domingo, 1 de março de 2015

II Domingo da Quaresma: a Transfiguração



 A Transfiguração de Jesus é uma luz que ilumina os três discípulos convidados pelo Mestre a rezarem com Ele no Monte Tabor.

Jesus sabia o que o aguardava: a dolorosíssima paixão e morte de cruz. Também sabia da fragilidade que permeava a alma de seus discípulos, ainda tão incipientes na fé. Por isso os fez presenciar um momento de sua glória.

Ali, no Tabor, segundo o Evangelho de São Lucas, Moisés e Elias conversam com Jesus sobre o êxodo pelo qual Jesus passaria em Jerusalém , ou seja, toda a dor e sofrimento que marcariam sua volta para o Pai.

Esta visão testemunha aos discípulos que tanto Moisés quanto Elias estão vivos. Torna evidente também que Jesus tem acesso ao lugar ao qual pertencem os profetas: a eternidade. Isso fica claro, também, pela a voz de Deus que surge de uma nuvem luminosa, de onde O declara seu Filho amado, que deve ser ouvido. Jesus, portanto, à partir da Transfiguração, pode ser identificado como o Messias, o Salvador esperado por Israel.

Moisés e Elias, os grandes profetas do Antigo Testamento, representam ali toda a espera que antecedeu a Encarnação de Jesus. A Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus, completam o plano salvífico de Deus para a humanidade. 

Com que gratidão devemos olhar para a Transfiguração do Senhor percebendo toda a preocupação do Mestre em não deixar seus discípulos sem esta experiência mística do  Seu poder e da majestade.

Hoje, usamos muitas vezes a expressão "estar no Tabor", para designar aquele tempo de paz e reparação das forças e da fé, onde Deus nos acolhe e nos abraça dando-nos a certeza de que não estamos sós.

"É bom estarmos aqui", diz Pedro a Jesus no episódio da Transfiguração... Esta experiência, contudo, não é privilégio dos três discípulos, Pedro, Tiago e João. Todos nós podemos vivê-la de uma certa forma. Quando visitamos o Santíssimo Sacramento encerrado numa igreja ou capela, podemos viver a experiência deste tempo privilegiado.
Lá o Senhor nos espera dia e noite para poder "transfigurar" nossos sofrimentos, angústias e aflições em confiança, entrega e serenidade diante daquilo que nos faz sofrer. Lá Ele nos aguarda também, para receber a nossa gratidão por tudo de bom que Ele fez, e faz em nosso favor. Aliás, é esta atitude que mais nos falta : a ação de graças.

A oração tem este poder de nos colocar em sintonia direta com a Santíssima Trindade, com o ceú. Por isso, viver a experiência do "Tabor" é uma escolha. Posso continuar minha vida culpando os governantes, o sistema econômico do país, a falta de chuva, ou o seu excesso, e outras tantas situações que complicam minha vida, ou posso partilhá-las com Jesus, que dará sentido sobrenatural a tudo aquilo que me acontece. Aí sim, repetirei com Pedro: "Senhor é bom estar aqui!".

ISF

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