto qualquer de momentos e de convivências prazerosas».
         No contexto da leitura extraída do capítulo 10 de São Marcos, versículos de 2 a 12, o Arcebispo reflete sobre o posicionamento de Jesus frente aos fariseus que, para colocá-lo à prova, perguntaram-lhe se era permitido ao marido divorciar-se de sua mulher.
         «A pergunta dos fariseus a Jesus é um retrato das estreitezas do coração humano que precisa da vontade de Deus como confronto e instrumento de alargamento do seu território», explica o Arcebispo.
         Segundo Dom Walmor Azevedo, apesar da intenção espúria dos interlocutores de Jesus, «o Mestre aceita dialogar», «para poder assim tocar o mais fundo do coração humano».
         «Não tocar as raízes do coração é permitir ficar nas garras de interesses pouco nobres e de presidir a vida pelos parâmetros dos instintos, quase sempre estreitados por gostos e comodidades egoístas», afirma.
         O Arcebispo explica que, «ao perguntar ‘o que Moisés vos ordenou’, Jesus não abre um seu confronto com a figura profética de Moisés. Ele é o novo Moisés para conduzir o povo às condições da verdadeira liberdade e da autêntica justiça».
         «Jesus sublinha e focaliza a norma como garantia mínima de respeito aos direitos da mulher, não deixando que ela se torne refém e escrava da tirania do homem», afirma.
         «A norma dada por Moisés é uma garantia mínima ao respeito maior que se deve ter a cada pessoa», enfatiza.
         O Arcebispo recorda que Jesus, então, «evoca o dito do Gênesis 1,27 para o sentido rico do projeto matrimonial, enquanto os dois, homem e mulher, deixam seu pai e sua mãe, para serem, não mais dois, mas uma só carne».
         «Uma só carne significa uma vinculação que exige de cada qual a competência de encontrar aí fonte de sua alegria permanente, não permitindo que instintos ou interesses egoístas demarquem o tempo da manutenção do vínculo segundo a duração passageira própria dos impulsos», explica.
         Dom Walmor observa que, «para além de um simples respeito e garantia dos interesses das partes, Jesus sinaliza aos discípulos e discípulas que o vínculo matrimonial é um projeto de vida».
         «O sacrifício de sua oferta é capítulo fundamental neste processo e nesta conquista, criando uma perseverança que sustenta os baques e as intempéries dos percursos da construção do vínculo matrimonial», afirma.

Zenit

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