quinta-feira, 31 de março de 2016

O Domingo da Misericórdia




Maria Faustina Kowalska nasceu a 25 de agosto de 1905 no pequeno povoado de Glogowiec, no interior da Polônia. Aos vinte anos entrou para a Congregação de Nossa Senhora da misericórdia, na cidade de Cracóvia. Durante os anos turbulentos entre a primeira e a segunda guerra mundial, ela recebeu as revelações do próprio Nosso Senhor Jesus Cristo sobre a Divina misericórdia. Em 5 de outubro de 1938, aos 33 anos, Faustina Kowalska faleceu devido a uma tuberculose. Após a sua morte, a devoção à Divina misericórdia espalhou-se pelo mundo inteiro.

O Papa São João Paulo II foi um grande devoto da Divina misericórdia. Em 1967, quando era Arcebispo de Cracóvia, o então Cardeal Karol Wojtyla concluiu a primeira etapa do processo de beatificação de Irmã Faustina. Posteriormente, já na condição de Papa, elevou Santa Faustina à honra dos altares: em 1993 a beatificou e em 2000 a canonizou. A ele devemos também a Encíclica Dives in Misericordia, de 1980, que estabelece as bases doutrinárias do culto à misericórdia Divina.

Nosso Senhor pediu a Santa Faustina que a Sua misericórdia fosse celebrada todos os anos por meio de uma solene Festa: "Desejo que o primeiro domingo depois da Páscoa seja a Festa da Misericórdia".

O maior tributo do amor de Deus é a misericórdia, segundo o que Jesus revelou a Santa Faustina. 
 
Existe uma antiga mensagem de um anônimo árabe onde podemos entender o que significa o desejo humano do amor de Deus e como Deus se antecipa em nos oferecê-lo sempre.

Um homem estava atormentado com o dito “amor de Deus”. Um dia, enquanto vagava pelas colinas que rodeavam a sua cidade, encontrou um pastor cuidando de seu rebanho. Este, vendo-o aflito lhe perguntou: “O que te atormenta, meu amigo?”
Respondeu o peregrino: “Sinto-me imensamente só, triste e desolado”. O pastor retrucou: “Eu também estou só, porém não me sinto triste”. O peregrino lhe disse: “Talvez seja porque Deus te faça companhia?!” O pastor confirmou: “Meu amigo, tu adivinhaste!”. O peregrino lamentou angustiado: “Eu não tenho a companhia de Deus! Não consigo crer no seu amor misericordioso. Como é possível que Ele me ame, se estou assim atormentado e sou tão descrente?”.
Então o pastor simples, mas muito sábio continuou: “Amigo, tu não estás vendo lá em baixo a nossa cidade? Vês as casas? Estás vendo as janelas?” O peregrino respondeu: “Estou vendo tudo, sim! Por que desvias o assunto?” O pastor respondeu com toda a doçura: “Meu querido amigo, eu não desviei o assunto! Só quero te dizer que não deves nunca te desesperar. O sol é um só, mas cada janela da cidade, desde a menor e até a mais escondida, a cada dia é beijada pelo sol. Talvez tu te desesperes porque tens a tua janela fechada”.

Esta lição simples poderá nos motivar, também, a uma postura existencial e comunitária em relação à luz do sol da misericórdia de Deus que é eterna, para todos os tempos e todas as pessoas. Nas muitas indignações que rondam, ressoam em nosso mundo atual evidenciamos claramente que não somos feitos para a degradação e a decadência, mas para a dignidade e a libertação, nem para as trevas e a solidão, mas para a luz e a fraternidade. Acolhamos com alegria o que nos é proposto pelo Ano Santo extraordinário: “Sede misericordiosos como o Pai”!

Artigo com trechos de Frei Luiz Turra

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