segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Ideologia de gênero: polêmica em Veneza

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Patriarca Moraglia destaca as posições do papa sobre a diferença sexual e enfatiza que o católico honesto não pode "recortar" o magistério a seu bel-prazer

Por Redação  
Roma, 20 de Agosto de 2015 (ZENIT.org)


O patriarca de Veneza, Francesco Moraglia, se manifestou a respeito da polêmica levantada pelo cantor britânico Elton John, que acusou o prefeito veneziano Luigi Brugnaro de “fanatismo” por ter banidos das escolas da cidade os livros sobre a homossexualidade. Em comunicado divulgado pelo patriarcado, Moraglia salienta que "é preciso ter em mente que, para um católico, não obstante a opinião de personalidades famosas ou a decisão administrativa de um prefeito, são referência indispensável as reiteradas manifestações do papa Francisco (por citar algumas das mais recentes: a entrevista coletiva no voo de volta das Filipinas em 20 de janeiro de 2015; a audiência geral de 15 de abril de 2015; o discurso na visita ad limina dos bispos de Porto Rico, em 8 de junho de 2015), que, frequentemente, retorna ao tema com palavras claras e sem margem para mal-entendidos".

A propósito deste assunto, o papa fala ainda na recente encíclica Laudato Si’, recorda o patriarca: ela "aborda com delicadeza e firmeza a questão da diferença sexual no contexto da ecologia humana da vida cotidiana, que implica algo muito profundo: a necessária relação da vida humana com a lei moral inscrita em sua própria natureza, relação indispensável para se criar um ambiente mais digno. Já a lógica de dominação do próprio corpo se torna uma lógica às vezes sutil de dominação da criação. Aprender a aceitar o próprio corpo, a cuidar dele e a respeitar os seus significados é essencial para uma verdadeira ecologia humana. Apreciar o próprio corpo na sua masculinidade ou feminilidade também é necessário para se reconhecer no encontro com o diferente de si. Por isso, não é saudável a atitude que pretende ‘eliminar a diferença sexual por não saber mais lidar com ela’".

Moraglia torna suas as palavras com que Francis "se volta a todos, não só aos crentes, sobre a relação entre o homem e a mulher, essencial para o futuro da humanidade. A remoção da diferença é o problema, não a solução. O homem e a mulher devem se falar mais, se ouvir mais, se conhecer mais. O vínculo matrimonial e familiar é um assunto sério, e para todos, não só para os crentes. Gostaria de exortar os intelectuais a não abandonarem esse tema, como se ele tivesse se tornado secundário para dar espaço ao compromisso em favor de uma sociedade mais livre e mais justa".

O patriarca de Veneza conclui: "Não seria honesto ‘recortar’ o magistério do papa e ficar apenas com o que pode ser de gosto pessoal, deixando de lado o que poderia, para alguns, não ser agradável".

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